quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Coisas de conversas comigo mesma...

(ou com gente que já faz parte de mim)



Um dos exercícios que tenho me proposto ultimamente é prestar mais atenção às sincronicidades... E prestando atenção nelas, descobri que eu estava vendo um monte de filme e atendendo um monte de gente, e escutando um monte de história sobre o que acontece quando pessoas escondem o que sentem... E as consequências disso.

Passei por uma situação numa vivência com a sacerdotisa maia Maria (uma pessoa que vale a pena conhecer da Guatemala) onde ficou muito claro o quanto eu andava mascarando. Sempre achei que eu não era boa em ocultar minhas emoções, e me descobri rainha do 'disfarçar', o que não serve absolutamente para nada no reino do sentir...

Comecei a fazer perguntas pro universo... daquelas perguntas de dedinho levantado que eu faço pros outros e deixo todo mundo embaraçado, sabe?  ...Mas dessa vez sobre mim mesma... Quis saber umas origens...

Então percebi que nem sempre me disfarcei... que houve uma época que eu era mais solta no que eu sentia... e me recordei...
Eu casei com um cara bem reprimido. Na época, por escolha minha, passei a não me permitir expressar o que eu sentia também, porque isso o assustava muito, e eu queria que meu casamento "desse certo". Ao invés de bancar o que eu acreditava certo, me acomodei no que parecia que ia dar os resultados que eu queria, sem me importar com o preço.

E o que resultou disso, foi que do não expressar o que eu sentia, pulei para não me permitir sentir. Invalidei emoções e sentimentos. E como o que eu sinto é meio avalanche, gastei uma energia enorme redirecionando isso.

Entenderam? Por muito tempo não me senti autorizada a sentir. Porque eu mesma desabonava a forma como eu sentia , ou como expressava esse sentir quando casada (que foi o relacionamento onde coloquei mais empenho). Não apostei no meu jeito de ser. Não apostei em mim mesma.

Um amigo me disse que a maturidade encontra formas de expressar amor de maneira sóbria...
Gostaria que fosse maturidade... e acho que muitas coisas são sim. Mas também vejo que em muitos momentos eu escondo o que sinto, de forma automática ( e burra), e que está na hora de parar com isso.

Tenho perguntado diretamente (tadinhos deles, estão levando cada susto!... rs) às pessoas que eu amo, se eles se sentem amados por mim... em grande parte das respostas, fica óbvio que o outro se sabe amado por mim, mas não se sente amado....E isso só no âmbito da amizade, imagina quando eu começar nos outros.... rs

Bom, mas eu acho que o que importa mesmo é que já estou no caminho de volta... E me sentindo bem mais leve, dedinho levantado ou não... :)






Sentir-se amado - Martha Medeiros              .... acrescentado em 26/10/2013

(ahhh, tinha que ser ela traduzindo novamente...)

"O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. “Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho”.
Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. “Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato.”
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo."
 
Martha Medeiros

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