quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Mini Cenas do cotidiano



Minha filhota escreveu uma cartinha linda para o papai Noel esse ano...

"Querido Papai Noel, Mamãe Noel e duendes, espero que todos vocês estejam muito bem e que vocês vejam essa cartinha. Esse ano eu só queria dizer obrigada!"

Aí, quando foi colocar embaixo da árvore, me disse o que tinha escrito e acrescentou:

-Já que tu já vai me dar a bicicleta, né mãe!


kkkkkkkkkk



...né?



foto by "Vida"




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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Flores





foto by Thais Moura



Num tempo bemmm longínquo, briguei seriamente pela primeira vez com meu primeiro namorado sério...
 
Ele passou um mês me mandando duas vezes por semana, um buquê de flores cortadas e um vaso. No mesmo dia. O buquê chegava logo após o almoço, e o vaso vinha umas 2 horas depois. Sem cartão, sem explicações, só com a assinatura.
 
Foi uma boa estratégia, sou curiosa, e aquelas duas remessas semanais de flores duplas foi me deixando com a lotação de pulgas atrás da orelha a ponto do insuportável.
Quando finalmente de rendi e fui conversar com ele, foi a primeira coisa que perguntei.... o porquê das flores.
 
Ele me respondeu 'O buquê é pelo nosso amor que morreu, mas que merece ser festejado mesmo assim, porque nos trouxe até aqui. Flores mortas por um amor morto... E o vaso é pela minha esperança de um amor novo que está nascendo. Flores vivas para comemorar um amor cada vez mais vivo em mim.'
 
...ele era um libriano muito esperto...hehehe






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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Contos... de fadas ou de terror?





Uma das coisas que eu tenho refletido nesse final de ano, é o quanto as pessoas precisam de coisas diferentes para se sentirem realizadas.

Existem aquelas pessoas que têm uma vida que eu chamo de simples. Aquelas mulheres que realmente se realizam tendo uma família, uma casa bonita e aconchegante, que sonham em ser mãe, e quando são, vivem a maternidade de forma completa, e viram luz nisso. E tem aquelas outras pessoas, que não se encaixam nesses sonhos. Em nenhum sonho e em nenhum grupo. Pessoas que eu acho que vieram para fazer outra coisa, viver de outro jeito. Pessoas que o sentido é mais individual, que as respostas são únicas e por isso mais difíceis de serem achadas...

Teve um tempo, quando o vazio comia grande dentro de mim, que eu tentei ser como todo mundo. Achei que o sentido da vida era casar e ter filhos. Formar uma família, comprar uma casa, educar meus filhos de forma decente... Aprender através dos relacionamentos, ter um trabalho que eu gostasse e isso seria o suficiente. Não foi. Aprendi experimentando que a solidão a dois é a pior delas, e que isso não preenche o buraco. Só preenche o buraco você fazer o que veio pra fazer... e essa resposta é diferente pra cada um.

Gostaria tanto de poder transmitir por osmose o que aprendi para todas as mulheres que eu vejo ao meu redor, que ainda acreditam que relacionamentos são o problema/solução, que se sentem vazias e creem apegadamente que é dentro de um relacionamento que está o preenchimento, que o sal da vida é uma família e uma casa com cerquinhas brancas, e que fora disso nada tem graça...

Pra algumas pessoas de fato é. Mas muito provavelmente essas pessoas não são aquelas que buscam desesperadamente por isso. Eu tentei. Não foi minha resposta, e vejo espelhadas em muitas mulheres ao meu redor, que não será a resposta para elas também. É fácil de ver pra quem já passou por isso... Detectável a longa distância... Mas sei lá, deve ser o tanto de contos de fadas que a gente leu quando criança que faz com que isso seja tão arraigado dentro da gente....

Me lembrem de ler umas historinhas diferentes pros meus filhotes!!

Esperançosa por um mundo melhor e mais consciente,


Samanta

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Famílias Modernas






Esses dias meu filho contou que ao participar de uma festa de Natal de fim de ano da empresa do pai, uma das moças perguntou a ele de quem era filho. Quando ele respondeu 'de fulano', ela imediatamente retrucou 'ah, mas é bem parecido mesmo com tua mãe', referindo-se à madrasta e recém nova esposa do meu ex-marido...

Esta deve ser uma situação bem comum hoje em dia. No meu filho gerou um certo desconforto, mas imagino que em alguns casos possa gerar alegria, ou pelo menos boas risadas...

Sei de famílias que conseguem conviver e se frequentam em relativa harmonia, os ex com os respectivos atuais, tudo junto e misturado e muito civilizado, porém ainda são raros... Mas com o aumento contínuo de casais que se separam e casam novamente, com certeza a noção de família está mudando, e é bom que aconteça, que se formem novos hábitos. Aquele padrãozinho de sentir ciúme da ex ou competir com as crianças do casamento anterior é uma coisinha ultrapassada, né? Mas parece ainda estar na moda...
A gente já devia combinar isso com o atual... algo tipo 'ó, se a gente se separar vamos continuar amigos, certo?!'. E parar com essa baboseira de separou tem que ser inimigo, tem que parar de falar, tem que manter distância.

Não que separação deva ser o ideal de vida de quem está casando. Eu mesma sinto até um orgulho e certo bem-estar alheio quando encontro alguém casado há mais de 15 anos. É bonito que isso também persista, e que bom que existam pessoas que conseguem cuidar do relacionamento suficiente para que ele não morra...

Mas eu fico imaginando o quanto seria legal essa nova família ideal. Super evoluída, com todos se dando bem (ou pelo menos se respeitando). Reunindo-se para passar o Natal juntos, ou marcando um jantar para conversar sobre as crianças. Ninguém se sentindo ameaçado. Ninguém se sentindo inseguro. Ou magoado. Ninguém precisando competir por atenção ou energia...

... êêêê mundo ideal dos meus sonhos...  Mas se o que hoje é realidade um dia já foi sonhado, deixa eu sonhar, né...




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sábado, 7 de dezembro de 2013

Carta para Papai Noel



Lendo a "Carta ao Pai Natal" da Hazel, no "Casa Claridade", fiquei com vontade de fazer uma também... e como minha política é que toda boa ideia deve mesmo ser copiada, lá vou eu:






Querido Papai Noel...

Faz tempo que não te escrevo, assim, pelo menos formalmente. Talvez tenha chegado aí umas emanações energéticas, e uns agradecimentos tão etéricos quanto... Mas, como estou numa época de concretizações vou apelar pra internet esse ano e colocar as letrinhas umas depois das outras bem claramente, e fazer uma listinha bem concreta!

Pra 2014 então eu gostaria de ter:

1- Cortinas novas. Alaranjadas. Adoro cor, e minhas coisas andam meio beges... E verdes pro meu quarto... verde maçã, fininha e leve como deve ser a vida!

2-Um vestido vermelho comprido. Não chique de festa... Um vestido vermelho comprido de usar quando eu estiver me sentindo especial no dia a dia. E prometo de dedinho, parar para me sentir muitas vezes especial no dia a dia em 2014.

3-Uma bancada pra terminar o meu laboratório. Está sendo tão legal essa coisa de aprender a Arte, que essa parte da minha vida, mesmo que eu não consiga dedicar todo o tempo que eu gostaria a ela, merece ocupar um espaço maior. Na verdade um tempo maior também... e mais livros sobre o tema porque aprofundar é uma necessidade intrínseca deste ser... vamos ver se eu consigo me organizar para isso... Mas a bancada eu quero mesmo!

4- Banhos de banheira em Caldas da Imperatriz. Ou melhor, banhos de banheira em águas termais, pode ser por onde tu achares que vale a pena me levar . E companhia para os banhos que não  precise sair de casa antes das 10 da manhã, que sou daquelas gentes que sai da cama empurrada... e quem sabe um pique nique pra coroar... com abacaxi, maçãs e laranja lima!

5- Uma viagem gostosa. À convite e que planejem pra mim. Pode ser pra pertinho esse ano, que preciso começar a me acostumar a viajar de novo. Meus filhotes já estão mais crescidos está na hora de eu começar a desenraizar... Não tenho preferência de destino, desde que não seja pra fazer alguma coisa chata ou ruim.

6- Livros. Livros inteligentes. Amo livros.

7- E por último, e não menos importante (aliás importantíssimo), vou pro abstrato. Ai sinto, querido Papai Noel, esse você não vai poder colocar no saco de presentes, mas não adianta que meu cabeção não se contenta só com o concreto... Mas já que Natal tem uma boa dose de magia, acho que talvez você consiga dar um jeito.... saúde. Porque meu corpinho tá ficando cansadinho, e eu preciso dele melhor pra conseguir fazer tudo o que ando planejando...

Sete é um bom número, né? Sete presentes para 2014, que é um ano 7... Tô achando que vai rolar, heim papis?! Juro que mereço cada um deles! 0:-)


Um grande abraço com gosto de infância,


Samanta






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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Uma parte do que faz parte


Primeiro texto do blog, e um dos que eu mais gosto! (- apegada, será??? haha)

Dizem que toda mulher no dia em que faz 40 anos, acorda em processo existencial, repensando tudo o que fez e ainda resta a fazer na sua vida.
Estou nesse momento tão perplexa que apenas  resta me render a isso. Já estou tão cansada de viver as minhas emoções cambaleantes  e acordar ressentida!! Prestou atenção? Veja bem a palavra: ressentir, re-sentir, sentir novamente!! Repetir-se, não inovar ,não renovar, chatice, monotonia, fim!
Gostaria de poder parar minhas emoções, ou pelo menos colocá-las gentilmente para dormir num bercinho daqueles de bebê, calmas e novinhas em folha.
Mas a minha realidade são as velhas e gigantescas ondas emocionais que teimam em voltar, reprise de capítulos já vistos, em se perder numa intensidade que rasga os limites,  que me deixa confusa, vazia e espantada.
Por que não consigo me conformar? Já passou da hora de me aquietar. O furacão emocional constante, somado à mania de verbalizar o que se passa nas minhas entranhas já me trouxe tantas perdas...
Tenho consciência de que começou como uma escolha. Escolhi o vento, quando inerte em um casamento estagnado como ferramenta para o movimento, a mudança, a fluidez. Pude sentir a brisa chegando, me deixando impregnada de frescor, trazendo um cheiro bom de dança. Pude perceber o vento tornando-se mais forte, me dando velocidade, adrenalina, vontade. Mas quando foi que esse vento se tornou um furacão sem que eu percebesse? Quando foi que eu permiti que minhas emoções começassem a destruir a minha fé em mim mesma, ou a destruir as emoções das outras pessoas ao invés de alimentá-las?
Do meu poço de dúvidas, observo meus próprios atos e tento assim me certificar do que reconheço de mim. Não confio mais em alguns dos meus mais arraigados valores.
Sempre me julguei  profunda, intimista, comprometida emocionalmente. Mas onde na profundidade cabe o modo como tenho agido?
Paira a sensação da existência de um elo nesses questionamentos todos...
Será que de repente alguém vai jogar pó de pirlimpimpim, vou dizer “forma de uma mulher calma e senhora de si” , e tudo vai se resolver?
... Humor sempre me resta... Reconhecimento número um!
E onde entra a incapacidade de me dedicar às escolhas que eu faço? Será mesmo que tudo se resume ao comezinho da vida, à velha e enrugada vontade de ser amada e aceita? E os enganos e indecisões são devidos a essa ancestral carência que gruda viscosamente na minha pele? Sinto-me tão nua, tão indefesa contra esses monstros construídos de pedaços de mim mesma. Quero ajuda. E pra onde me viro só encontro críticas...
Ok, ok, tentação de entrar na vitimização, reconhecimento número dois!
Se só encontro críticas, é porque não me faço entender... Não peço ajuda claramente, sou confusa a respeito dos meus objetivos... Eles, assim como eu mesma, não me reconhecem...
Pois como podem me reconhecer e me ajudar aqueles a quem eu não me mostro? Criticam partes entrevistas de mim. E como fariam diferente? Nessas gigantescas ondas que me assolam, escolhi muitas vezes fugir de mim mesma. Escolhi não ser direta num assunto, ao invés de encará-lo de frente. Escolhi não prestar atenção no que realmente me fazia bem e o que me fazia mal. Me acomodei ao não comprar brigas justas e até necessárias.
Fugi de mim...
Todas as vezes que deixei pra lá, todas as vezes que me acovardei, todas as vezes que escolhi simplesmente o caminho mais fácil. Todas as vezes que depositei minha necessidade de segurança em outra pessoa além de mim mesma. Todas essas vezes, mostrei rostos diferentes,  eram todos fragmentos, esqueci de mostrar a ideia do todo. Fui divertida quando estava magoada. Fui compreensiva quando estava esgotada. Fui inquieta quando estava ofendida. Fui raivosa quando estava ferida.
Ainda tenho a capacidade de me analisar numa consciência partida/dividida, reconhecimento número três!
Mas onde andavam meus pensamentos mesmo? Ai, fio de pensamento que me escapa...Pensei rápido demais mais uma vez... Respira,respira, relaxa, deixa o pensamento chegar... Algo ligado à segurança... Como era mesmo?...
Achei! A necessidade de segurança nos relacionamentos! A insegurança que me leva a não bancar minhas escolhas, e me fazem boicotar o que sinto. Fazem-me rodear o que quero sem realmente me propor arriscar a aventurada busca da conquista. Opa, esse pensamento promete! Pelo menos quando analiso meus atos, encontro essa ação repetida. Cristo!! E a tonelada de culpa agora?  Culpa por não ter tido coragem. Culpa por ter sido cega e não ter visto isso mais cedo!  Filhotes de culpa na forma d remorsos engatinhando à minha volta. Ok, bom sinal, o pensamento mobilizou emoções, deve ser por aí mesmo o caminho. Respiraaaaa... Para de pensar, deixa o sentimento te levar!
Escolhas...
Di-fi-cul-da-de de fazer escolhas... Nossa, que coisa mais habituè isso... pensei tanto e acabei no mais comum dos lugares comuns... rejeição/culpa/abandono/escolha...
Conclusão final: sou brega e não tenho cura.... Não quero sentir mais nada hoje!!





 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Mini-cenas do cotidiano



Essa última segunda-feira minha filhota fez 9 anos... E parece que todo o inferno astral dela juntou no dia do aniversário... Ela entrou em crise, brigou com todo mundo, foi malcriada, mal humorada, rabugenta e resmungona. No fim do dia ela estava em lágrimas no sofá...

(eu) : -Vamos dar uma conversadinha sobre tudo o que aconteceu?

  [...] <- Intervalo de quase 1 hora onde ela falou sobre tudo o que aconteceu e conversamos sobre o lobo branco e o preto que carregamos dentro de nós, sobre consequência de ações, sobre como alimentar o lado bom e etc etc etc

(eu) : -Então Tita, entende que tu agindo assim não vai te levar onde tu quer chegar?

(ela, chorando ainda) : -Mas mãe, eu sou assim, e eu gosto de mim do jeito que eu sou!!



...é.... tenho muito que aprender.... hehe





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Brigar ou não brigar eis a questão






Nunca consegui ter uma boa briga com meu ex-marido. Nunca levantávamos a voz um com o outro.

Meu casamento visto de fora parecia maravilhoso, cheio de respeito mútuo. Daquele tipo de casamento que as pessoas dizem 'nãããooo, VOCÊS se separaram???'. Mas o que acontecia na verdade, é que iam-se acumulando as desaprovações mútuas, e esse pó não varrido, nem pra debaixo do tapete ia. Ficava se acumulando nos móveis, nas paredes, na vida. Sufocando mesmo quem nem era asmático.

Uma boa briga às vezes tem essa função: sacode a poeira de tudo, muda as coisas de lugar, permite que sejam olhadas por outros ângulos.

Quando um dos dois estourava (ou seja eu, que sempre tive o pavio mais curto), o outro negava qualquer autenticidade e reprimia totalmente... Coisas do tipo 'será que estás tão mal assim para precisar disso tudo?' (sendo que nem voz levantada existia...). E assim meu casamento foi morrendo de pura inanição e mesmismos.

Acabei de renascer das cinzas de uma gastroenterite do cão (e quem gosta de gato sabe o quanto isso quer dizer). Gastroenterite ataca estômago e intestinos ou seja, traduzindo emocionalmente, raiva ou não digestão de algum fato e medo de perder o controle e sobrecarga...
E isso me lembrou uma pá de coisas...

Há pouco tempo descobri que um dos meus (ainda) desconfortos com meu ex era o fato de eu ainda me manter cumprindo os acordos subentendidos feitos com ele quando casada (e ele, mais saudável do que eu nisso, não mais).
Um desses acordos era não falar o que eu sentia sobre o próprio casamento... Bom, acho que dá pra dizer que mais uma 'tarefa de terapia' está começando a ser cumprida com êxito.


Refletindo sobre os benefícios de uma boa briga ("ela está descontrolada"! hahaha)

Samanta

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

:P


Então... vou responder por aqui uma pergunta que venho escutando muito nos últimos tempos...

É, sim, estou gorda. Bem acima do 'meu' peso. E, SIM também, me acho bonita mesmo assim! Desculpem se isso incomoda tanto. Na verdade meu peso como está agora também me incomoda. Incomoda não entrar naquele vestido que eu adoro, ou na minha calça jeans rasgada de estimação. Me incomoda sentir minha barriga quando amarro o tênis.

Mas o que eu quero não é simplesmente ficar magra... não é comer pouco, suar muito e emagrecer os 10 kg que estão a mais. Quero muito mais! Quero que não seja tão marginalizado quebrar as regras e ser feliz mesmo assim.

Inclusive com 10 kg a menos, eu ainda vou estar gorda no ponto de vista de alguns, e SIM, isso me é suficiente, porque eu acho gente muito magra feia! Pois é, isso existe: gente que acha gente muito magra feia.  Não quero ser longilínea! Nunca fui, não sou eu!

Quero parar de me agoniar com minha barriga toda vez que abaixo, quero parar de ter dor nas costas, quero ter mais fôlego. Mas gosto das minhas curvas. #prontofalei!

TODAS as vezes que eu tomei corticóide por um período muito grande, eu engordei. Além do que me é confortável. O que explica, mas não justifica. O que justifica é que eu NÃO ME IMPORTO TANTO ASSIM. Cara, parece que estou falando palavrão cada vez que digo isso... Me incomodam as limitações que isso traz, a moda que é feita só pras magras (eu já não tenho paciência pra compras, só piora, né...), me incomoda saber que meu peso é derivado de eu não estar saudável, me incomoda eu me sentir inchada. E me incomodam quarentões não tão em boa forma assim que acham que o 'certo' é toda mulher ser magérrima. Mas o espelho não me aborrece tanto assim!!

Não que só existam essas tais gentes que se conformam com o modelo padrão, assinam embaixo e ajudam a perpetuar (e nem vou me aprofundar nisso, porque com raiva é capaz do meu trator passar por cima de uns muitos)... Graças às estrelas, meu mundo é feito de gente que também sabe olhar além das fórmas (de redonda ou quadrada) e das fôrmas (de fazer bolos ou mentes estreitas).




E me desculpe quem não tem nada a ver com isso... acontece que sou paciente, mas também canso!



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domingo, 24 de novembro de 2013

Terapias



"As terapias transmitem técnicas empíricas que nos permitem criar nossos próprios circuitos de feedback (realimentação) e começar a nos curar a nós mesmos (...). A cura não é realizada por uma outra pessoa a nosso favor, mas antes é a recuperação da harmonia graças ao nosso próprio esforço.
Os sintomas são, essencialmente, uma forma de comunicação do corpo com uma mente que não quer responder.
O organismo como um todo padecerá e o binômio corpo- mente, incapaz de extravasar o desequilíbrio emocional pelas vias apropriadas, encontrará no organismo algum lugar recôndito onde possa se expressar.
Quando os desequilíbrios não encontram expressão em suas sedes naturais, criam problemas em outro lugar, provocando consequentemente a emergência de novos sintomas que não passam de formas antinaturais de expressão."
(in: A astrologia e a arte de curar, A.T. Mann)


A função de um terapeuta é facilitar a compreensão de uma situação ou de um modo de ser... é ajudar a visão de um caminho diferente do que aquele seguido por hábito, que não nos leva onde queremos chegar, mas que justamente por estar no automático não percebemos. Algumas vezes é simplesmente servir de legenda, traduzindo o que a própria pessoa acabou de falar, com outras palavras, para que  q ela mesma se escute e entenda mais claramente o que está dizendo e as consequências que pensar/agir/ser assim traz.

As terapias também ensinam técnicas práticas, dão acesso à ferramentas novas, ainda não utilizadas por aquela pessoa, mas que na experimentação anterior provou facilitar entendimentos, realimenta e permite que comecemos a auto cura. O empenho e comprometimento em mudar os caminhos são de cada um..

O caminhar é mais leve quando facilitado.



foto by Rosa Brunoro

Sumida e renascida.




“A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida, que eu já tô ficando craque em ressurreição. Bobeou eu tô morrendo - Na minha extrema pulsão, na minha extrema-unção, na minha extrema menção de acordar viva todo dia. Há dores que sinceramente eu não resolvo, sinceramente sucumbo. Há nós que não dissolvo e me torno moribundo de doer daquele corte, do haver sangramento e forte, que vem no mesmo malote das coisas queridas. Vem dentro dos amores, dentro das perdas de coisas antes possuídas, dentro das alegrias havidas. Há porradas que não tem saída, há um monte de "não era isso que eu queria"... Hoje, praticamente, eu morro quando quero: às vezes só porque não foi um bom desfecho ou porque eu não concordo, ou uma bela puxada no tapete, ou porque eu mesma me enrolo... Não dá outra: tiro o chinelo... E dou uma morrida! Não atendo telefone, campainha... Fico aí camisolenta em estado de éter, nem zangada, nem histérica, nem puta da vida! Tô nocauteada, tô morrida! Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa não tem aquela ansiedade para entrar em cena. É uma espécie de venda, uma espécie de encomenda que a gente faz pra ter depois ter um produto com maior resistência onde a gente se recolhe (e quem não assume nega) e fica feito a justiça: cega... Depois acorda bela, corta os cabelos, muda a maquiagem, reinventa modelos, reencontra os amigos que fazem a velha e merecida pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?" E a gente com aquela cara de fantasma moderno, de expersona falida: - Não, tava só deprimida.’
(Elisa Lucinda)



Me perguntaram se eu já estive em uma relação duradoura... E eu respondo: Bom, depende do que você interpreta como duradoura, né?

Fui casada durante 7 anos... isso é tempo suficiente? Sinceramente, depende. Foi tempo suficiente pra eu morrer um tanto de vezes, morrer tanto que nem achava que viveria novamente. Foi tempo suficiente pra eu me perder de mim, tentar me achar, fazer terapia de casal e resolver que só separando mesmo pra me encontrar de novo... Foi tempo suficiente pra gerar duas vidas totalmente especiais e que fosse só por isso, já teria valido a pena... (tá, eu sei que é brega, mas é real!!hehe). Tempo suficiente pra querer renascer. Mas não foi tempo suficiente pra eu entender o que era me comprometer realmente com um relacionamento.

Um ano depois da separação, encontrei uma conhecida em uma festa... ela não me reconheceu de primeira, quando percebeu que era eu, arregalou os olhos e me perguntou o que tinha acontecido... "Você está apaixonada, né? Só uma paixão para mudar uma pessoa assim desse tanto", ela disse. Eu respondi, "Estou! Por mim mesma!"

Na verdade  a relação mais duradoura que tive foi com as várias de mim... Começou lá pelos 16 anos quando realmente resolvi me conhecer e continua durando...E olha que não é fácil me seguir nos altos e baixos! Mas na busca de quem sou eu, acabo me reencontrando a cada esquina, renascida. E posso voltar a me apaixonar...por mim!


 
 
"Depois que uma mulher descobre que é capaz de sobreviver mesmo quando está morrendo de amor, ela aprende a não ter mais medo de dizer adeus pra quem não merece ficar."
 
 
 
 
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sábado, 23 de novembro de 2013

Abandono gera agressão, carinho gera segurança



http://www.ccreativeimage.com/a-evolucao-de-um-cao-abandonado-para-um-cao-amado/



Se tem uma coisa que eu vejo como tremendamente inútil é o distanciamento. Sabe aquela pessoa que a cada vez que escuta algo que não gosta, ou encontra alguma avaliação divergente simplesmente se afasta?
 Pois é, essas mesmo.
Abandona o caso.
Será que alguém realmente acha que vai resolver um problema se distanciando dele?
Não que repetidas DRs, daquelas que não acabam nunca sirvam pra algo também... Mas fingir que o problema não está lá é pior ainda, não é?
Minha sincera opinião: Abandono gera agressão.



foto by Thais Feminella, fotógrafa mirim nada distante!

 
 
 
 
 
 
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Verdades (?)


Esses dias postei no meu face uma frase que provocou um rebuliço...

"Pessoas que sempre dizem a verdade, sem se importar o quão doloroso é, são idiotas. Ponto final."

SEMPRE.... SEM SE IMPORTAR....

Quando eu postei a frase na verdade estava me lembrando de duas situações... uma minha, que às vezes tenho ataques de sinceridade agressiva , que são verdades que não levam a lugar nenhum... e uma situação em que tive um desses casinhos sem importância, que a gente sabe que não vai em frente mas topa pra se divertir um pouco e acabei aprendendo um tanto, pois o cara vivia dizendo 'nunca fui tão sincero com alguém quanto sou contigo' e usava esse discurso pra justificar uma série de verdades barbaridades... 

Em ambas as situações as 'verdades' não servem como estradas do bem viver, e sim como vias de agressividade ou pra rebaixar quem está perto e se sentir melhor (mais) com isso...

Pessoas concordaram com a frase, pessoas disseram que os super sinceros são um problema social, pessoas discordaram veementemente, dizendo que fora da verdade tudo é ilusão e que falsidade é que é um problema social... e que não falar verdades é como usar máscaras...

Mas no fim, todos concordaram que COMO falar a verdade é a solução...

E eu fiquei refletindo sobre a diversidade humana.... :)






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Círculos viciosos






Será que coisas desse tipo podem ser consideradas como 'sinais'?

Um ato falho... Um número discado por engano, e tudo recomeça... As lembranças invadem...

Mesmo que eu não tenha nada mais a dizer, talvez você precise escutar... Ou não, o caso serve somente para revirar as coisas internamente e aprender algo que ainda não vi.... é, talvez...

A melhor conduta, aquela que reproduz a impecabilidade é a sinceridade interna. Não se enganar, não colocar para baixo do tapete, e não exigir que o outro faça aquilo que você faria, ou o que quer que o outro faça.  Tipo, 'ok, te entendo, vai lá resolver então, mas pra mim isso não é bom, então vou me afastar'. 
Porém a facilidade de sedução mútua, e a saudade muita faz com que o caminho da impecabilidade não seja o escolhido...

Yang que sou, não consegui me manter na não ação, enquanto deveria ter sido só reflexão...

Existe um tipo de vitimização que não é óbvio e que faz tanto mal! Mais ou menos assim:

Vítima gera dependência (como se pode ser seguro se está dependente de alguém?), que gera a projeção da responsabilidade na outra pessoa (como por exemplo 'a pessoa certa para me fazer feliz, ou 'ela/ele mudou minha vida), o que por sua vez gera frustração (por não conhecer o próprio potencial de adaptabilidade à vida) e afastamento.

Procura-se na outra pessoa o que deveria estar procurando internamente.

E o contraponto do círculo vicioso em parceria com esse comportamento, é o aquecido funcional, que tenta ajudar por medo de perder. Não aceitando o comportamento alheio porque me deixaria de fora. E assim também contribuindo para a repetição, procurando no outro o que deveria estar procurando internamente.

O bom dos círculos viciosos intensos é que chega uma hora que a dor fica maior que a sedução e a saudade.

E a boa notícia é que dá pra sair disso!

De uma vez por todas e definitivamente.



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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Começando o fim do ano...



"OS PRESENTES TÊM ALMA. NA CULTURA MAORI DIZEM QUE ALÉM DELES CONTEREM O MANA, ESSÊNCIA ESPIRITUAL DE QUEM DÁ, TAMBÉM CONTÊM O HAU, O ESPIRITO DO OBJETO OFERECIDO."
 
 
 
"Tudo o que acontece no planeta é gravado dentro da Terra, e um dos grandes poderes que a Terra dá é o de lembrar e salvar nosso potencial, aquele que nos permite concretizar nossas ações em resultados, em todas as áreas da vida..."
 
 
(Condor Blanco)



foto by Thais Feminella (8 anos)




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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Lendas de família



Minha avó tem 88 anos (ou algo parecido). Nesses últimos 25 anos, desde que ela teve o primeiro infarto, várias vezes já pensamos: 'ai, dessa vez ela vai'.
Mas não, a velhinha continua se aguentando bem, entre pontes de safena, pressão alta, viuvez e mais uma lista enorme de coisas...

Uns 12 anos atrás até ela pensou que tinha chegado a sua vez... Nos chamou todos, filhos, noras, genros, netos, netas com os respectivos cônjuges. Um por um. Como a família é grande foi uma romaria... e ninguém queria ser o último, porque vai que depois de terminar de conversar com o derradeiro ela resolve se ir de vez, né? Mas a senhorinha continuou firme, contrariando todas as probabilidades.

Não lembro mais se escutei da boca dela mesma, ou se isso já virou lenda de família e ouvi de algum outro parente, mas parece que o segredo da vovó é o ovo. Ela é cristã protestante, e acredita em céu e inferno.

Vejam bem, minha avó é daquelas descendentes de açoriano de um metro e meio, mas desde que se casou muito nova com meu avó, vive as tradições alemãs da família dele. Ele era daqueles alemães 4X4 de 130kg. Fartura de comida na mesa, quibe cru, muita fritura, muito tempero, cuca de banana e tal e coisa. E creio que minha vó gostou dessa brincadeira... Diz ela que sempre que se sentia muuuito mal, ela pensava que no céu não tinha ovo frito. E ficava pensando no ovo frito. E se dizia que antes de morrer tinha que comer ainda seu último ovo.

Não sei se quando voltava do hospital ela comia o tal último, mas desconfio seriamente que não! Assim, ela não acabaria com a desculpa que a mantém viva até hoje, certo?
... Será que é sério? Não sei, mas sempre que fico com vontade de comer ovo frito, eu lembro dessa história.... e passo longe da cozinha! rs



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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Coisas de conversas comigo mesma...

(ou com gente que já faz parte de mim)



Um dos exercícios que tenho me proposto ultimamente é prestar mais atenção às sincronicidades... E prestando atenção nelas, descobri que eu estava vendo um monte de filme e atendendo um monte de gente, e escutando um monte de história sobre o que acontece quando pessoas escondem o que sentem... E as consequências disso.

Passei por uma situação numa vivência com a sacerdotisa maia Maria (uma pessoa que vale a pena conhecer da Guatemala) onde ficou muito claro o quanto eu andava mascarando. Sempre achei que eu não era boa em ocultar minhas emoções, e me descobri rainha do 'disfarçar', o que não serve absolutamente para nada no reino do sentir...

Comecei a fazer perguntas pro universo... daquelas perguntas de dedinho levantado que eu faço pros outros e deixo todo mundo embaraçado, sabe?  ...Mas dessa vez sobre mim mesma... Quis saber umas origens...

Então percebi que nem sempre me disfarcei... que houve uma época que eu era mais solta no que eu sentia... e me recordei...
Eu casei com um cara bem reprimido. Na época, por escolha minha, passei a não me permitir expressar o que eu sentia também, porque isso o assustava muito, e eu queria que meu casamento "desse certo". Ao invés de bancar o que eu acreditava certo, me acomodei no que parecia que ia dar os resultados que eu queria, sem me importar com o preço.

E o que resultou disso, foi que do não expressar o que eu sentia, pulei para não me permitir sentir. Invalidei emoções e sentimentos. E como o que eu sinto é meio avalanche, gastei uma energia enorme redirecionando isso.

Entenderam? Por muito tempo não me senti autorizada a sentir. Porque eu mesma desabonava a forma como eu sentia , ou como expressava esse sentir quando casada (que foi o relacionamento onde coloquei mais empenho). Não apostei no meu jeito de ser. Não apostei em mim mesma.

Um amigo me disse que a maturidade encontra formas de expressar amor de maneira sóbria...
Gostaria que fosse maturidade... e acho que muitas coisas são sim. Mas também vejo que em muitos momentos eu escondo o que sinto, de forma automática ( e burra), e que está na hora de parar com isso.

Tenho perguntado diretamente (tadinhos deles, estão levando cada susto!... rs) às pessoas que eu amo, se eles se sentem amados por mim... em grande parte das respostas, fica óbvio que o outro se sabe amado por mim, mas não se sente amado....E isso só no âmbito da amizade, imagina quando eu começar nos outros.... rs

Bom, mas eu acho que o que importa mesmo é que já estou no caminho de volta... E me sentindo bem mais leve, dedinho levantado ou não... :)






Sentir-se amado - Martha Medeiros              .... acrescentado em 26/10/2013

(ahhh, tinha que ser ela traduzindo novamente...)

"O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. “Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho”.
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. “Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato.”
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo."
 
Martha Medeiros

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Delícia de vida!



 
 
foto by Gabi Stoffel 
 
 
 
Que delícia que é sentar nos fundos do quintal ao luar, compartilhando uma garrafa de vinho! E nem precisa ser com o bofe de ouro, viu? Pode ser com amigas filosofentas viajando em aprofundamentos  (é lindo, é vasto e esse dura!).
 
Que delícia que é de quando em vez não fazer nada!
 
Já dizia Pessoa..."Ai que prazer não cumprir um dever"... E se não fosse pela desavença aos livros da sequência (amo os calhamaços) copiaria o poema todo aqui de tanto que o ritmo reflete minha disposição...
 
O meu ano de regência capricorniana  me traz (ou deveria...) a energia de 'fazer o que é necessário'. Se for bem isso, estou descobrindo que o meu necessário é tirar os apertos de tensão... Chega de perguntas, de listas do que fazer, de pró-atividade o tempo todo...
 
Me pego de olhos abertos planejando o insensato realizável...
 
Que vontade de respirar profundo! Sonhar! Esperançar!

É difícil expressar essa sensação em palavras que realmente falem...Só quem já perdeu o prazer pela vida e o está reencontrando vai entender de verdade...
Não que eu estivesse totalmente longe do prazer... Mas era como aquelas pessoas viciadas em adrenalina: só o extremo me fazia senti-lo. Precisava do intenso fora...
 
Eis minha intensidade interna que bate na porta retornando de tempos mais simples ... Oi!
 
E porque não? Afinal essa sou eu! Ter prazer nos pequenos fatos e essas coisas pequenas criarem uma reverberação que multiplica e volta em ondas exclamativas...
 
 
Dizendo sins!
 
 
 
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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Resposta ao "bilhete em braile"





Ivan Martins escreveu hoje na coluna dele ( http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/ivan-martins/noticia/2013/10/o-bilhete-em-bbraileb.html ) um texto que me fez pensar...

Eu já senti exatamente aquilo... Já pensei que a pessoa que eu acreditava que conhecia mais do que qualquer outra no mundo estava entrando em uma furada. Que não estava enxergando, não estava prestando atenção, porque se estivesse veria certamente o que era tão óbvio para mim... Repeti uma dezena de vezes a clássica frase 'quando você se arrepender pode ser tarde demais' ...

(Tudo bem, não precisa ficar com pena, já me perdoei... Todo mundo dá uma de pateta pelo menos uma vez na vida...risos)

Hoje vejo que eu estava realmente enganada. Ele não estava cego. Estávamos simplesmente indo em direções opostas, com verdades cada vez mais diferentes... São escolhas, não cegueira. O que é óbvio para um ser, pode ser interpretado como um lamentável glaucoma para o futuro ex parceiro. O que é uma decisão consciente, pesada na balança, escolhida, pode soar para o outro, que pensa e sente de forma totalmente diversa, só uma justificativa irrefletida e acéfala.

Ainda divergimos atualmente, eu e a pessoa que agora sei que não conheço mais, pois ficaram filhos e uma guarda compartilhada.  As diferenças só aumentam, já que a oposição nos interesses de vida  que nos fez perder o encanto um pelo outro continua. Mas o diferente não precisa ser necessariamente ruim. Temos pontos de vista diferentes e valores diferentes e isso pode ser uma oportunidade das crianças vivenciarem mundos e ideias distintos e tornarem seu próprio mundo mais rico. Suas ideias mais amplas. Nos obriga a manter a cabeça aberta e por consequência torna nosso mundo mais rico também. Se conseguirmos respeitar a postura um do outro. Se conseguirmos nos equilibrar  na fina linha de entender que todo mundo tem direito de ser como é, sem abrir mão do que nós mesmos somos.

O que você diz quando alguém se recusa a ver o óbvio? Eu diria pra moça do bilhete, com todo o carinho do mundo : meu bem, se você está brava, é porque está fazendo mais do que pode ou quer! Não faça mais isso com você mesma, porque dói e não adianta nada! Se você ainda acha que é um sujeito que vale a pena, mantenha-se disponível, mas conservando sua dignidade... E confie no que você é!

Viu Ivan? Apesar de ser sua fanzoca de carteirinha, é o primeiro texto seu que realmente não concordo... Não é cegueira, é escolha! Pode até ser uma escolha momentânea, mas não deixa de ser escolha... (mas a frase da moça foi muito boa... ela deve ter um senso de humor legal!rs)





foto by Fani Marroco

Se não der certo pela porta, sempre tem uma janelinha aberta.... (o phino da breguice, mas não resistiiiii!! hahaha)
 
 
 
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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

"Transbordo não nego, volto quando couber"!

* A frase do título é de Vilma Machado


Disseram-me esses dias atrás que meu cardíaco estava se abrindo novamente... Que eu resistia, insistindo em não sair do meu esconderijo embaixo da cama (tãooo confortável ali, nem te conto!), mas que esse impulso interno era mais forte do que minha resistência, e que eu acabaria aberta e pronta para mais um mergulho em parceria no final....

Acreditei.

Sou dessas pessoas que têm o coração crente e fofo assim mesmo, quase gelatinoso. Os mais próximos diriam que ele está bem protegido atrás de uma camada de humor irônico e de uma saudável auto estima, o que é verdade (hummm...masomenos). À lá caranguejo entende? Isso porque se eu deixar o molenga do meu coração sem camadas por fora, ele sai se esparramando em qualquer buraco levemente acolhedor, todo feliz, fazendo graça. Aliás, mesmo com camadas se tiver carência (minha) na jogada, o bobo alegre acaba nos buracos (meus e dos outros) também. Bem, o lado bom da gelatina é que não quebra facilmente, né...ufa!
Mesmo assim foi de buraco em buraco que acabei embaixo da cama cozinhando gelatina (credo, quanto papo alegórico... será que tô com fome?)

Acreditei porque não ando carente. Aleluuuuia senhor, grata por essa graça!!! (risos). Nem eufórica. Nem com medo. Diferente...
Conversando com uma amiga sobre carência, me dei conta disso...Quando emagreci e fiquei 'linda' minha ansiedade aumentou enormemente. Como se algo dissesse 'tá, agora eu estou dentro da norma, tenho que namorar, senão há algo errado comigo' (porque o algo errado antes era o peso fora do padrão, e sem isso então o algo errado deveria ser muuuito pior... quanta maldade fazemos conosco...). Ela no caso emagreceu muito e está na mesma situação... (será que digo a ela que gelatina tem menos calorias??? hahaha, brincadeirinha...). Agora estou acima do peso que me gosto, e tranquilona. É, tranquilona e escondida... rs... Está na hora mesmo de pegar o saco de dormir e me mudar para o jardim... Afinal, nem está mais tão frio... ;)



Desconheço a fonte da foto... se alguém souber, me diga!


...Bom humor sempre terei....:)





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domingo, 6 de outubro de 2013

Arruma ações




foto by Thais Feminella


Querias tanto... tanto....
e, no fim, nem sou o que anseias.... tenho fronteiras.
Te convido ao encanto
e não à perdição
e te porei a prova, portanto...
 
Queres? Mesmo? Ainda?
 
O aviso está dado, vou brincar contigo
rir descaradamente
talvez até te pôr demente.
Não serei abrigo
Nem terei certeza
Estou mais pra indolente
meio adolescente
tateando sem muita clareza...
 
Vou te tratar como amigo
te dar espaço
talvez te convidar pra dançar.
Fingir que nem ligo
vez por outra roubar um abraço
e afastar o olhar.
 
e então
se você ficar
mesmo correndo perigo
...talvez...
começar a te amar...




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Romantiquices




foto by 'como ser uma frigideira e ser feliz'



Nesse domingo de arrumações -sempre arrumo a casa quando preciso arrumar a vida- encontrei uma carta recunhada em um caderno velho...


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"Amar é a consequência de toda uma fase que se vive. E no entanto é algo que foge ao alcance de todo homem definir ou justificar. Porque na verdade, o amor é o simples fato de estar dentro de si mesmo e fora do seu próprio alcance"

As pessoas vivem se propondo etapas. Duas pessoas se conhecem, conversam e às vezes acontece um encanto. Esse encanto porventura se transforma em paixão e quiçá pode amadurecer e construir um amor...
No entanto, quando duas pessoas se reconhecem, as etapas se fundem, se misturam em intensidades. Encanto, paixão, amor, vivem brincando de trocar de lugar... Ando assim nesses dias, encantada, amante, apaixonada e ainda perplexa de não ter enxergado isso tudo em você antes, nas longas conversas versão "amigos"...
Você me faz ter vontade de sonhar...
Com você, que primeiro foi meu amigo confidente, e que me via como um porto seguro onde desabafar suas ansiedades. Com você que tem tanta sede de viver. Com você me sinto tão plena! Me sinto cuidada e acarinhada... aceita! Você me dá o que sempre procurei e não acreditava poder encontrar.
Você me conforta quando preciso de calma. Me entende quando preciso de espaço. Me chamega quando preciso de colo. Me escuta quando preciso de respostas. Chora quando se emociona. Não esconde o que quer e corre atrás. Me seduz quando preciso ser mulher. Se encaixa sem deixar de ser você...
Amo o seu jeito de dizer que veio pra ficar...

"Aconteceu que o Destino
mestre em dar nós
o meu destino
juntando ao teu
tornou-se nós."

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...e então.... né.... a conclusão  que chego é que realmente existem anos de ...hammmm.... digamos maior ênfase no emocional na minha vida!!! (risos) ..... saudades de mim mesma!!!




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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

ANTIGO CONSELHO CHINÊS


 Esse final de semana fui fazer uma vivência com uma sacerdotisa Maia, vinda da Guatemala...  E apesar de serem culturas diferentes, uma das coisas que aprendi com ela pode ser traduzido nesse conselho...



"Era uma vez um camponês. muito pobre mas sábio, que trabalhava a terra duramente com o seu filho.

  Um dia o filho disse-lhe: "Pai, que desgraça, o nosso cavalo fugiu."

  "Porque lhe chamas desgraça?" Respondeu o pai. "Veremos o que nos traz o tempo."
Passados alguns dias, o cavalo regressou acompanhado de uma linda égua selvagem. "Pai, que sorte." Exclamou o rapaz. "O nosso cavalo trouxe outro cavalo."


  "Porque lhe chamas sorte?" Respondeu o pai. "Veremos o que nos traz o tempo."
Uns dias depois, o rapaz quis montar o cavalo novo, mas este, não acostumado à sela, encabritou-se e deitou-o ao chão.


  Na queda,... o rapaz partiu uma perna. "Pai, que desgraça. Parti a perna." O pai, retomando a sua experiência e sabedoria, disse: "Porque, lhe chamas desgraça? Veremos o que nos traz o tempo."
O rapaz não se convencia da filosofia do pai. Poucos dias depois passaram pela aldeia os enviados do rei à procura de jovens para levar para a guerra. Foram a casa do ancião, viram o jovem debilitado e deixaram-no, seguindo o seu caminho.


  O jovem compreendeu então, que nunca se deve dar nem a desgraça e nem a fortuna como absolutas, mas que, para se saber se algo é mau ou bom, é necessário dar tempo ao tempo.

  A moral deste antigo conselho chinês é: A vida dá tantas voltas e, é tão paradoxal no seu decorrer que tanto o mau pode vir a ser bom, como o bom pode vir a ser mau. Assim, esperemos o dia de Amanhã com alegria e vivamos o de hoje em plenitude."


...De vez em quando a mente silencia e, para podermos nos comunicar, temos que usar palavras dos outros...

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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Eu sou...


 
 
EXISTÊNCIA
 
CONSCIÊNCIA
 
FELICIDADE
 
 
 
 
 
 

Mais um dela...




A MELHOR VERSÃO DE NÓS MESMOS

"Alguns relacionamentos são produtivos e felizes. Outros são limitantes e inférteis. Infelizmente, há de ambos os tipos, e de outros que nem cabe aqui exemplificar. O cardápio é farto. Mas o que será que identifica um amor como saudável e outro como doentio? Em tese, todos os amores deveriam ser benéficos, simplesmente por serem amores. Mas não são.
E uma pista para descobrir em qual situação a gente se encontra é se perguntar que espécie de mulher e que espécie de homem a sua relação desperta em você. Qual a versão que prevalece?
A pessoa mais bacana do mundo também tem um lado perverso. E a pessoa ma...is arrogante pode ter dentro de si um meigo. Escolhemos uma versão oficial para consumo externo, mas os nossos eus secretos também existem e só estão esperando uma provocação para se apresentarem publicamente. A questão é perceber se a pessoa com quem você convive ajuda você a revelar o seu melhor ou o seu pior.
Você convive com uma mulher tão ciumenta que manipula para encarcerar você em casa, longe do contato com amigos e familiares, transformando você num bicho do mato? Ou você descobriu através da sua esposa que as pessoas não mordem e que uma boa rede de relacionamentos alavanca a vida?
Você convive com um homem que a tira do sério e faz você virar a barraqueira que nunca foi? Ou convive com alguém de bem com a vida, fazendo com que você relaxe e seja a melhor parceira para programas divertidos?
Seu marido é tão indecente nas transações financeiras que força você a ser conivente com falcatruas?
Sua esposa é tão grosseira com os outros que você acaba pagando micos pelo simples fato de estar ao lado dela?
Seu noivo é tão calado e misterioso que transforma você numa desconfiada neurótica, do tipo que não para de xeretar o celular e fazer perguntas indiscretas?
Sua namorada é tão exibida e espalhafatosa que faz você agir como um censor, logo você que sempre foi partidário do “cada um vive como quer”?
Que reações imprevistas seu amor desperta em você?
Se somos pessoas do bem, queremos estar com alguém que não desvirtue isso, ao contrário, que possibilite que nossas qualidades fiquem ainda mais evidentes. Um amor deve servir de trampolim para nossos saltos ornamentais, não para provocar escorregões e vexames.
O amor danoso é aquele que, mesmo sendo verdadeiro, transforma você em alguém desprezível a seus próprios olhos.
Se a relação em que você se encontra não faz você gostar de si mesmo, desperta sua mesquinhez, rabugice, desconfiança e demais perfis vexatórios, alguma coisa está errada.
O amor que nos serve e nos faz evoluir é aquele que traz à tona a nossa melhor versão."
Martha Medeiros

 

..sempre pensei assim.. aliás quando me perguntam o por quê de meu casamento ter terminado, uma das versões de respostas é "porque a gente despertava o pior da gente um no outro"... Mas lógico que Martinha querida traduz com muito mais clareza...
 
 
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Saudades de gente que a gente ama



Foto: eu e a autora.... amoooo!!!


 
Sabe aquela coisa que a gente sente quando a pessoa que a gente ama vai embora e demora para voltar? as vezes eu sinto isso e fica por um bom tempo.
Mas a gente sabe que essa pessoa vai voltar e com novidades para contar que sejam boas ou ruins... Minha vó por exemplo ela mora em São Pedro de Alcântara e quase não vem para a cidade e eu fico com uma saudade imensa dela.
Eu tento cobrir a saudade rindo com: gatos engraçados, piadas, etc ou escrevendo como agora.
Essa coisa que se chama saudade parece que nos tortura mas só faz a gente ficar perto da pessoa que ama.
A saudade daquele  bicho de estimação que já se foi e deixou um vazio no coração da uma vontade de chorar não pode te atormentar pelo resto de sua vida, eu já perdi muitos animais mas o que mais deu falta foi a Wicca mesmo assim eu não passo a noite inteira chorando na cama, eu enterrei a Wicca no quintal e tenho lembranças dela eu não esqueço dos meus animais e não esqueça dos seu também.


                                                                                     Por: Thais Philippi Feminella.
(filhota linda da mamis, com 8 anos)


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terça-feira, 27 de agosto de 2013






"NEUROSE

Tenho visto as pessoas tornarem-se frequentemente neuróticas quando se contentam com respostas erradas ou inadequadas para as questões da vida.
Elas buscam posição, casamento, reputação, sucesso externo ou dinheiro, e continuam infelizes e neuróticas mesmo depois de terem alcançado aquilo que tinham buscado.
Essas pessoas encontram-se em geral confinadas a horizontes espirituais muito limitados.
...
Sua vida não tem conteúdo ou significado suficientes.
Se tem condições para ampliar e desenvolver personalidades mais abrangentes sua neurose costuma desaparecer."

JUNG

 


domingo, 25 de agosto de 2013

Me identifiquei...




...com uma pá de coisas... Só que voltei sem nem ter ido... Mas a volta é boa mesmo assim!


"O caminho de volta

Já estou voltando. Só tenho 37 anos e já estou fazendo o caminho de volta. Até o ano passado eu ainda estava indo. Indo morar no apartamento mais alto do prédio mais alto do bairro mais nobre. Indo comprar o carro do ano, a bolsa de marca, a roupa da moda.

Claro que para isso, durante o caminho de ida, eu fazia hora extra, fazia serão, fazia dos fins de semana eternas segundas-feiras. Até que um dia, meu filho quase chamou a babá de mãe!

Mas, com quase quarenta, eu estava chegando lá. Onde mesmo? No que ninguém conseguiu responder, eu imaginei que quando chegasse lá ia ter uma placa com a palavra "fim". Antes dela, avistei a placa de "retorno" e nela mesmo dei meia volta.

Comprei uma casa no campo (maneira chique de falar, mas ela é no meio do mato mesmo). É longe que só a gota serena. Longe do prédio mais alto, do bairro mais chique, do carro mais novo, da hora extra, da babá quase mãe.

 
Agora tenho menos dinheiro e mais filho. Menos marca e mais tempo. E não é que meus pais (que quando eu morava no bairro nobre me visitaram quatro vezes em quatro anos), agora vêm pra cá todo fim de semana? E meu filho anda de bicicleta, eu rego as plantas e meu marido descobriu que gosta de cozinhar (principalmente quando os ingredientes vêm da horta que ele mesmo plantou).

Por aqui, quando chove, a Internet não chega. Fico torcendo que chova, porque é quando meu filho, espontaneamente (por falta do que fazer mesmo) abre um livro e, pasmem, lê. E no que alguém diz "a internet voltou!" já é tarde demais porque o livro já está melhor que o Facebook, o Twitter e o Orkut juntos.

Aqui se chama "aldeia" e tal qual uma aldeia indígena, vira e mexe eu faço a dança da chuva, o chá com a planta, a rede de cama. No São João, assamos milho na fogueira. Aos domingos, converso com os vizinhos. Nas segundas, vou trabalhar, contando as horas para voltar.

Aí eu me lembro da placa "retorno" e acho que nela deveria ter um subtítulo que diz assim: "retorno – última chance de você salvar sua vida!" Você provavelmente ainda está indo. Não é culpa sua. É culpa do comercial que disse: "Compre um e leve dois". Nós, da banda de cá, esperamos sua visita. Porque sim, mais dia menos dia, você também vai querer fazer o caminho de volta."

Téta Barbosa 




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sábado, 24 de agosto de 2013

Pedido




foto by Thais Feminella



Eu sou distraída. Assim, nas vezes que eu lembro de usar óculos um pouco menos, mas nos dias em que não tive nem tempo de cozinhar e saio do último atendimento direto para o restaurante da esquina, eu sou distraída. Muito.

Então num dia desses entrei lá, fui direto para o buffet, com a  cabeça fervilhando ainda de trabalho, pensando em coincidências, do que eu ando sentindo ultimamente, do que é fantasia e o que pode ser realidade, e do que, se for realidade, eu posso fazer a respeito. Entrei, me servi, sentei na mesa do canto e comecei a comer sem notar nada ao meu redor...

Mas mesmo na minha abstração, algo me chamou... Algo do mundo real começou a me puxar. E quando prestei atenção e procurei ao redor o que era, me deparei com um par de olhos pretos, magnéticos, que me olhavam fixamente, sem nenhum pudor. O dono dos olhos tinha parado com a colher a meio caminho da boca, que continuava aberta, e nem piscava. Devia ter uns 4 ou 5 anos...
Os pais estavam com mais uns três adultos na mesa, e conversavam distraidamente em volta de algumas cervejas, então ninguém prestava muita atenção nele...
Bom, depois que a gente é mãe, começa (se ainda não gostava antes) a gostar de crianças, e aprende a interagir um pouco com o mundo deles. Então sorri, torcendo para não haver nenhum pedaço de alface ou brócolis no dente que quebrasse o encanto, acenei de leve, e fiz sinal pra ele continuar comendo. Ele não me obedeceu... Colocou a colher no prato e continuou a me encarar. Eu me distrai novamente entre pensamentos e comida, mas a cada espiada que eu dava para a mesa ao lado, os olhos estavam lá, às vezes acompanhado de um sorriso solto, às vezes só me olhando atentamente.

Quando terminei, o pessoal da mesa dele ainda conversava e ria, entretidos ... Então me levantei, dei um tchauzinho para o menino e fui pagar minha comanda. De repente senti alguém abraçando minhas pernas... era ele... Que me solta:

-Quando eu crescer, casa comigo?

Olha, vou dizer que fiquei tentada a responder que sim, afinal pureza é uma coisa que a gente não encontra em qualquer esquina... Mas fui salva de fazer uma promessa sem esperança de ser cumprida pela mãe envergonhada que puxou o menino, me pedindo desculpas...

Mas afinal, desculpas por que?

...Fui embora trabalhar um pouco mais, torcendo pro garoto ao crescer não perder todo aquela soltura linda... com um pouco mais de sorriso no rosto e muita gratidão pelos meninos encantadores da vida....





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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

OM SAT CHIT ANANDA

"O romance se separa de todas as outras formas de amor devido à intensidade da felicidade.
Qualquer criatura capaz de reproduzir-se com outra de sua espécie deve sentir atração, mas os humanos são únicos, pois podemos ver significado em nossa atração. Portanto existe uma grande diferença entre apaixonar-se inconscientemente, como se atingido por um raio, e conscientemente abraçar o dom do amor com o conhecimento pleno de que é isso que nossa alma anseia, aquilo pelo que você vive, o que será mais importante em sua vida.
Na Índia antiga, o êxtase do amor era chamado de Ananda, felicidade ou consciência beatífica. Os antigos videntes diziam que os humanos tinham sido feitos para participar desse Ananda todo o tempo. Um verso famoso dos Vedas declara sobre a humanidade: “No deleite foram concebidos, no deleite eles vivem, para o deleite retornarão.” Ananda é muito mais do que prazer, até mesmo o mais intenso prazer erótico. É um terço da fórmula para a verdadeira natureza do espírito humano, descrita pelos Vedas como Sat Chit Ananda, ou eterna consciência beatífica.
O caminho para o amor termina com a realização plena dessa simples frase. Sat é a verdade eterna sustentando toda a existência; quando sat está totalmente estabelecida, não há mal ou sofrimento, porque não há nada separado da unidade.
Chit é a consciência dessa unidade; é a plenitude da paz que não pode de modo algum ser perturbada pelo medo. Ananda é a felicidade suprema de estar nesta consciência; é a beatitude imutável que todos os vislumbrantes do êxtase pretendem ser. O caminho do amor nos leva ao conhecimento pleno de todos os três aspectos sem dúvidas. Mas o que nós provamos com mais frequência aqui na terra é o último – Ananda – na alegria da paixão.
O romance se separa de todas as outras formas de amor devido à intensidade da felicidade.
Duas pessoas que se encantam uma pela outra experimentam uma revolução no mais profundo de seus seres a partir da súbita descoberta de que a beatitude surgiu. Os mestres espirituais nos dizem que nascemos na beatitude, mas essa condição é obscurecida pela atividade caótica da vida cotidiana. Abaixo do caos, contudo, estamos tentando encontrar Ananda novamente; todas as alegrias menores são pequenas gotas, enquanto Ananda é o oceano.
As compreensões que se aplicam a essa fase crescem a partir do nosso desejo de encontrar a beatitude:
A beatitude é natural na vida, mas uma vez que nós a tenhamos encoberto, precisamos procurá-la nos outros.
A dor do anseio é uma máscara para o êxtase da beatitude.
A beatitude não é um sentimento, mas um estado do ser.
No estado de beatitude, tudo é amado.
Nossa ânsia de voltar à beatitude é um dos motivos por que apaixonar-se nunca é acidental. Todos nós temos o conhecimento subconsciente do que o amor pode fazer à psique. Uma pessoa isolada, cheia de frustração e solidão, é subitamente transformada, tornada completa além do poder de explicação da razão. No lugar da ansiedade e da dúvida, surge o êxtase. De acordo com o Novo Testamento:
“Não há medo no amor; mas o amor perfeito afasta todo o medo.”
Este senso beatífico de estar num lugar de paz e segurança enquanto duram os estágios iniciais do romance, apesar dos altos e baixos emocionais que se seguem inevitavelmente.
No entanto, Ananda é muitas vezes a última coisa que pensamos que vamos encontrar, porque antes de nos apaixonarmos, existe um período de intenso anseio. Esse estado é o negativo do romance, mas também é seu verdadeiro início, pois sem a separação e o anseio, não pode haver atração. Para encontrarmos a felicidade, temos que começar onde a felicidade não está presente. Em nossa sociedade, não é difícil achar esse lugar."
Deepak Chopra

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Minha querida amiga







Minha querida amiga Gabi... A mesma que reproduz o seu olhar especial nas lindas fotos que ilustram vários posts aqui...

A vida começa aos 39 e não aos 40?
Acho que a vida começa quando entramos no caminho certo...
Você já parou pra pensar quantas superações você teve nos últimos anos? Você já se deu os parabéns por todas as mudanças que conseguiu efetuar?
Hoje, nesse dia do ano que é especialmente teu, fiz isso... e quero te dar os parabéns...

Parabéns por ter parado de fumar...
Parabéns por ter encarado uma terapia, e por olhar para os assuntos doídos com coragem de mudar Parabéns por ter efetuado muitas dessas mudanças na prática.
Parabéns por ter ido atrás ( e conseguido) de colocar seu corpo na forma como queria que ele estivesse.
Parabéns por todas as mágoas que conseguiu deixar para trás. E parabéns por reconhecer que nem toda mágoa pode ser esquecida rapidamente e se perdoar por isso.
Parabéns pela profissional competente que és. E parabéns por não te estressar com o que não é de estressar.
Parabéns por estar atraindo relacionamentos mais bonitos.
Parabéns por ter ido viajar sozinha pra fora do país.
Parabéns por continuar indo a shows, por fazer o que te faz bem.
Parabéns por te deixar chorar quando sabe que precisa.
Parabéns por estar mais próxima da sua família.
Parabéns pelo teu amor e dedicação aos bichos.
Parabéns por estar falando mais e se escondendo menos.
Parabéns por ter dito do que não gosta, e de dar limites quando o contrário vai te fazer mal.
Parabéns por demostrar mais para os outros o que te faz feliz.

Parabéns pelos 39 anos te achar assim tão bonita, inteira e corajosa...

Parabéns por continuar indo atrás dos teus sonhos!

... Parabéns! E obrigada pela cia nesses últimos anos...



Ah! Fotos by Gabi Stoffel! :)

Conto...parte 2

(link para conto...parte 1 : http://gota-na-poca.blogspot.com.br/2013/05/conto-cap-1.html)







Um reclamando e outro sorrindo demais...  comportamentos polarizados de uma relação de competição, mesmo não parecendo uma...

Pensando em uma analogia:

Imagine que você ele um pirata... Gosta de liberdade, gosta de mandar no próprio nariz e não gosta de receber ordens... Aliás não gosta da ordem preestabelecida das coisas. Mas também é um pouco preguiçoso e inconsequente, então precisa exercer um certo autoritarismo...
Então, ele é um pirata, e piratas tem uma mulher em cada porto. E some por meses. Precisa de uma justificativa para continuar fazendo o que gosta, sem perder o que quer... Então reclama, como se não fosse responsabilidade dele o que acontece em sua vida... E como se não tivesse opção de mudar...

Agora imagine que ela é uma dessas mulheres de um desses portos... Com baixa autoestima suficiente para se apaixonar mais por ele do que por ela mesma. Também não se responsabiliza pela própria vida. O sentimento entre os dois é de verdade, forte. E ela precisa de uma  justificativa para não mudar essa situação, pois não quer perder o que passou a ser mais importante do que ela mesma... Então sorri... Finge que não se importa... e continua sorrindo e ignorando as coisas que incomodam...

Assim os dois começam a fazer coisas estúpidas para perpetuar a zona de conforto. Cria-se uma relação cármica aí, eles começam a se dever coisas. Na verdade devem a si mesmos, mas é fácil colocar a responsabilidade no outro. Ela começa a olhar o mar como grande responsável pelo comportamento dele. Faz um pacto com o mar. Tira ainda mais partes de si mesma como oferenda em troca da segurança dele...

Mas as coisas não funcionam assim... Quem tem uma vida de pirata e se arrisca diariamente, em algum momento tem que enfrentar seu destino... Se insistimos em permanecer na zona de conforto por muito tempo, a vida se encarrega de aviar algumas mudanças necessárias. E um dia uma grande tempestade destrói o navio do pirata. E o pirata junto... Então ele para de reclamar, e finalmente ela para de sorrir... Mas tem teimosos de todo os tipos, e ela se agarra à sua dor tanto quanto se agarrou ao seu sorriso.

Passa o resto dos seus dias se sentindo traída pelo mar, e o amaldiçoa constantemente. Não vai em frente. Fica presa em sua própria infelicidade, no sentimento de traição e no desencanto. Não se dá conta que existem inúmeras outras possibilidades...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Contos... dos que a gente escuta todo dia.


 
 
 
 
"Depois, bem depois, vem o tempo e nos mostra a verdade como se fosse um passo de dança. Suave, intenso, inteiro. Ele vem e mostra. E aí a gente olha para trás e pergunta: por que não agi diferente? Porque você não tinha o conhecimento que tem hoje. Não tinha a maturidade deste momento. Não te culpa. Não me culpa. A gente não tem culpa."
Clarissa Côrrea




Um baita começo... recomeço de vida. Transformação. Como com as borboletas que tanto gosto.


Muitas coisas, muitos mal-entendidos... Muita cabeça quente de ambas as partes...
Ele estava lindo.
E carinhoso. E derretido. E com saudade. Me olhava rindo como um bobo o tempo todo ( e eu devia estar igual...).
Conversamos francamente e claramente sobre o que de fato queríamos pela primeira vez. Eu disse que queria namorar, com ele me assumindo para os amigos, me vendo mais vezes e para viabilizar isso conhecendo minha família. Que queria comprometimento, que ele planejasse a semana me incluindo nela.
Ele disse que namorar assim desse jeito não queria. Que não estava pronto para isso. Que assim não conseguia porque tinha todos os problemas e não estava preparado. Que ele nem pensava que isso pudesse acontecer. E disse (então já perdendo o sorriso bobo) que achava que não acrescentaria nada para a minha vida nesse momento. Que até podia me enrolar, mas não ia durar e eu acabaria o odiando (o que provavelmente é verdade) por mentir.
Então decidimos ter uma noite de despedida... Foi... afff... ele foi tudo. Talvez tenha juntado em uma só noite tudo o que poderia me dar em alguns meses... Carinhoso, inteiro, apaixonado. Sincrônico por uma noite.

O dia nos amanheceu acordados... Saí sem dizer palavras, com a despedida na pele. Mas inteira por ter sobrevivido a mim mesma...

...adoro borboletas...




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"Você sabe na cabeça, mas você não sabe no coração. Existe uma extraordinária distância da cabeça para o coração: uma distância de dez, vinte, trinta anos ou toda uma encarnação. Você pode saber algo na cabeça por quarenta anos e isto pode nunca ter tocado o seu coração. Somente quando você souber isto no seu coração você ficará realmente consciente disto."
Carl Gustav Jung
 
 
 
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domingo, 18 de agosto de 2013

Meu Tanto...




Foto by Fani Marroco


Estava aqui pensando que tem tanta coisa boa no mundo... Tanta coisa que eu gosto...Gosto de me animar com alguma coisa nova. Gosto de estudar o que me desperta a curiosidade. Gosto de ter memória fotográfica para diálogos emocionais. Gosto de seres humanos com olhar doce (geralmente são castanhos). Gosto de meia velha e macia no pé frio. Gosto de guirlanda de flores na cabeça. Gosto de ter razão, mas gosto mais ainda quando ter razão perde a importância. Gosto de poder ficar em casa quando está chovendo. Gosto de banho de mar em mar quente. Gosto de arrumar mala e detesto desarrumá-las. Gosto de achar a constelação de escorpião no céu. Gosto de músicas dos anos 80. Gosto de couve refogada. Gosto de casos complicados que me dão medo no começo e depois consigo encaminhar. Gosto de cores. Gosto de brincos azuis. Gosto de gotas. Gosto de rir alto e de gente que ri alto comigo. Gosto de surpresas. Gosto de churrasco (é... pois é... um dia evoluo...). Gosto de histórias de amor reais. Gosto de ler. Gosto de gente que presta atenção, e de gente que me dá atenção, aquela atenção na medida certa... Gosto de respirar ar gelado quando estou bem agasalhada. Gosto de gatos se aninhando na minha barriga. Gosto de amigos verdadeiros que aparecem de repente. Gosto de cachos no cabelo. Gosto de cheiro de sol nas cobertas e travesseiros, e cheiro de alecrim esmagado nos dedos. Gosto quando entendo os ciclos e não me apego, mas também gosto de gente que muda pros mesmos lados que eu. Gosto de gente que renasce. Gosto de barulho de rio. Gosto de sol da manhã na pele. Gosto de viver...

Gosto de ser eu...

#momentoascendenteemleão... hahaha







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domingo, 11 de agosto de 2013

Pontes




Essa semana escutei uma história que achei bemmmm bonitinha...

Depois dos meus últimos dois desastrados relacionamentos (um com um cara legal, mas mega ciumento -socooorro!- e outro com outro cara legal, com uma super afinidade mental e química nenhuma), andei meio cabreira e mais recolhida, pesando bem o diabo do trabalho que dá ter alguém para partilhar a vida contra o que de bom pode trazer.
Mas andaram me 'mandando' abrir o coração porque já estava na hora (função de terapeuta é ser metido mesmo, né... afff... rs), e tomei fôlego pra sair do seguro esconderijo embaixo da minha cama... :p
Uma das 'saídas' que eu achei para olhar um relacionamento como convidativo (em tese... rs) é ter a proposta de me comprometer, mas continuar cada um morando na sua casa. Assim, ad infinitum... Acho a proposta genial e não vejo problema nenhum nisso... afinal, por que temos que nos conformar em continuar com a forma tradicional de relacionamentos mesmo???
Minhas amigas, em sua grande maioria, acham a ideia o ó do borogodó, e até minha terapeuta (não o mesmo que me mandou sair de debaixo da cama, outra... tenho três...) dá uma zoadinha quando eu falo nisso.
Mas então, escutei essa historinha bonitinha...
Uma amiga foi fazer um curso com uma escritora/terapeuta, e no curso essa pessoa disse que mora assim com o marido... um em cada casa. Vizinhos, construíram uma ponte entre a varanda da casa dele e a varanda da casa dela.
Aparentemente dá certo... E olha só todo o simbolismo muito legal que isso tem.... cada um preservando seu espaço individual, sem se perder no relacionamento, mas vizinhando e construindo pontes entre si... Minha opinião? Bem melhor que morar na mesma casa e construir muros entre os dois... Os espaços-tempos compartilhados são escolhas de fato e fica bem mais difícil cair no lugar comum da rotina...
Me senti tãoooo compreendida quando soube dessa situação...

De qualquer forma a conclusão que eu chego é que pra estar junto, de uma forma ou de outra tem que amar muuuito mesmo...Amor sentido e amor vivido... Mas se a proposta é essa, bóra se fazer de fênix e ver se está mesmo na hora... E se amar  é mesmo decisão e capacidade, metade já foi...


 
Texto e foto Samanta Hilbert





"A maioria das pessoas acha que o amor nasce pronto, que é um presente do céu, um lampejo da alma, uma inspiração dos deuses, e cruzam os dedos para que "dê certo". Depois da mágica troca de olhares, do arrepio pelo corpo, do êxtase dos primeiros toques, as coisas podem mudar de figura, quando se deparam com a outra etapa que é Viver o Amor. Entre Sentir Amor e Viver um Amor tem uma distancia enorme. Para viver e permanecer amando seu par, é preciso que o aceite, que o valorize, que o respeite, que dê-lhe afeto e ternura, admire-o e compreenda-o. E que sinta a reciprocidade nos cuidados. Amar é uma capacidade e uma decisão, não só um sentimento."
 Aglair Grein -psicanalista




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