sexta-feira, 28 de março de 2014

Texto longo e muito bom...

Li esse texto faz algum tempo... Sobre o mundo emocional feminino e o desempoderamento disso pela cultura atual... O original está aqui:

http://papodehomem.com.br/porque-as-mulheres-nao-estao-loucas/

 mas também está copiado abaixo...




"Você é tão sensível. Tão emocional. Tão defensiva. Você está exagerando. Calma. Relaxe. Pare de surtar! Você é louca! Eu estava só brincando, você não tem senso de humor? Você é tão dramática. Deixa pra lá de uma vez!

Soa familiar?

Se você é uma mulher, provavelmente sim.
Você alguma vez escuta esse tipo de comentário de seu marido, parceiro, chefe, amigos, colegas ou parentes após expressar frustração, tristeza ou raiva sobre algo que eles disseram ou fizeram?
Quando alguém diz essas coisas a você, não é um exemplo de comportamento sem consideração. Quando seu marido aparece meia hora atrasado para o jantar sem avisar – isso é desconsideração. Uma observação com o propósito de calar você – como, “Relaxa, está exagerando” – logo após você apontar o comportamento ruim de alguém é manipulação emocional, pura e simples.
E é esse o tipo de manipulação emocional que alimenta uma epidemia em nosso país, uma epidemia que define as mulheres como loucas, irracionais, exageradamente sensíveis e confusas. Essa epidemia ajuda a alimentar a ideia de que as menores provocações fazem com que as mulheres libertem suas (loucas) emoções. Isso é falso e injusto. Acho que é hora de separar o comportamento sem consideração de manipulação emocional e começarmos a usar uma palavra fora de nosso vocabulário usual.
Quero introduzir um útil temo para identificar essas reações: “gaslaitear“.
(pequeno adendo do editor: “gaslaitear” foi uma adaptação do termo gaslighting para o português, para facilitar a compreensão do texto)
Gaslaitear é um termo usado com frequência por profissionais da área de saúde mental (não sou um deles) para descrever comportamento manipulador usado para induzir pessoas a pensarem que suas reações são tão insanas que só podem estar malucas.
O termo vem do filme de 1944 da MGM, “Gaslight“, estrelando Ingrid Bergman. O marido de Bergman no filme, interpretado por Charles Boyer, quer tomar sua fortuna. Ele se dá conta de que pode conseguir isso fazendo com que ela seja considerada insana e enviada para uma instituição mental. Para tanto, ele intencionalmente prepara as lâmpadas de gás (no inglês, “gaslights”, vindo daí o nome do filme) de sua casa para ligarem e desligarem alternadamente.
E toda vez que Ingrid reage a isso, ele diz a ela que está vendo coisas.

Nesse contexto, uma pessoa gaslaiteadora é alguém que apresenta informação falsa para alterar a percepção da vítima sobre si mesma.
Hoje, quando o termo é usado, usualmente significa que o perpetrador usou expressões como, “Você é tão estúpida” ou “Ninguém jamais vai te querer” para a vítima.
Essa é uma forma intencional e premeditada de gaslaitear, como as ações do personagem de Charles Boyer no filme Gaslight, no qual ele estrategicamente age para fazer com que sua esposa acredite estar confusa.
A forma de gaslaitear que estou apontando nem sempre é premeditada ou intencional, o que a torna pior, pois significa que todos nós, especialmente as mulheres, já tiveram que lidar com isso em algum momento.
Aqueles que gaslaiteaim criam reações – seja raiva, frustração, tristeza – na pessoa com quem estão interagindo. Então, quando essa pessoa reage, o gaslaiteador a faz sentir desconfortável e insegura por agir como se seus sentimentos fossem irracionais ou anormais.
* * *
Minha amiga Anna (todos os nomes trocados por questão de privacidade, claro) é casada com um homem que sente a necessidade de fazer observações não solicitadas e aleatórias sobre seu peso.
Sempre que ela fica brava ou frustrada com seus comentários insensíveis, ele responde da mesma maneira defensiva, “Você é tão sensível, estou só brincando”.
Minha amiga Abbie trabalha para um homem que, quase todos os dias, acha um jeito de criticá-la, assim como a qualidade de seu trabalho. Observações como “Você não consegue fazer algo direito?” ou “Por que fui te contratar?” são comuns para ela. Seu chefe não tem dificuldade em demitir pessoas (o que faz regularmente), então seria difícil pensar, baseado nesses comentários, que Abbie trabalha pra ele há seis anos.
Mas toda vez que ela se posiciona e diz “Não me ajuda em nada quando você diz essas coisas”, ela recebe a mesma resposta:

“Relaxa, você está exagerando.”
É muito mais fácil manipular emocionalmente alguém que foi condicionado por nossa sociedade para tal. Nós continuamos a impor isso sobre as mulheres pelo simples fato de que elas não recusam nossos fardos. É a covardice suprema.
Abbie pensa que seu chefe está apenas sendo um babaca nesses momentos, mas a verdade é que ele está fazendo esses comentários para induzí-la a achar que suas reações não fazem sentido. E é exatamente esse tipo de manipulação que a faz sentir culpada por ser sensível e, como resultado, se recusar a deixar seu emprego.
Mas gaslaitear pode ser tão simples quanto alguém sorrindo e dizendo, “Você é tão sensível”, para outra pessoa. Tal comentário pode soar inócuo, mas naquele contexto a pessoa está emitindo um julgamento sobre como a outra deveria se sentir.
Mesmo que lidar com gaslaitear não seja uma verdade universal para todas as mulheres, nós certamente conhecemos muitas delas que enfrentam isso no trabalho, em casa ou em seus relacionamentos.
E o ato de gaslaitear não afeta só mulheres inseguras. Até mesmo mulheres assertivas e confiantes estão vulneráveis. Por que?
Porque as mulheres suportam o peso da nossa neurose. É muito mais fácil para nós colocar nossos fardos emocionais nos ombros de nossas esposas, amigas, namoradas e empregadas, do que é impô-los nos ombros dos homens.
Quer gaslaitear seja consciente ou não, produz o mesmo resultado: torna algumas mulheres emocionalmente mudas.
Essas mulheres não conseguem expressar com clareza para seus esposos que o que é dito ou feito a elas as machuca. Elas não conseguem dizer a seus chefes que esse comportamento é desrespeitoso e as impede de trabalhar melhor. Elas não conseguem dizer a seus parentes que, quando eles são críticos, estão fazendo mais mal do que bem.
Quando essas mulheres recebem qualquer tipo de reprimenda por suas reações, tendem a deixar passar, pensando, “Esqueça, tá tudo bem.”

Esse “esqueça” não significa apenas deixar um pensamento de lado, é ignorar a si mesma. Me parte o coração.
Não é de se admirar que algumas mulheres sejam inconscientemente passivas agressivas ao expressarem raiva, tristeza ou frustração. Por anos, têm se sujeitado a tanto abuso que nem conseguem mais se expressar de um modo que seja autêntico para elas.
Elas dizem “sinto muito” antes de darem sua opinião. Em um email ou mensagem de texto, colocam uma carinha feliz ao lado de uma questão ou preocupação séria, de modo a reduzir o impacto de expressarem seus verdadeiros sentimentos.
Você sabe como é: “Você está atrasado :) ”
Essas são as mesmas mulheres que seguem em relacionamentos dos quais deveriam sair, que não seguem seus sonhos, que desistem da vida que gostariam de viver.

Desde que embarquei nessa auto-exploração feminista na minha vida e nas vidas das mulheres que conheço, esse conceito das mulheres como “loucas” tem de fato emergido como uma séria questão na sociedade e igualmente uma grande frustração para as mulheres em minha vida, de modo geral.
Desde o modo com que as mulheres são retratadas em reality shows a como nós condicionamos meninos e meninas a verem as mulheres, acabamos aceitando a ideia de que as mulheres são desequilibradas, indivíduos irracionais, especialmente em momentos de raiva e frustração.
Outro dia mesmo, em um vôo de São Francisco para Los Angeles, uma aeromoça que acabou me reconhecendo de outras viagens perguntou qual era minha profissão. Quando disse a ela que escrevo principalmente sobre mulheres, ela logo riu e perguntou, “Oh, sobre como somos malucas?”.
Sua reação instintiva ao meu trabalho me deixou um bocado deprimido. Apesar de ter respondido como uma brincadeira, a pergunta dela não deixa de apontar um padrão sexista que atravessa todas as facetas da sociedade, sobre como homens veem as mulheres, o que impacta enormente como as mulheres enxergam a si mesmas.
Até onde sei, a epidemia de gaslaitear é parte da luta contra os obstáculos da desigualdade que as mulheres enfrentam. Gaslaitear rouba sua ferramenta mais forte: sua voz. Isso é algo que fazemos com elas todos dias, de diferentes modos.
Não acho que essa ideia de que as mulheres são “loucas” está baseada em algum tipo de conspiração massiva. Na verdade, acredito que está conectada à lenta e firme batida das mulheres sendo minadas e postas de lado, diariamente. E gaslaitear é uma das muitas razões pelas quais estamos lidando com essa construção pública das mulheres como “loucas”.
Reconheço ter gaslaiteado minhas amigas no passado (mas nunca os amigos – surpresa, surpresa). É vergonhoso, mas fico feliz em ter me dado conta disso e cessado de agir dessa maneira.
Mesmo tomando responsabilidade por meus atos, acredito sim que, junto com outros homens, sou um produto de nosso condicionamento. E que ele nos dificulta admitir culpa e expor qualquer tipo de emoção.
Quando somos desencorajados de expressar nossas emoções em nossa infância e adolescência, isso faz com que muitos de nós sigam firmes em sua recusa de expressar arrependimento quando vemos alguém sofrendo por conta de nossas ações.

Quando estava escrevendo esse artigo, me lembrei de uma de minhas falas favoritas de Gloria Steinem:
“O primeiro problema para todos nós, homens e mulheres, não é aprender; mas sim desaprender.”
Então, para muitos de nós, o assunto é primeiro desaprender como usar essas lâmpadas de gás (referência à origem do termo gaslighting/gaslaitear) e entender os sentimentos, opiniões e posições das mulheres em nossas vidas.
Pois a questão de gaslaitear não seria, em última instância, sobre nosso condicionamento em acreditar que as opiniões das mulheres não têm tanto peso quanto as nossas? Que o que elas têm a dizer e o que sentem não é tão legítimo quanto o que nós dizemos e sentimos?"

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quinta-feira, 27 de março de 2014

Enquanto o amor não vem


Vocês já leram esse livro? É da Iyanla Vanzant... Num capítulo chamado 'Limpando a geladeira' (rs, é eu sei...), tem um trecho que fiquei com vontade de postar aqui...

"Você começa a construir sua integridade nos relacionamentos. Começa a desenvolver limites. Tem que começar a esclarecer o que irá ou não fazer, como irá chamar as pessoas para que apareçam e participem da sua vida; quanto do seu ser quer de fato entregar; e se vai ou não vai cumprir os compromissos que fez consigo. Quando você se torna cúmplice da atitude de outra pessoa que se esconde ou se abstém, não está agindo com integridade. Está agindo dentro de um estado de negação e irresponsabilidade. (...) Nos relacionamentos, é muito frequente não só abrirmos mão de nossa integridade ao fazermos coisas que juramos que não iríamos fazer, mas perdemos nosso respeito próprio ao permitirmos que outra pessoa faça em nossa vida o que nós mesmos não faríamos. Quando nos encontramos em situações que comprometem nossa integridade, temos que aprender a amar aquela pessoa à distância até que ela consiga mudar. (...)

(...) Se você não se ama o suficiente para manter sua integridade, se não tem uma noção sólida de autoestima e amor- próprio, vai ser difícil amar as outras pessoas. Pode precisar delas ou quere-las, o que significa que na verdade você está sendo co-dependente; provavelmente trata-se mais de uma troa de carências, o que raramente dura ou funciona. (...)"


Bom, né? Eu achei!


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terça-feira, 25 de março de 2014

Dias uns depois dos outros....


Gripe chata m' esculhabando, três dias de cama, overdose de T.V...

Tenho uma amiga que diz "quando eu for evoluída como aqueles que não veem T.V."... Pois é, minha evolução foi pelo ralo, estou sabendo tudo sobre todos os canais (menos os de esporte, que isso nem gripada desce).

Quem quer saber o quê? conto tudo! :p

Que foi? Quem não tem namorado, chora com as novelas mesmo... rs

A T.V. me põe em contato com o pior comezinho da vida... a parte mais irritante, mais chata , mais repetitiva... Também, quem manda eu ter pretensões de ser diferente, original e o escambau, né? quanto mais eu vejo televisão, mais sinto que vou perdendo a forma...mais viro ameba. Mais um pouco de gripe e acabo fazendo divisão binária! urg... Por isso que a minha é daquelas tvs de 14' ainda...rs

O pior (ou melhor) é que eu não acredito em contos de fadas. Não. Eu acredito mesmo em contos de Vida. Deve ser porque tem tanta real que levanta da minha maca diferente e fazendo a diferença, que a vida me prova todo dia que ela é mais do que mostra a mais melosa das novelas...
Alguns levam 4 meses... outros 4 anos... Mas de verdade, quem eu convivo na minha salinha é gente que transforma, que melhora, vive melhor porque uma hora resolveu que queria melhorar. Isso é melhor do que qualquer conto de fadas.

O bom disso? ahmmm... é que minha cabeça esvazia... É quando consigo não pensar... e saem todos os pensamentos, inclusive aqueles que me incomodam...

Mas peraí, que o papo tá bão, mas a novela já vai começar!!!


Rindo muito sozinha,

Samanta



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quinta-feira, 20 de março de 2014

Piadinha

Três amigas, uma namorada, uma casada e uma amante decidiram fazer uma brincadeira:
Seduzir seus homens usando uma capa..., corpete de couro, máscara nos olhos e botas de cano alto, para depois dividir a experiência entre elas.
...
No dia seguinte, a namorada iniciou a conversa:
- Quando meu namorado me viu usando o corpete de couro, botas com 12 cm de salto e máscara sobre os olhos, me olhou intensamente e disse: 'Você é a mulher da minha vida, eu te amo'. Fizemos amor apaixonadamente.
A amante contou a sua versão:
- Encontrei meu amante no escritório, com o equipamento completo! Quando abri a capa, ele não disse nada, me agarrou e fizemos amor a noite toda, na mesa, no chão, de pé, na janela, até no hall do elevador!

Aí a casada contou sua história:
- Mandei as crianças para a casa da minha mãe, dei folga pra empregada, fiz depilação completa, as unhas, escova, passei creme no corpo inteiro, perfume em lugares estratégicos e caprichei: capa preta, corpete de couro, botas com salto de 15 cm, máscara sobre os olhos e um batom vermelho que nunca tinha usado. Pra incrementar, comprei uma calcinha de lycra preta com um lacinho de cetim no ponto G. Apaguei todas as luzes da casa e deixei só velas iluminando o ambiente. Meu marido chegou, me olhou de cima abaixo e disse:
- Fala aí, Batman, cadê a janta?


Choreiiii de rir... confesso que me identifiquei um pouco.... kkkkkk... Pois é... cada vez que eu começo a ficar de bem com a ideia de casamento novamente, leio ou escuto algo parecido e volto à estaca zero!! kkkkkkkkk




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terça-feira, 18 de março de 2014

Mini - cena




eu: - Ziba, vai junto comigo buscar tua irmã na casa da Bebel?

Ziba: -Mãe, tu anda tão carente, né?


néééééééééééééééééééééé!!!! kkkkkkk






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segunda-feira, 17 de março de 2014

"Pergunta: Amado Prem Baba, eu estou em um relacionamento por mais de 20 anos. Sempre conversamos sobre tudo, então me parece ser um relacionamento transparente. Há alguns anos começamos a experimentar ter um relacionamento aberto, onde os dois estão livres para ter amantes. Nós até conhecemos o amante do outro. Você poderia comentar sobre tal relacionamento?

Prem Baba: Talvez, nesse momento da jornada, vocês estejam precisando viver essa experiência. Apenas estejam atentos, porque a luxúria é a rainha deste mundo, e ela não vai abrir mão do seu trono facilmente. Observe se de fato o coração está se abrindo, e se vocês não estão colocando um relacionamento contra o outro, ou seja, utilizando um relacionamento para fugir do outro.

Esse estágio, onde você experiencia a diversidade, movido pela riqueza das diferenças, pela liberdade, pela espontaneidade e pelo amor, existe, mas é muito raro. Se for o seu caso, você está prestes a se emancipar. Se for um truque do ego, logo você saberá. Não há como não saber, porque, se for um truque do ego, logo o sofrimento vai bater na sua porta.

É muito comum que a luxúria, para continuar exercendo seu poder e domínio, utilize essa artimanha de colocar um relacionamento contra o outro. Isso acontece para escapar da revelação. A revelação é o que mantém a chama erótica acesa, e é o combustível para a intimidade. O mais comum é que, quando a relação pede por revelação, ou seja, pede que você toque nas páginas secretas da sua vida, você fuja. Você foge através de outro relacionamento, com a intenção de pular as páginas do livro. Páginas que envolvem a superação do medo, da obstinação e do orgulho. Quando tais páginas são tocadas, a tendência do amante é de se recolher. Então, você foge buscando outra pessoa ou fica com a mesma, porém fechado, e se defendendo para que a aquela página da sua vida nunca seja revelada.

Por quê? Porque, provavelmente sejam coisas das quais você se envergonha. O isolamento, normalmente é criado pelo medo e pela vergonha. Isso significa que têm episódios da sua vida que você ainda não aceitou. Episódios de humilhação que você não quer entrar em contato e, muito menos, que o outro descubra isso. Daí o isolamento. Você pode estar isolado sozinho, ou isolado dentro de um casamento de muitos anos. Somente as superfícies se encontram, e os centros não podem se tocar, porque esses muros do medo e da vergonha (além de outros sentimentos) estão entre eles.

Naqueles casais onde a moral religiosa é muito forte, eles acabam ficando juntos, muitas vezes, movidos pelo medo de desagradar à família, o padre ou Deus (o medo das consequências, afinal, você se casou para a vida toda e tem que ficar junto até que a morte vos separe). É possível que, por conta desse medo, você permaneça na relação, porém fechado, esperando a morte chegar e trazer a solução para o problema.

Se você não carrega essa moral religiosa tão aguda, você parte para a variedade, e começa a se relacionar com pessoas diferentes, movido pela crença de que em algum momento você encontrará a pessoa perfeita. Talvez movido pela síndrome de Walt Disney - a crença de que vai encontrar o príncipe encantado ou a princesa encantada, e será feliz para sempre. Mas, quando o encontro esbarra naquela página que você precisa manter trancada em negação, você se fecha e, então, vai passar um tempo “trocando seis por meia dúzia”, até que chega uma hora em que você perde a esperança e começa a acreditar que não nasceu para isso: “É melhor virar brahmacharya porque isso não é para mim”. Por que isso não é para você? Porque você não desenvolveu habilidade para lidar com o seu lado escuro, e a relação vai tocar no seu lado escuro. Ela vai tocar naquelas páginas da vida onde existem coisas difíceis – a página da vergonha, do medo. Aquelas páginas que você protege de todas as formas.

Eu tenho um casal de devotos que está em crise. (risos) Ok, eu sei: Quem não está em crise? Mas, esse está passando por uma crise bem intensa. E o rapaz, na intenção de fazer um exercício de autoconhecimento, colocou no papel todo o “não” dele para a relação. Ele deixou o “não” falar e foi escrevendo, de uma forma autobiográfica - o quanto ele odiava, o quanto a luxúria atuava. Ele foi escrevendo todos os detalhes. Só que ele deixou isso tudo em cima da mesa. Não sei onde exatamente, mas a moça pegou e leu tudo. (risos) Nós estamos rindo, porque precisa ter senso de humor para lidar com isso. Mas, eles não estão nada bem humorados. Porque tudo o que estava sendo negado, veio para fora de uma forma muito destrutiva. Essa foi a forma que foi possível. Chega uma hora em que a entidade se sente tão sufocada, que ela tem que dar um jeito de resolver a situação. A consciência queria que fosse diferente, mas existem muitas instâncias inconscientes que, justamente por estarem inconscientes, agem à revelia da vontade. Elas traem a consciência.

Por mais difícil que essa situação seja, eu vejo como uma benção. Porque esse é um passo verdadeiro em direção à amizade. E, antes de serem amantes, deve haver amizade. Isso se a intenção é se mover na direção do amor. Há que se ter a disposição de receber a revelação do outro, assim como há que se ter a disposição de se revelar para o outro, mesmo que seja muito desagradável. Às vezes, a revelação é tão difícil que você não consegue segurar e se afasta. Você precisa romper a relação, mesmo que esse rompimento não signifique a cura da relação. É apenas um remédio amargo, mas você precisa desse afastamento para elaborar algumas coisas.

Porém, a cura somente se completa quando chega ao coração; quando chega na amizade, na compreensão e no perdão. E, novamente na união, mesmo que não seja uma união de amantes.

O foco da relação deve estar em se mover para o coração, até que em algum momento, você possa completar o seu estudo, que é encontrar o masculino e o feminino dentro de você.

Repetidas vezes eu trouxe durante essa temporada, a importância de uma atenção especial, para que você identifique quem em você está se relacionando com o outro – porque e para quê. Muito embora o relacionamento seja a universidade da vida, existem alguns que querem continuar eternamente nessa universidade. Embora a vida esteja sinalizando que o curso terminou, ou esteja terminando.

O ego é muito astuto. Falando mais especificamente, a luxúria é muito astuta. Ela não vai querer abrir mão de você muito facilmente. Eu estou falando de vício – o vício na codependência. Em algum momento, você vai ter que usar a espada da vontade para se livrar desse vício. Até porque essa felicidade que você está procurando, você não vai encontrar no relacionamento. A felicidade duradoura que você está buscando, não se encontra no relacionamento. Por mais importante que seja o relacionamento com o outro, é somente uma passagem. É possível que o karma determine que você fique com essa pessoa a vida inteira, e não há nada de errado com isso. Mas, o engano está em você acreditar que você vai encontrar a felicidade e a paz duradoura nessa relação.

Essa felicidade você somente encontra em Deus; você encontra dentro do seu coração. O outro é uma ponte para que você possa se voltar para o seu coração. Mas, eu tenho visto muitos dos meus amigos, viciados no outro. E esse vício te lança ao sofrimento irremediavelmente. Porque, em algum momento, dentro desse estudo que é o relacionamento, você se perdeu. Você ficou identificado com algum aspecto do seu psiquismo, da sua criança ferida, projetando os pais no outro, sem nenhuma consciência disso. Assim, você desperdiça a vida tentando transformar o outro, e fazer dele aquilo que você acredita que ele tem que ser. Isso é impossível.

O outro, durante uma fase da jornada, é o seu mestre. Porque está iluminando muitos campos do seu corpo emocional que ainda estão em negação, e que insistem na guerra; insistem em dominar e fazer do outro o seu escravo; insistem em machucar e ser machucado. Então, durante uma fase, o outro tem esse poder de te ajudar a perceber que existem pactos de vingança e pontos de ódio que precisam ser iluminados. Conforme esses pontos vão sendo iluminados e transformados, você começa a desvendar o amor e a ter uma relação íntima e amorosa com o outro.

É nesse momento que o tantra pode entrar na sua vida, para ajudar a energia subir para o coração; para unir a energia sexual com o amor. Esse é um dos maiores desafios para o ser humano. Porque essa unificação da corrente sexual com o amor, produz um êxtase muito profundo que a entidade teme. É um vislumbre do samadhi, do êxtase cósmico. E, se a entidade está identificada com o escuro, ela teme desaparecer. Assim, ela acaba insistindo em manter o jogo do ‘eu’ inferior.

Mas, quando ela está atenta na auto-observação, ela identifica essas armadilhas e continua a jornada rumo ao coração, e para além dele - que é esse movimento de emancipação, ou seja, a unificação do feminino e do masculino, dentro.

Dentro desse movimento em direção à emancipação, é possível que haja essa experiência de variedade, onde você não joga uma relação contra a outra. Mas, eu volto a dizer que esse é um caso raro. Eu rezo para que seja o seu caso." (Prem Baba)

quinta-feira, 13 de março de 2014

Homenagem a uma amiga...

Esse é um poema de uma amiga querida.... Poema lindo e triste, mais lindo do que triste, pois expressar sentimentos sempre faz parte de uma vida que vale a pena ser vivida...
 
 
 


 
By Thais Moura




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quarta-feira, 12 de março de 2014

Mini cena do cotidiano




Eu: Tita, você não lavou a louça, vai lavar!

Tita: Não!

Eu: Anda!

Tita: Mãe, quando eu crescer vou te colocar num asilo!



#medo


kkkkkkkkkk



sábado, 8 de março de 2014

O segredo




Ela com 17 anos recém completados... ele com poucos dias de 20...
Combinaram de viajar juntos para Teresópolis. Ele pediu emprestado um pequeno apartamento (o amigo 'roubou' a chave de onde ficava guardada na casa dos pais), e foram de ônibus do Rio até lá. Em pé. Mas tudo bem, porque estavam tão nervosos que não iam conseguir ficar sentados quietos mesmo.
Ela falando pouco e respirando curto.
Ele contando piadas sem graça e muitas vezes sem final...
Quando finalmente chegaram no apartamento não sabiam o que fazer. Então ela pediu pra saírem e comprarem um garrafão de vinho, que era a única coisa alcoólica que ela bebia porque era docinho.
O vinho cumpriu seu papel, eles conseguiram descongelar, começar a se tocar e o resto aconteceu sozinho, como tinha que ser.
Foi estranho e meio atrapalhado. Mas foi novo, comovente e cheio de carinho.
Dormiram juntinhos, e passaram a noite toda acordando ao mesmo tempo, por alguns segundos. Só para se olharem e dormirem novamente.
No dia seguinte ela ficou um pouco insegura e perguntou se tinha acontecido tudo certo. Ele meio envergonhado respondeu:

-Espero que sim, foi minha primeira vez também...


foto by Guisela Hilbert


quarta-feira, 5 de março de 2014

Mini cena...

Hoje passei algumas horas jogando uma coisa parecida com RPG com meus filhos (tipo, alguuuumas hooooras mesmo) ... Chegou um momento que Tita queria sair...

Ziba: -Tá, então sai, qual o problema? (com cara de 'cala a boca insignificante irmã mais nova!')

Tita: - Não, eu não quero deixar a mamãe sozinha, azarada nesse jogo como ela é!

Eu: -nananãaana, azar no jogo, sorte no amor!

Tita: - Não, mãe , tu és azarada nos dois!
...
tóing!!

hehehe
 
 
 
 
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terça-feira, 4 de março de 2014

Partes que deixam a gente inteira...




O que a gente faz quando o coração começa a descongelar contra a nossa vontade?

Nesses últimos três ou quatro anos eu tenho andado bem focada em trabalho e saúde... Nisso eu tenho gastado a maior parte da minha energia, e deu muito certo. Hoje sou uma profissional melhor, mais realizada e mais segura. Também me cuido melhor, consegui contornar algumas coisas pesadas e estou mais equilibrada... Ao menos por hora... Mas vida a dois não tem sido uma coisa que eu tenha dado muita atenção. Não abro muito espaço para isso, nem me dedico tanto assim às coisas que aparecem. Não enfatizo, se é que me entendem.

É claro que eu paquerei com um ou outro, dei umas saídas, e me encantei um tanto, porque existe uma parte de mim que é romântica incorrigível e ali sempre existe lugar pra mais uma emoçãozinha... Mas a emoção se manteve somente até certa profundidade nesse tempo todo. A partir dali, estava tudo lacrado, higienizado e intocado. Eu não escolhi isso conscientemente, mas depois eu percebi a série de acontecimentos que levaram a essa escolha. E mesmo tomando consciência, permaneci na posição.

Eu fico feliz que ele esteja descongelando. Sabe? A parte mais profunda do meu coração bobo. Fico feliz de saber que essa parte ainda existe, porque eu já estava começando a duvidar. A parte generosa e invencivelmente confiante. A parte que me causa espanto quando leio no eu diário.

Ah, sim, porque a parte que eu tenho usado nesse tempo é mesquinha de dar medo! Insegura e titubeante. Ok, usei esse tempo para aprender o que não devo fazer. Foi produtivo. Não muito confortável, admito... Já estava na hora de mudar.

O problema é que obviamente ele não está descongelando da maneira fácil. Está sim, descongelando e me deixando cheinha de conflitos. E essa é a parte do 'contra a vontade'...Pra eu estar aqui em plena terça feira de carnaval pensando a esse respeito, tinha que ser, né... rs. Ai caramba, o que afinal faz parte do supérfluo e o que faz parte do essencial???

Rezando para que a Deusa me dê clareza (mas me sentindo bem),

Samanta




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