quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Mini Cenas do cotidiano



Minha filhota escreveu uma cartinha linda para o papai Noel esse ano...

"Querido Papai Noel, Mamãe Noel e duendes, espero que todos vocês estejam muito bem e que vocês vejam essa cartinha. Esse ano eu só queria dizer obrigada!"

Aí, quando foi colocar embaixo da árvore, me disse o que tinha escrito e acrescentou:

-Já que tu já vai me dar a bicicleta, né mãe!


kkkkkkkkkk



...né?



foto by "Vida"




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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Flores





foto by Thais Moura



Num tempo bemmm longínquo, briguei seriamente pela primeira vez com meu primeiro namorado sério...
 
Ele passou um mês me mandando duas vezes por semana, um buquê de flores cortadas e um vaso. No mesmo dia. O buquê chegava logo após o almoço, e o vaso vinha umas 2 horas depois. Sem cartão, sem explicações, só com a assinatura.
 
Foi uma boa estratégia, sou curiosa, e aquelas duas remessas semanais de flores duplas foi me deixando com a lotação de pulgas atrás da orelha a ponto do insuportável.
Quando finalmente de rendi e fui conversar com ele, foi a primeira coisa que perguntei.... o porquê das flores.
 
Ele me respondeu 'O buquê é pelo nosso amor que morreu, mas que merece ser festejado mesmo assim, porque nos trouxe até aqui. Flores mortas por um amor morto... E o vaso é pela minha esperança de um amor novo que está nascendo. Flores vivas para comemorar um amor cada vez mais vivo em mim.'
 
...ele era um libriano muito esperto...hehehe






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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Contos... de fadas ou de terror?





Uma das coisas que eu tenho refletido nesse final de ano, é o quanto as pessoas precisam de coisas diferentes para se sentirem realizadas.

Existem aquelas pessoas que têm uma vida que eu chamo de simples. Aquelas mulheres que realmente se realizam tendo uma família, uma casa bonita e aconchegante, que sonham em ser mãe, e quando são, vivem a maternidade de forma completa, e viram luz nisso. E tem aquelas outras pessoas, que não se encaixam nesses sonhos. Em nenhum sonho e em nenhum grupo. Pessoas que eu acho que vieram para fazer outra coisa, viver de outro jeito. Pessoas que o sentido é mais individual, que as respostas são únicas e por isso mais difíceis de serem achadas...

Teve um tempo, quando o vazio comia grande dentro de mim, que eu tentei ser como todo mundo. Achei que o sentido da vida era casar e ter filhos. Formar uma família, comprar uma casa, educar meus filhos de forma decente... Aprender através dos relacionamentos, ter um trabalho que eu gostasse e isso seria o suficiente. Não foi. Aprendi experimentando que a solidão a dois é a pior delas, e que isso não preenche o buraco. Só preenche o buraco você fazer o que veio pra fazer... e essa resposta é diferente pra cada um.

Gostaria tanto de poder transmitir por osmose o que aprendi para todas as mulheres que eu vejo ao meu redor, que ainda acreditam que relacionamentos são o problema/solução, que se sentem vazias e creem apegadamente que é dentro de um relacionamento que está o preenchimento, que o sal da vida é uma família e uma casa com cerquinhas brancas, e que fora disso nada tem graça...

Pra algumas pessoas de fato é. Mas muito provavelmente essas pessoas não são aquelas que buscam desesperadamente por isso. Eu tentei. Não foi minha resposta, e vejo espelhadas em muitas mulheres ao meu redor, que não será a resposta para elas também. É fácil de ver pra quem já passou por isso... Detectável a longa distância... Mas sei lá, deve ser o tanto de contos de fadas que a gente leu quando criança que faz com que isso seja tão arraigado dentro da gente....

Me lembrem de ler umas historinhas diferentes pros meus filhotes!!

Esperançosa por um mundo melhor e mais consciente,


Samanta

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Famílias Modernas






Esses dias meu filho contou que ao participar de uma festa de Natal de fim de ano da empresa do pai, uma das moças perguntou a ele de quem era filho. Quando ele respondeu 'de fulano', ela imediatamente retrucou 'ah, mas é bem parecido mesmo com tua mãe', referindo-se à madrasta e recém nova esposa do meu ex-marido...

Esta deve ser uma situação bem comum hoje em dia. No meu filho gerou um certo desconforto, mas imagino que em alguns casos possa gerar alegria, ou pelo menos boas risadas...

Sei de famílias que conseguem conviver e se frequentam em relativa harmonia, os ex com os respectivos atuais, tudo junto e misturado e muito civilizado, porém ainda são raros... Mas com o aumento contínuo de casais que se separam e casam novamente, com certeza a noção de família está mudando, e é bom que aconteça, que se formem novos hábitos. Aquele padrãozinho de sentir ciúme da ex ou competir com as crianças do casamento anterior é uma coisinha ultrapassada, né? Mas parece ainda estar na moda...
A gente já devia combinar isso com o atual... algo tipo 'ó, se a gente se separar vamos continuar amigos, certo?!'. E parar com essa baboseira de separou tem que ser inimigo, tem que parar de falar, tem que manter distância.

Não que separação deva ser o ideal de vida de quem está casando. Eu mesma sinto até um orgulho e certo bem-estar alheio quando encontro alguém casado há mais de 15 anos. É bonito que isso também persista, e que bom que existam pessoas que conseguem cuidar do relacionamento suficiente para que ele não morra...

Mas eu fico imaginando o quanto seria legal essa nova família ideal. Super evoluída, com todos se dando bem (ou pelo menos se respeitando). Reunindo-se para passar o Natal juntos, ou marcando um jantar para conversar sobre as crianças. Ninguém se sentindo ameaçado. Ninguém se sentindo inseguro. Ou magoado. Ninguém precisando competir por atenção ou energia...

... êêêê mundo ideal dos meus sonhos...  Mas se o que hoje é realidade um dia já foi sonhado, deixa eu sonhar, né...




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sábado, 7 de dezembro de 2013

Carta para Papai Noel



Lendo a "Carta ao Pai Natal" da Hazel, no "Casa Claridade", fiquei com vontade de fazer uma também... e como minha política é que toda boa ideia deve mesmo ser copiada, lá vou eu:






Querido Papai Noel...

Faz tempo que não te escrevo, assim, pelo menos formalmente. Talvez tenha chegado aí umas emanações energéticas, e uns agradecimentos tão etéricos quanto... Mas, como estou numa época de concretizações vou apelar pra internet esse ano e colocar as letrinhas umas depois das outras bem claramente, e fazer uma listinha bem concreta!

Pra 2014 então eu gostaria de ter:

1- Cortinas novas. Alaranjadas. Adoro cor, e minhas coisas andam meio beges... E verdes pro meu quarto... verde maçã, fininha e leve como deve ser a vida!

2-Um vestido vermelho comprido. Não chique de festa... Um vestido vermelho comprido de usar quando eu estiver me sentindo especial no dia a dia. E prometo de dedinho, parar para me sentir muitas vezes especial no dia a dia em 2014.

3-Uma bancada pra terminar o meu laboratório. Está sendo tão legal essa coisa de aprender a Arte, que essa parte da minha vida, mesmo que eu não consiga dedicar todo o tempo que eu gostaria a ela, merece ocupar um espaço maior. Na verdade um tempo maior também... e mais livros sobre o tema porque aprofundar é uma necessidade intrínseca deste ser... vamos ver se eu consigo me organizar para isso... Mas a bancada eu quero mesmo!

4- Banhos de banheira em Caldas da Imperatriz. Ou melhor, banhos de banheira em águas termais, pode ser por onde tu achares que vale a pena me levar . E companhia para os banhos que não  precise sair de casa antes das 10 da manhã, que sou daquelas gentes que sai da cama empurrada... e quem sabe um pique nique pra coroar... com abacaxi, maçãs e laranja lima!

5- Uma viagem gostosa. À convite e que planejem pra mim. Pode ser pra pertinho esse ano, que preciso começar a me acostumar a viajar de novo. Meus filhotes já estão mais crescidos está na hora de eu começar a desenraizar... Não tenho preferência de destino, desde que não seja pra fazer alguma coisa chata ou ruim.

6- Livros. Livros inteligentes. Amo livros.

7- E por último, e não menos importante (aliás importantíssimo), vou pro abstrato. Ai sinto, querido Papai Noel, esse você não vai poder colocar no saco de presentes, mas não adianta que meu cabeção não se contenta só com o concreto... Mas já que Natal tem uma boa dose de magia, acho que talvez você consiga dar um jeito.... saúde. Porque meu corpinho tá ficando cansadinho, e eu preciso dele melhor pra conseguir fazer tudo o que ando planejando...

Sete é um bom número, né? Sete presentes para 2014, que é um ano 7... Tô achando que vai rolar, heim papis?! Juro que mereço cada um deles! 0:-)


Um grande abraço com gosto de infância,


Samanta






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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Uma parte do que faz parte


Primeiro texto do blog, e um dos que eu mais gosto! (- apegada, será??? haha)

Dizem que toda mulher no dia em que faz 40 anos, acorda em processo existencial, repensando tudo o que fez e ainda resta a fazer na sua vida.
Estou nesse momento tão perplexa que apenas  resta me render a isso. Já estou tão cansada de viver as minhas emoções cambaleantes  e acordar ressentida!! Prestou atenção? Veja bem a palavra: ressentir, re-sentir, sentir novamente!! Repetir-se, não inovar ,não renovar, chatice, monotonia, fim!
Gostaria de poder parar minhas emoções, ou pelo menos colocá-las gentilmente para dormir num bercinho daqueles de bebê, calmas e novinhas em folha.
Mas a minha realidade são as velhas e gigantescas ondas emocionais que teimam em voltar, reprise de capítulos já vistos, em se perder numa intensidade que rasga os limites,  que me deixa confusa, vazia e espantada.
Por que não consigo me conformar? Já passou da hora de me aquietar. O furacão emocional constante, somado à mania de verbalizar o que se passa nas minhas entranhas já me trouxe tantas perdas...
Tenho consciência de que começou como uma escolha. Escolhi o vento, quando inerte em um casamento estagnado como ferramenta para o movimento, a mudança, a fluidez. Pude sentir a brisa chegando, me deixando impregnada de frescor, trazendo um cheiro bom de dança. Pude perceber o vento tornando-se mais forte, me dando velocidade, adrenalina, vontade. Mas quando foi que esse vento se tornou um furacão sem que eu percebesse? Quando foi que eu permiti que minhas emoções começassem a destruir a minha fé em mim mesma, ou a destruir as emoções das outras pessoas ao invés de alimentá-las?
Do meu poço de dúvidas, observo meus próprios atos e tento assim me certificar do que reconheço de mim. Não confio mais em alguns dos meus mais arraigados valores.
Sempre me julguei  profunda, intimista, comprometida emocionalmente. Mas onde na profundidade cabe o modo como tenho agido?
Paira a sensação da existência de um elo nesses questionamentos todos...
Será que de repente alguém vai jogar pó de pirlimpimpim, vou dizer “forma de uma mulher calma e senhora de si” , e tudo vai se resolver?
... Humor sempre me resta... Reconhecimento número um!
E onde entra a incapacidade de me dedicar às escolhas que eu faço? Será mesmo que tudo se resume ao comezinho da vida, à velha e enrugada vontade de ser amada e aceita? E os enganos e indecisões são devidos a essa ancestral carência que gruda viscosamente na minha pele? Sinto-me tão nua, tão indefesa contra esses monstros construídos de pedaços de mim mesma. Quero ajuda. E pra onde me viro só encontro críticas...
Ok, ok, tentação de entrar na vitimização, reconhecimento número dois!
Se só encontro críticas, é porque não me faço entender... Não peço ajuda claramente, sou confusa a respeito dos meus objetivos... Eles, assim como eu mesma, não me reconhecem...
Pois como podem me reconhecer e me ajudar aqueles a quem eu não me mostro? Criticam partes entrevistas de mim. E como fariam diferente? Nessas gigantescas ondas que me assolam, escolhi muitas vezes fugir de mim mesma. Escolhi não ser direta num assunto, ao invés de encará-lo de frente. Escolhi não prestar atenção no que realmente me fazia bem e o que me fazia mal. Me acomodei ao não comprar brigas justas e até necessárias.
Fugi de mim...
Todas as vezes que deixei pra lá, todas as vezes que me acovardei, todas as vezes que escolhi simplesmente o caminho mais fácil. Todas as vezes que depositei minha necessidade de segurança em outra pessoa além de mim mesma. Todas essas vezes, mostrei rostos diferentes,  eram todos fragmentos, esqueci de mostrar a ideia do todo. Fui divertida quando estava magoada. Fui compreensiva quando estava esgotada. Fui inquieta quando estava ofendida. Fui raivosa quando estava ferida.
Ainda tenho a capacidade de me analisar numa consciência partida/dividida, reconhecimento número três!
Mas onde andavam meus pensamentos mesmo? Ai, fio de pensamento que me escapa...Pensei rápido demais mais uma vez... Respira,respira, relaxa, deixa o pensamento chegar... Algo ligado à segurança... Como era mesmo?...
Achei! A necessidade de segurança nos relacionamentos! A insegurança que me leva a não bancar minhas escolhas, e me fazem boicotar o que sinto. Fazem-me rodear o que quero sem realmente me propor arriscar a aventurada busca da conquista. Opa, esse pensamento promete! Pelo menos quando analiso meus atos, encontro essa ação repetida. Cristo!! E a tonelada de culpa agora?  Culpa por não ter tido coragem. Culpa por ter sido cega e não ter visto isso mais cedo!  Filhotes de culpa na forma d remorsos engatinhando à minha volta. Ok, bom sinal, o pensamento mobilizou emoções, deve ser por aí mesmo o caminho. Respiraaaaa... Para de pensar, deixa o sentimento te levar!
Escolhas...
Di-fi-cul-da-de de fazer escolhas... Nossa, que coisa mais habituè isso... pensei tanto e acabei no mais comum dos lugares comuns... rejeição/culpa/abandono/escolha...
Conclusão final: sou brega e não tenho cura.... Não quero sentir mais nada hoje!!





 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Mini-cenas do cotidiano



Essa última segunda-feira minha filhota fez 9 anos... E parece que todo o inferno astral dela juntou no dia do aniversário... Ela entrou em crise, brigou com todo mundo, foi malcriada, mal humorada, rabugenta e resmungona. No fim do dia ela estava em lágrimas no sofá...

(eu) : -Vamos dar uma conversadinha sobre tudo o que aconteceu?

  [...] <- Intervalo de quase 1 hora onde ela falou sobre tudo o que aconteceu e conversamos sobre o lobo branco e o preto que carregamos dentro de nós, sobre consequência de ações, sobre como alimentar o lado bom e etc etc etc

(eu) : -Então Tita, entende que tu agindo assim não vai te levar onde tu quer chegar?

(ela, chorando ainda) : -Mas mãe, eu sou assim, e eu gosto de mim do jeito que eu sou!!



...é.... tenho muito que aprender.... hehe





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Brigar ou não brigar eis a questão






Nunca consegui ter uma boa briga com meu ex-marido. Nunca levantávamos a voz um com o outro.

Meu casamento visto de fora parecia maravilhoso, cheio de respeito mútuo. Daquele tipo de casamento que as pessoas dizem 'nãããooo, VOCÊS se separaram???'. Mas o que acontecia na verdade, é que iam-se acumulando as desaprovações mútuas, e esse pó não varrido, nem pra debaixo do tapete ia. Ficava se acumulando nos móveis, nas paredes, na vida. Sufocando mesmo quem nem era asmático.

Uma boa briga às vezes tem essa função: sacode a poeira de tudo, muda as coisas de lugar, permite que sejam olhadas por outros ângulos.

Quando um dos dois estourava (ou seja eu, que sempre tive o pavio mais curto), o outro negava qualquer autenticidade e reprimia totalmente... Coisas do tipo 'será que estás tão mal assim para precisar disso tudo?' (sendo que nem voz levantada existia...). E assim meu casamento foi morrendo de pura inanição e mesmismos.

Acabei de renascer das cinzas de uma gastroenterite do cão (e quem gosta de gato sabe o quanto isso quer dizer). Gastroenterite ataca estômago e intestinos ou seja, traduzindo emocionalmente, raiva ou não digestão de algum fato e medo de perder o controle e sobrecarga...
E isso me lembrou uma pá de coisas...

Há pouco tempo descobri que um dos meus (ainda) desconfortos com meu ex era o fato de eu ainda me manter cumprindo os acordos subentendidos feitos com ele quando casada (e ele, mais saudável do que eu nisso, não mais).
Um desses acordos era não falar o que eu sentia sobre o próprio casamento... Bom, acho que dá pra dizer que mais uma 'tarefa de terapia' está começando a ser cumprida com êxito.


Refletindo sobre os benefícios de uma boa briga ("ela está descontrolada"! hahaha)

Samanta