domingo, 31 de março de 2013

Meu mundo (cor de rosa?)




foto by Claudia Tommasi


Vivo em um mundo íntimo.
Pessoas se olham nos olhos.
Assuntos difíceis são abordados com verdade.
Pessoas perguntam antes de tirarem conclusões. Tá, nem sempre. Mas chega uma hora que perguntam, e mudam de conclusão, se necessário.
Existe o questionamento do que naquela situação vivida me pertence e o que pertence ao outro de fato.
Pessoas, mesmo que se conheçam pouco, mesmo quando só existe uma empatia inicial ainda, se importam. Tomam cuidado afetivo umas com as outras.
A afetividade não é reprimida, e sim incentivada como coisa saudável e não necessariamente sexual.
Pessoas se comportam como agregadores, e não como rivais.
O respeito é uma coisa tão explícita nas crenças, que se pode relaxar e brincar. Por isso é mais fácil ser confiante em si mesmo...
Pessoas acreditam umas nas outras.
A intimidade emocional, onde há abertura para se conhecer uns aos outros de fato, é regra e não exceção... Independente de sexo, credo, opção sexual ou estado civil...


Realmente me dei conta hoje que vivo em um mundo bem melhor do que a maioria dos humanos...

Atônita!


E pois é... Ao que parece "sexo" realmente continua sendo um assunto bastante tabu, mesmo em plena vigência do ano de 2013... Ou talvez principalmente nesse ano onde tanto se anda discutindo não só a homofobia, como tantas outras fobias por aí.

Me desculpem os incomodados, mas não vou entrar nessa! Não vou me contaminar com mais fobias do que as que já tenho. Às vezes me esqueço, por trabalhar em um círculo onde as pessoas realmente se propõe ao reconhecimento profundo emocional, físico e espiritual, que ainda existe muita visão superficial por aí. Que pena que é assim, mas não é por isso que vou superficializar também

Pode-se viver mergulhando em suas limitações, direcionando as palavras (minhas e todas as outras) para alimentar seus próprios medos e inseguranças... E pode-se escolher lidar com cada obstáculo e incômodo como uma maneira de crescer. As limitações, medos, inseguranças, estão todas dentro de nós. É a maneira como escolhemos olhar para cada situação que a torna caminho de crescimento, ou adubo para mesquinharias.

Continuarei falando sobre sexualidade, sentimentos, saúde, cotidiano, coisas bobas, coisas profundas, trabalho, praia, lazer, exposições e todo o etc que permite o "tudo-junto-e-misturado" que aqui me proponho, nessa mesma linguagem intimista que permeia todo esse blog, e que é meu estilo de escrita.

Você pode me amar ou me odiar, a diferença fundamental será para você, que estará sentindo o que escolheu sentir.



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sexta-feira, 29 de março de 2013

Para você...


Falamos demais...
Ultrapassamos barreiras que não podíamos transpôr sem que mudássemos...
Não respeitamos o 'não saber' implícito que amantes sensatos têm o cuidado de manter...
Contamos nossos segredos...
Não preservamos o mistério... E você diz que isso acabou com sua fome.
Te puxei para meu mundo de intimidades vaporosas, condensadas, sufocantes...
Sou mulher de confessionários, meu querido... De trazer a verdade exposta, mesmo que ela tenha cheiro de podre.
Desculpe, pra mim tem que ser assim... Pra valer a pena, tem que ser assim.
E sou assim porque posso reconhecer minha podritudes também... tantas! Tantas que aceito as tuas sem diminuir nada do teu 'ser homem'.
Aceito tuas fraquezas, não porque sou forte e posso suportá-las por ti, mas porque secretamente sou mais frágil ainda e admiro a capacidade de reconstrução sem negá-las que você tem.
Te admiro.
Eu me apaixono pelo que conheço bem. Não pelo que fica escondido atrás do véu enigmático do 'talvez'.
Gosto de investigações. De dissecações.
E isso leva a um novo nível de intimidade, compreendo.
A possibilidade de sermos amigos declarados, revelados e amantes completos é ir por um caminho mais profundo do que qualquer um de nós já foi. Pelo menos do que eu já fui...
Mas essa possibilidade dá trabalho. Porque o desvendar do mistério abre justamente a porta do inexplorado...
Tudo que é completamente novo precisa ser aprendido, e está fora da zona de conforto.
É aprendizado.
... E esse é meu mundo... 
Não o seu.
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Para quem faz 40 anos esse ano...



"De que me adianta temer o que já aconteceu? O tempo do medo já aconteceu, agora, começa o tempo da esperança..." (Paulo Coelho)

 
by Zahir
 
 
 

 Bem vindo aos "enta"! Te desejo que as crises dessa idade venham , porque crises trazem profundidade e conteúdo e, egoista que sou, gosto de ti profundo e profícuo... Mas te desejo que as alegrias também venham, porque bálsamos são necessários, trazem a doçura para continuar bem vivendo e, humana que sou, quero-te feliz... Outrossim te desejo, se você também assim o desejar, desertos onde água e essência possam conviver, pois mulher que sou, acredito em mágica e sonho-te síntese perfeita...
 
 
Escrevi para você, Zahir... Mas creio que podemos generosamente (?) estender para todos os quarentões que estão adentrando a praça....
 


"O café pendente"

 
 
 
 
 

"Entramos em um pequeno café, pedimos e nos sentamos em una mesa. Logo entram duas pessoas:
- Cinco cafés. Dois são para nós e três "pendentes".
Pagam os cinco cafés, bebem seus dois e se vão. Pergunto:
- O que são esses “cafés pendentes”?
E me dizem:
- Espera e vai ver.
Logo vêm outras pessoas. Duas garotas pedem dois cafés - pagam normalmente. Depois de um tempo, vêm três advogados e pedem sete cafés:
- Três são para nós, e quatro “pendentes”.
Pagam por sete, tomam seus três e vão embora. Depois um rapaz pede dois cafés, bebe só um, mas paga pelos dois. Estamos sentados, conversamos e olhamos, através da porta aberta, a praça iluminada pelo sol em frente à cafeteria. De repente, aparece na porta, um homem com roupas baratas e pergunta em voz baixa:
- Vocês têm algum "café pendente"?

Esse tipo de caridade, apareceu pela primeira vez em Nápoles. As pessoas pagam antecipadamente o café a alguém que não pode permitir-se ao luxo de uma xícara de café quente. Deixavam também nos estabelecimentos, não só o café, mas também comida. Esse costume ultrapassou as fronteiras da Itália e se difundiu em muitas cidades de todo o mundo." Dica do Julio Fontes do Coletividade.

(via Razões Para Acreditar)
 
 
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quinta-feira, 28 de março de 2013

Afinal?




 foto by Mapplethorpe


Esses dias me perguntaram se eu não me achava muito 'provinciana' em relação a sexo.

Tenho a leve impressão que estavam querendo me convencer de algo (risos), e que desmontei o argumento quando respondi "Claro! E é por opção!".
Afinal de contas, o que é ser provinciana nesse assunto? É querer sentimento (ou no mínimo emoção) grudado no ato? É não pular etapas, porque etapas são deliciosas? É querer intimidade de gentes antes de intimidade de corpos?

É inevitável verdade que  nossa compreensão do próprio corpo (nós mulheres) vai mudando quando vai chegando nos 30, e aprofundando a mudança aos 40...

Nos 30 ganhamos a liberdade de entender o que é ser mulher fisicamente falando. Parece que o corpo se abre e nos conta todos os segredos que nos deixaram encafifadas nos 20. É um mundo de descobertas e sensações (o mundo do "juuura que eu posso mesmo fazer isso??  - risos de novo). A mente acompanha o corpo também, e o 'posso' vem acompanhado do 'quero'... Muitos 'quero experimentar' nada provincianos...

Nos 40... Bom, a gente ganha mais liberdade de ser a gente mesma. É a idade que a gente já passou por alguns traumas cabeludos, já dessensibilizou, e tem que escolher o que fazer com isso. Já conhecemos nosso corpo e as possibilidades dele, a libido aumenta e ao mesmo tempo observamos que existem algumas partes congeladas...

Agumas mulheres escolhem deixar o congelamento intacto. A parte insensível continua insensível, não se incomodam com isso, investem nas inúmeras outras partes que toda mulher multi tem... E tudo bem seguir por esse caminho!
E tem mulheres que escolhem olhar e mexer no que está congelado.
Eu escolhi derreter.

Cada mulher tem uma geleira diferente a explorar... A minha particular fala de religar sentimentos profundos e sexualidade. Fala de realmente saber o que quero e persistir nisso. Fala de bancar o que é bom principalmente pra mim. E sair desse caminho é entrar no meu túnel obscuro, onde não respeito quem sou.

Não espero que entendam ou aceitem, e com certeza nesse pequeno escrito não consegui passar tudo o que é... Porque, como disse anteriormente, cada caminho é muito particular...




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quarta-feira, 27 de março de 2013

Coisas que toda mulher com mais de 30 já esqueceu um dia...








Minha defesa do esquecimento já se faz sentir... Minha memória dele se apaga pouco a pouco...
O que mesmo eu admirava tanto? Como mesmo eu tremia? Qual mesmo era aquele jeito que me derretia? Quando mesmo que ele foi embora?

Cada vez me espanto mais com a capacidade do meu inconsciente de ter desejos próprios, ou ainda pior, guiar minhas ações, muito mais do que minha razão, ou até meus sentimentos...

Tenho tentado me equilibrar, mas não tenho tido muito sucesso. Então adotei aquela teoria de que a balança vai primeiro aos extremos para depois chegar ao meio, e tenho feito exatamente o contrário do que sempre faço nessas ocasiões (é, eu sei, mas não é realmente pra ser lógico! Só pra ser diferente... diferente de mim mesma... diferente do que não esqueci!).

Não tenho ido em busca do prazer sem compromisso, ou do poder que um coração inatingível parece ter sobre o elemento masculino. Até porque também já esqueci como se faz isso... Pelo contrário, tenho procurado me preservar, buscando algo que possa ser produtivo, apesar das escorregadelas ocasionais mergulhada nos copos da vida, o que também faz esquecer ( e como diz aquela frase daquele filme, se não lembro é porque nunca aconteceu!).

Gostaria de entender porque tenho tanta dificuldade de deixa-lo ir... do porque desse apego todo, se nem ao menos lembro mais!
Que dificuldade tenho de me desgrudar dos meus amores! Acho que do próprio amor mesmo, mas do que do sujeito amado... Talvez isso venha daquele sentimento antigo, vindo lá da adolescência, que acreditava que amor não morre... E disso parece que não esqueço...arre!


É...e essa confusão toda também passa...



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terça-feira, 26 de março de 2013

Para Eliéser e Fabiano



Queria contar uma história pros dois...

Comecei a escrever aqui em janeiro de 2012... Então publiquei alguns textos que tinha engavetados e que gostava, em fevereiro escrevi alguns ainda empolgada, cheia de novas idéias, mas por volta do fim do mês, começo de março (acho), me dei conta que ia me dar uma boa dose de trabalho fazer o troço funcionar... Mesmo escrevendo por prazer, como é o que acontece, escrever exige disposição... Me dar conta disso foi um pouco de balde de água gelada... Nunca fui muito boa em manter nada, canso rápido!
Aí me sentei na frente do note, entediada e sem inspiração, e/ou talvez com resistência de mostrar tanto de mim, porque afinal todo texto é exposição, a resmungar comigo mesma e cliquei no "próximo blog".

O blog que apareceu foi o do Eliéser, com um texto sobre o show do Chico que ele tinha ido assistir... Adorei o texto. Rolei pros textos anteriores, encontrei os textos em dupla com o Fabiano. Muuuuito legais! Depois de ler os textos em dupla, pulei para o blog do Fabiano, e depois voltei para o do Eliéser, a ler os textos solo dele... enfim, passei o dia  todo, horas a fio, lendo vocês. E achei tudo aquilo, tão, TÃOOO bacana! Os dois escrevendo com jeitos tão diferentes e ao mesmo tempo tão complementares pra mim... Tenho partes dos dois modos de vocês. E o entrosamento visível entre ambos...
Ví gente por trás das palavras. Talvez por ser mulher, talvez por ser tão aquática e emocional, a impessoalidade me mata... E com vocês consegui imaginar personalidades... Eliéser mais constante, num ritmo reconhecível, com "sentires" subterrâneos, Fabiano com seus 4 ou 9 humores, aparecendo cada hora com um espírito diferente...
Me encantei pelas possibilidades tão grandes do escrever, me inspirei com vocês... Me encorajei. Resolvi continuar.

Ou seja, meu blog continua existindo (para o bem ou para o mal dos outros, kkk... mas com certeza para meu bem!), com a ajuda (bem real e palpável pra mim) que tive de vocês. Por isso leio com especial carinho os textos de ambos, fico realmente feliz com o retorno do Fabiano, e satisfeitíssima com os comentários no Gota na Poça... Fico parecendo criança... :)
Hoje o escrever é quase um vício, fico agoniada quando sinto as palavras se avolumando e demoro para botar dedos afora...

Então acho que essa história é um agradecimento... Grata por terem me mostrado um caminho tão gostoso quanto esse tem sido... Grata pelos textos de ambos... Que tenham vida longa!



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14º mini-cena do cotidiano





Minha filha (8 anos) que ficou de molho em casa esses dias (consequentemente eu também...), por conta da gripe, estava brincando de vendedora...

Fui dar uma olhada na lista de preços que ela tinha feito, e ví que os ítens mais caros (mais valorizados) eram livros e velas.!! Mais do que TV, mais do que roupas, mais do que os DVDs...

:D

#orgulho estourando da minha aprendiz de samantinha!!


hammm.... A caixa de bombom também tinha um preço razoavelmente alto... É, não dá pra ensinar só coisas boas... :P

13º mini-cena do cotidiano...



Tita (8 anos): - Mãe, sabia que eu te amo?

Eu (olhando enviezado já): - Tá, o que tu tá querendo, heim?

Tita (depois de ficar congelada uns 10 segundos, com cara de hã?): -Amooor!

...E quem conhece a figura sabe com que cara ela disse isso... :P



#quebrou minhas perninhas será?




Coisas que toda mulher com mais de 30 já doeu um dia...






"O pensamento mais forte que me vem no momento é que não se pode enganar o destino.
Fico pensando em tudo que fiz para perpetuar, os subterfúgios que usei, todo o jogo sujo, chantagem emocional, mentiras e verdades torcidas... Todo o esforço que fiz para encaixar as coisas!
Tudo porque achei que valia a pena. Achei que seríamos um casal muito legal. Nunca deixei que ele realmente escolhesse, e quando deixei... quando deixei, ele se foi...
Agora me atormento escolhendo pensar que eu poderia (deveria!) ter deixado isso acontecer antes...
Agora eu peço pra me guiarem pelo caminho certo, e talvez esse seja mesmo o caminho... ser guiada.
Dói quando penso que não vou achar ninguém tão perfeito quanto ele é pra mim. Fico meio desesperada quando penso é que não vou achar mais ninguém... rejeição dóóóóóiii! Dói quando penso em ficar sozinha. Dói a dor da velhice, a dor de que deixei minha última chance real passar...

... mas tem uma coisa engraçada junto com tudo isso... Que me faz pensar que talvez (apenas remotamente) este seja realmente "o" caminho para nós dois : eu estava com uma dor no peito, como uma mão me apertando o coração. E agora passou. O cardíaco parece desobstruido assim, de repente.
Saiu o peso da força toda que eu estava fazendo... só de parar de pensar que não poderia voltar atrás em função das escolhas que eu tinha feito.... de parar de assumir toda a responsabilidade por manter a união...
O pensamento mais forte que me vem no momento é que não se pode enganar o destino..."




E hoje posso dizer sem medo pra quem quiser ouvir.... Tuuuudo isso passa! Passa de não deixar nenhum rastro... Passa da gente ficar feliz que passou e poder dizer que sabe que passa... Passa da gente se perdoar por tudo, por cada detalhe...

Não passou ainda pra você? hammm... talvez seja a hora de eu mencionar que sou terapeuta? rs

segunda-feira, 25 de março de 2013

O mundo em um prédio



Esse verão minha filha usou um vestido que era meu, na idade dela...

É um daqueles vestidos especiais, de quando moramos na França e o nosso prédio era ocupado por estudantes doutorandos de vários países (com suas devidas familias), todos órfãos de amizades próximas, antigas e sólidas, formando laços instantâneos cheirando a sobrevivência. Nessa época, minhas melhores amigas eram indianas, minha "babá" era venezuelana, viajava nas férias com um amiguinho brasileiro de João Pessoa, dava uma paqueradinha no vizinho da frente (grego), e morria de ciumes do afilhado francês da minha mãe...

O vestido é iraniano... As famílias do bloco tinham esse hábito, talvez começado por alguém inspirado, mas certamente acolhido e perpetuado até tomar conta de boa parte dos apartamentos (bom, eram anos 80... hehe). Trocavam não só cultura de seus países natais, trocavam festas, trocavam objetos nativos...minhas panelinhas de barro, típicas do artesanato aqui de Floripa foram rapidamente espalhadas pelas outras famílias... trocávamos até palavras, nós crianças. Em nosso grupinho de uns dez pirralhos, se falava um dialeto próprio, onde a base era o francês, que se aportuguesava, espanholava, indianava, iranizava e (porque não) até agregava...

Minha família era responsável pelas feijoadas (era uma dificuldade imensa na época de achar os ingredientes), e pelo carnaval que aflorava uma criatividade danada no pessoal, recompesada pela empolgação de pular uma noite inteira ao som dos 3 LPs que tínhamos de samba.

Me lembro com mais exatidão (e saudade) da culinária indiana, e das reuniões (só femininas) cheias de saris, testas pintadas, muita risada e  algumas incredulidades pelos segredos compartilhados... eu ficava bem quietinha no canto de alguma poltrona, torcendo para que minha mãe esquecesse que eu estava ali, e me deixasse continuar escutando... (volta e meia é claro que ela lembrava e me enxotava pro quarto, o que me fazia perder o meio do assunto, porque também é lógico que depois de uns minutos eu voltava sorrateiramente...)

E me lembro com muita felicidade dos natais. Uma vez fomos para uma aldeiazinha, dessas que são minúsculas (quase uma aldeia do Asterix), no alto de uma montanha, com uma família francesa (do filho dessa é que minha mãe foi madrinha). Nunca tinha visto tanta neve na vida... Ficamos em um chalé, no meio de um campo imenso... Andamos de trenó, fizemos boneco de neve, conseguimos fazer metade de um iglu... Na noite de Natal teve uma nevasca... linda de olhar do conforto da janela!
Fiquei até com febre de tanta emoção...

...comecei falando de minha filha e as lembranças me carregaram... A intenção era outro texto, mas foi esse que me escapuliu pelos dedos... Talvez por me dar conta mais uma vez da baita sorte que tive. De conviver com pessoas tão diferentes, contidas em um espaço comum e dando jeito de se dar bem, se ajudar, fazer com que as diferenças acrescentassem. De conhecer espaços tão distantes dessa ilhazona onde nasci... Minha mente de criança ganhou o tamanho do mundo na intensidade de três anos.

...Estou precisando viajar...




P.S.- Vou escanear fotos da época e coloco aqui na sequência!

domingo, 24 de março de 2013

12º Mini-cena do cotidiano





Meu filho de 12 anos, hoje na hora de dormir veio dizendo:

-Mãeee, tô carente de ti, quero atenção, colo, beijo...Me abraça? Deita um pouco comigo? Faz cafuné?

Tooodo dengoso, apesar do tufo de pelos pubianos em crescimento continuado...

#Adoro quando a pré-adolescência dá uma folga... Delícia!






Meu oxigênio....



"Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo!Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca. “

- Clarice Lispector





Um dia de outono...

Esse esfriamento externo me é bem pouco confortável... Gosto é de calor, de pouca roupa, de muito a mostra, por fora e por dentro...
Mas o frio traz uma diminuição de ritmo e assim reparo mais fácil em algum caminho errado, tomado na empolgação do verão, no agitar do calor, na intensidade alegre que faz com que me ache mais capaz do que sou de fato, de cumplicidade em algumas empolgações alheias... Água que sou, vou me derramado em vasilhames nem sempre condizentes... O frio de certa maneira me endurece um pouco, me torna menos maleável e mais centrada de mim...

Me permite retrilhar alguns pensamentos, e reescolher...

É o momento dos redemoinhos, o outono...

Quanto conseguimos viver da nossa verdade pessoal e afetiva? Nesse dia de outono, de repente me cansei das minhas pequenices... Das minhas limitações moldadas pela lógica das verdades que não são as minhas...Percebi que me contentei com o contentamento fora de mim...

Quando parei pra me sentir nesse domingo de outono, me pareceu que estava vivendo um mundo a lá Tristão e Isolda, onde a poção mágica bebida por engano se chamava mente, racionalizando e distanciando do que me liga ao essencial... E às vezes, só às vezes, a mente é pequena demais...

Já consegui tantas vitórias improváveis na minha vida... Estão todas guardadas na sacola das minhas memórias, e quase esqueci das lições todas que elas me falam... Não vou voltar atrás, não vou permanecer indecisa...

Ahhh eu quero... e eu acredito! Continuo não querendo somente o que é possível, e sim o que é improvável, mas acontece! Quero me pleonasmar no sentir! E me deixar ser sentida...Me convenci por alguns instantes de verão que ter o possível na mão era mais importante do que acreditar e viver minha magia pessoal...  Mágica muitas vezes doída, pois me leva a um constante renascer, tormenta mutante que sou... um caminhar doído e doido, que é meu oxigênio subaquático...

Doida tem gente que sempre me acha...
Mas quem me acha doida
é quem não entra no meu mundo submarino...
senão veria assim meio turvo, mas claramente
lá, bem no meio do quanto mente
um rodopio de prazer bailarino...




"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."

Clarice Lispector
 
 
 
 
 
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Domingo...





"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."

Clarice Lispector



"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente."

Clarice Lispector



...nem sei com que humor acordei... mas sei que acordei decidida e determinada... Vou é pra frente!








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sexta-feira, 22 de março de 2013

Sínteses



foto by Thais Moura
(Thatá, juro que não é provocação!! rsrs)




"Querido futuro namorado... eu sei que você está meio perdido ainda, mas espero que você encontre o caminho da minha casa, logo. Tenho um pouco de pressa. Olha, eu não quero que você tente ser perfeito, longe disso; pois eu quero amar seus defeitos, amar suas manias, amar seus medos, amar seu orgulho, amar você por completo. Sei que chegará a hora certa para eu te conhecer, mas o que acontece, é que essa hora está demorando muito para chegar, e enquanto isso, o meu coração continua se enganando com alguns idiotas que eu encontro no caminho. Pois é, meu querido futuro namorado, eu espero que você seja o namorado dos sonhos. Não, eu não quero que você me dê jóias, e muito menos que deixe de assistir futebol por minha causa, eu só quero que você me ligue, num dia qualquer; numa hora qualquer; dizendo que está com saudade... E que me ame tanto quanto amarei você... Não é pedir muito, certo? " (desconheço a autora)




... Estava relendo isso, copiado (não aqui) em maio de 2011... Que foi um ano que me trouxe várias experiências namoratícias... Bom, primeiro, publico novamente né, vai que dá certo traveiz... kkkk... E logo na sequência, me perco em reflexões, como é hábito arraigado, grudado e grudento.
Com 'penso', é mais caro, sempre mais caro... mas sem 'penso' juro que tento sem conseguir...
Uma hora quero bálsamo, outra quero brincar, e mais uma ainda, quero esconder... Essa nova mulher de 40 às vezes me incomoda de tão inquieta!
Calma , paz e tranquilidade fazem parte do meu cotidiano, acreditem se puderem! Tenho uma vida bem comezinha, cheia de horas de botar filhos para dormir, de fazer almoços, amigas ao telefone, raivas mesquinhas, trabalho trabalho trabalho e tudo mais. Mas a calma não faz parte do meu pensar, nem do meu sentir, e muito menos do meu refletir... Parece que nisso o 'experimento' colou em mim e não me largaaaa!! (Sandesh, não aguento mais provar o buffet de geléia!! AAAAAA... risos) E, pensando bem, melhor que gosto! Gosto desse experimentar ambulante, desse movimento interno, dessa busca incessante... Meu bálsamo vai ter que ser um tantinho tormenta também, para conseguir rodopiar comigo...
Quero um bálsamo atormentado e brincante... Haja síntese!! (risos)




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Cadum Cadum







Ele liga pra namorada recente dizendo:

- DESCOBRI!!

Ela: - Descobriu? O quê? (Voz doce, esperando coisa boa)

Ele (quicando de empolgação na voz): - Descobri o que você representa na minha vida!
- Você é minha alienação!

Ela - ALIENAÇÃO??!! Como assim, alienação? Reclama, já botando o pé lá atrás e respirando fundo.

Ele: - É, alienação... Quando eu estou contigo só penso em ti e não quero estar em nenhum outro lugar... E é uma sensação ótima! ...

Em seguida ele desliga, sempre apressado, e ela fica lá com o telefone na mão, um sorriso bobo no rosto, se perguntando porquê diabos gostou tanto disso...
...  ...   ...   ...

.... Se você está pensando em namorar um ariano, prepare-se para cenas como estas... rs

#true story









P.S. - Juro que tentei achar minha amante interna, meu bálsamo externo, falar de amor seriamente e tudo o mais... Mas o que posso fazer? ... acabei brincante!!  (risos)


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quarta-feira, 20 de março de 2013

Livro do desassossego.... (4)

 
 
 
 
pintura by André Kohn
 
 
 
 
Tem dias que abro os olhos faminta...
Essa nova mulher acordando dentro de mim tem pensares voluntariosos... Se não me disponho a dar atenção a ela, enterra os dedos entranhas adentro e remexe continuamente até que o ar só me consiga entrar pela boca...
Dias assim, abaixo os olhos... Logo eu que adoro me perder em olhares... Porque essa inquietude certamente transparece no meu...Uma olhada esfaimada de loba... envergonhada...
e atrevida.
 
 
uma loba!
Oba
Será que tem mão-boba?
ou será que é menina
que se esconde na rima?
na realidade
ambas.
Entre nudez e poesia
sem nenhuma anestesia
descubro...
decoro não tem idade
só depende da vontade...
 



 

domingo, 17 de março de 2013

Ladra...







Roubei um beijo hoje...
 
Tinha um desses danados,
escondido no cantinho da minha boca.
Quando ví, escapuliu-se! 
(procurando outro pouso, sem mais porquês do que querer)
minha boca foi atrás do fujão...
 
...agora fiquei com dois...
(disfarçados em um quase sorriso)
 
 
 








Reflexão para começar a semana :

Para deixar o amor chegar, aquele amor saudável (que tem cara de bálsamo), há de se estar disponível...
E se começa a estar disponível, tendo vontade... Aquela comichão (não sei bem se na barriga ou no canto do cérebro...).
Acho que deve ser na barriga, porque a mente chata cisma em dizer que as coisas têm que encaixar... Que  gente tem que se acreditar capaz, pronta, madura... que a gente tem que se amar primeiro. Tá, ok, a gente  tem mesmo que se amar primeiro, descobrir o quão bacana é, porque senão não vai conseguir viver isso... O resto? bla bla blás altamente passíveis de dubiedades...
Mesmo assim vontade é o primeiro passo... Vontade de abrir um espaço real, mesmo que seja de brincadeira... Vontade de corpos, vontade de palavras discordantes, vontade de ajustes, vontade de mudanças, vontade de cheiros, vontades suficiente pra abrir mão do espaço confortável que é ser imensamente dona de si...
O primeiro passo, que deve inegavelmente ser seguido por todos os outros...

Ando cheia de vontades de mim....


 
"Se exponha, não se anule. Ficar dentro da concha pode ser seguro, mas te impede de ir mais longe!
(Marcio Kuhne)
 
 
 
 
 
 
 
 


...Vontade passa... ou não... depende da nossa vontade... :)

....Seeempre....









http://www.youtube.com/watch?v=ujQoUEdXr_8&feature=youtu.be








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segunda-feira, 11 de março de 2013

Livro do Desassossego ...(3)


Quero ser isso:
 





 Quero ser carinho!
Não só torvelinho...
Como faço?
...só se outra vez nasço.
Como deixo de ser inquietude?
Mesmo que isso seja virtude...
...Quero ser carinho...
(um pouco)
e respostas não ouço...
 
 
 
 
 
Sou isso:
 

(além de poeta medíocre... rsrs... Acho que não dá muito pra ser o que não se é... Mas supondo que a ânsia nasce do que podemos alcançar... ... ... um diiiia... -né San?! rs)

sábado, 9 de março de 2013

11º Mini-cena do cotidiano...



No meio do mega temporal (e consequente inundação no nosso quintal), meu filho solta:

-Mãeeee, o mundo não pode acabar, não beijei na boca aindaaaa!!

:S

kkkkkkkkk

10º Mini-cena do cotidiano...




Tita (8 anos): Mãaaae, o que é ereção?

Eu: - é quando o pênis do homem fica duro, Tita...

Ela: -Como assim???

Eu: -Sabe quando o pinto do teu ir...

Ziba (12 anos): -AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA,pára não fala mais NADAAAAAAA!!!

rsrs

#diasdechuva....

Choveu...









...Estava lá fora respirando...

Depois do temporal todo que desabou à tarde, este começo de noite está rico de serenidade...
Sempre me faz bem respirar esses ares pós tempestades... Me lembram do eterno ciclo que existe dentro de mim...Me lembram que depois de dores, sempre vêm bálsamos.

Hoje me peguei pedindo não sei ao certo pra quem, um período um pouquinho maior de calmas entre as tormentas... Entre essas dores que não machucam propriamente, mas doem mesmo assim.

Estou precisando abrir um pouquinho a minha armadura, sabe? Estou com saudades da mulher que conseguia se aninhar na cama sem se preocupar demais. Sem pensar em dez soluções para os dez problemas mais urgentes... Que tinha os sonhos mais a flor da pele.

Ou não... Acho que não é isso... acho que é mais saudade da mulher. Ponto. Da mulher que fazia charminho, que é dengosa, carinhosa. Por onde andará essa aí? A mulher que tem aparecido, é engraçada, inteligente, inquieta (é acertou, Zahir), empática. Mas a mulher que eu sou na minha quietude, a mulher que aparece nesses textos, eu tenho guardado só pra mim... E eu gosto tanto dessa mulher... Gostaria de conseguir sê-la com alguém... O problema é que essa aqui sente pela pele, pelos olhos, pelo pulmão... não só com o coração... É sentimento demais, exposição demais, fragildade demais...

Essa semana descobri muitas coisas importantes sobre a minha fêmea e minha "donzela"... E ando feliz com minha "mulher madura". Somos tantas.... e quero mais.

Se sou dona do meu destino, acho que na verdade estou pedindo... a mim mesma? Ou estou verbalizando pra que essa energia viaje pelo universo, e como estou saindo em busca dela, permitindo que ela parta ao meu encontro também?

Mas, enquanto isso, estamos combinadas, eu comigo mesma : mais calma, ok? Pego carona no próximo bálsamo que vier e permaneço um pouquinho... Me dou um refresco...

Ufa.

sexta-feira, 8 de março de 2013

M M M



Maravilhosa Martha Medeiros (segundo definição de Glorinha)



"Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta uns retoquezinhos, aqui e ali. Nunca vi tanta mul...her nua.
Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas.
O que não falta é candidata para tirar a roupa. Dá uma grana boa.
E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?
Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.
Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade... Emocionalmente.
Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso.
É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história.
É erótico uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.
Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos.
Aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana.
Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em que sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.
Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que se esperava com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo.
- pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo.
Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência. Escadas servem para descer também.
Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal, mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior.
Mas é o que devemos continuar fazendo.
Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor."


Martha Medeiros
 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Biiiiiiii biiiiiiiiiiiiiiiii biiii





 
<3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3





Eu paquero
Tu paqueras
Ele começa
Nós viramos rolo
Vós não me interessa e


Eles buzinam....





 
VRUMMM VRUMMMMMMM
 
 




 
 
<3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3
 
 
 
 
 
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Hino de amor ao blog





foto by Leo Recski


....aqui palavras são só palavras, sem direção certeira e não ferem ninguém...Não têm obrigação nem de ser absolutamente sinceras!
Nem ao menos de fazer sentido!! 
Aqui palavras podem dizer do meu lado humano sem melindrar ninguém...
Aqui posso reunir impressões, pensamentos, reflexões...
E também mesquinharias, culpas, complexos e ilusões.
Sem nenhum compromisso com a verdade eterna, e nem mesmo com a imediata.
Aqui eu de-sa-ba-fo .... ufa!
Escrevo frequentemente na forma de experiência, para clarear o pensamento, ou simplesmente pelo prazer de escrever.
 
Isso é um alívio inenarrável!!
 
Amo tu, blog! Ainda bem que existes!! :)

 




P.S.- Sinto que estou entrando em um momento menos amor e mais humor....
 
 
 
 
 
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quarta-feira, 6 de março de 2013

Amar é...







Zahir, amores que salvam?

É, acredito nisso... Talvez não da mesma maneira que você...

Qual é o amor que salva? Aquele que "nos impede de ir, fica parado na nossa frente e fala que que temos um lugar por aqui? Que não precisamos abandonar tudo? Que não precisamos estar sempre de partida, de malas prontas? Que nos ajude a levar a vida menos a sério porque é só vida afinal?"

Ou é o amor que justamente dá asas e diz "vai"... Se é isso que você está precisando, então vai?

Ou ainda é aquele amor sossegado, que acalma, traz paz, e tem sabor de fruta mordida?

Pra mim, ainda me salva o que faz crescer, seja de que maneira for. Mas se tiver um tórax confortável e aconchegante, cheirando a Azzaro, admito que acho melhor!! rs. O que dá ímpeto pra mudança, fôlego, cor, vontade...

O ser humano é um ser social... Não de redes sociais... Redes são só redes... enredam.

Apesar de buscar o amor, não o estou procurando. Não procuro o amor e no entanto ele sempre está a minha espreita, me encontrando e surpreendendo em cada esquina.

O amor que me salva é justamente aquele que está acontecendo no exato momento presente O momento agora é o mais importante... A vida é só vida afinal... Mas o amor é o que vale a pena. Mesmo inventado pra deixar o dia mais bonito. Continuo achando que do amor, se vive o presente, mesmo que parcialmente ilusório, não importa...


Esses dias acordei apaixonada (faísca inicial de um possível amor) por uma pessoa... Mais especificamente pelo seu sorriso de menino... rs. Foi real? Sei lá! O que me importa disso é que eu fiquei feliz, trabalhei bem, meu corpo esteve leve (apesar de todo dolorido, rs), e minha cabeça cheia de idéias novas...

Se me apaixonar por isso de novo amanhã, aí amanhã eu penso... e assim por diante... E quando a paixão acabar, tomara que eu não odeie esse sorriso.. e é provável que , mesmo se odiar, depois de uns dias passe... Não sou de ter mto ódio guardado... E tomara que o sorriso também não me odeie.

 E seu sorriso, Zahir? Quando ele aparece? De fato comprovado sobre você, só o que eu sei  é que HOJE estou gostando de brincar com essa incógnita que você faz questão de ser...

E gosto de quem sou quando brinco contigo também...

É um tipo de amor? Não, acho que não... Mas amor é um tema bom pra se brincar brincadeiras sérias... né?

 



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Livro do desassossego... (2)


Já tenho uma resposta pra você...

Você tem me dito, mais do que claramente que está envolvido com uma pessoa e quer dar uma oportunidade pra essa história acontecer, mesmo não acreditando mais nela, por uma questão de ética. E eu, depois de saber disso ainda estou te paquerando (e foda-se a buzina)*. Eu não acho isso certo. Sou mulher, e se eu fosse essa mulher que está contigo, me chamaria de vaca, com toda razão. Além do que, paquerar sem ser paquerada é uma merda (desculpe, estou meio malcriada hoje...). Não acho que nesse momento caberia sermos amigos, e já tenho minha cota de amor difuso** . Ou seja, gosto de você, mas não gosto de nada dessa situação. É chata, contraditória, confusa e não é o que quero.

E tem mais...

Se você quer saber, todo meu lado guerreira me diz que tenho uma boa chance de "ganhar" essa, com a estratégia certa. E é tudo que não quero (sendo mais sincera do que deveria ser). Não quero seduzir ninguém. Se conquistar tem o contraponto sedução, então vou ficar sem conquistar ninguém também... Quero coisas fáceis, que acontecem sozinhas... Quero que o difícil seja o que eu tiver que trabalhar em mim, e não o externo acontecendo. Quero o universo didático conspirando, quero sincronicidades.

Traduzindo, tudo o que eu quero é alguém que queira estar comigo tanto quanto eu queira estar com ele, e ver no que vai dar. Só viver, sem roteiro pré-estabelecido. Sem pressão. Sem calcular passos. Podendo ser "verdades". Acho que eu quero mais do que o possível. Quero o improvável que acontece. Sabe? A chuva que não cai, mesmo trovejando um monte? A pessoa que é melhor do que se esperou?

E (isso você já sabe) tentaria com você na booooa... rs. Mas sua escolha é outra, e eu ficar por perto te cutucando não acho que vá contribuir pra você estar inteiro na sua tentativa.
Então minha resposta é não (primeiro não que te digo?). Não pode ser. Não vou ficar por perto. Vou deixar você tentar de verdade o que se propôs. E vou fazer de verdade o que me propus. Acho que é assim que se é gente.

(tá, eu sei que vou ficar com saudade :P )

Beijocas..






* Me disseram que Paquera é uma marca de buzina.. Procede essa informação?? rsrs... owww viiida... kkk

**http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/ivan-martins/noticia/2013/01/os-amores-difusos.html

terça-feira, 5 de março de 2013

Segredos...








O que faz com que a gente se encante pelo impalpável?

Procuro uma resposta, dentro das sombras e luzes que sou...

O que faz eu me apaixonar por mentes?
Talvez uma maneira de fugir de um "nós" real, palpável, compatível de fato? Fugir do possível?

Vejo um caminho, dentro do que é luz, que desdiz isso... Que encontra essências no que é mente... Que brinca, aproxima, entra com os dois pés sem medo, em algo que cheire a valer a pena...

E o de sombra, inquieto, do qual eu só sussurro sobre, de tanta vergonha, que me conta histórias feias...

Que conta que eu já me apaixonei por uma voz, por um exagero, por uma daquelas histórias de conto de fadas que eu adorava ler quando criança... Que mesmo não querendo acreditar ( e realmente não acreditando) em promessas impossíveis, gostei de uma mente capaz de fatasiar tanto.  Que eu quis, quis mesmo que aquela pessoa tempestuosa permanecesse na minha vida, não me trazendo paz.  Que eu fui junto, contracenei, fiz furacão de gotículas também... Que eu, por um momento quase eterno, quis ficar agarrada no sonho, abraçada na imaturidade... Acreditando ser feliz na bipolaridade exaustiva! Adorando a tormenta que me joga de um lado pra outro em um sumiço.

E a luz me salva. Me lembra que gosto demais de mim pra conviver com coisas que não dou conta. Que não é preciso sofrer primeiro pra depois receber a recompensa, nem matar a bruxa ou o dragão pra merecer o happy end. Que contos de fadas, na verdade são filmes de terror disfarçados, o mundo dividido entre bem e mal, onde o mocinho seja ele príncipe ou ogro, só faz o bem e tem personalidades que não existem! Que é uma hora e dez minutos de sofrimento para 5 minutos de êxtase.

Não quero só sonhos!
Nesse presente que estou inaugurando, quero realidades... Nessa nova vida onde estou engatinhando, mas querendo muito aprender a andar e até correr, escolho encantar o que é possível ... E escolho atitudes! Atitudes diferentes das que já tomei até hoje...


Hoje

 
Hoje
Cansei de tantos porquês e praquês...
Por nada e pra nada!
E pronto está.
 
 
 
 
 
 
 
Não por nada, porém por tudo...
 
 
 
 
 
 
 
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Livro do desassossego....(1)





“Eu não tenho medo do amor. Eu tenho medo é de amar quem tem medo dele. Amar quem teme o amor é como se apaixonar por uma sucessão de desistências.”

Marla de Queiroz




Digamos que sejam conceitos que andaram mudando em mim...

1- Distância física significa bem pouca coisa quando existe proximidade emocional

Às vezes inclusive uma distância fisica ajuda.Eu tenho facilidade de me perder numa relação.. me perder de mim

E ainda não sei direito como montar estratégias pra não me perder, então uma estratégia natural seria uma distância física (pequena o suficiente para que um esforço baste para transpô-la e grande o suficiente para me dar espaço para ser eu)

 

2- Paixão é importante, e acontece a partir de sexo bom... e melhor ainda se for ótimo.

Quero paixão, portanto quero sexo que encaixe no mínimo bem. Quero poder me reapaixonar várias vezes pela mesma pessoa...

Sexo mantém jovem! E, segundo a lenda popular, faz bem pra pele...:) rsrs


3- Quero alguém que me escolha.
Sem querer generalizar,e já fazendo isso, homem é bicho estranho... Tem uma coisa de território que deve ser atávico, sei lá. Se eles não escolhem (ou pelo menos pensem que escolheram) o troço não funciona.

Não entendo, mas é isso que tenho observado.

4- Eu não estou procurando um companheiro. Não estou me esforçando. Mas estou aberta pras pessoas legais aparecerem. Pra situações bacanas acontecerem.

SE aparecer alguém que vale a pena, tô embarcando...

Sem pressa

Não tô carente... rsrs

Aliás, fisicamente estou, mas emocionalmente não... Então dá pra segurar legal...

Tem funcionado.

5- Fiquei mais prática com a idade... rsrs... Gosto de coisas que funcionam....






"A vida é delicada e inexata. É pra quem sabe brincar de poesia."

Cris Guerra
 

 


 

sexta-feira, 1 de março de 2013

Amores





Esses dias me disseram "Só deveríamos dizer 'eu te amei', no passado, pois só na distância e no tempo é que saberemos se amamos de verdade... Só olhando pra trás é que podemos reconhecer 'Olha só, amei realmente" (me corrija Paulo, se eu tiver entendido algo diferente do que você disse)...
Isso me lembrou o quanto essa frase pode significar...( e me fez pensar travessamente 'bicccccho, se esse homem um dia disser que me ama, vou me sentir passada'... kkk). Mas me remeteu também a algumas contradições... Ou ambiguidades... Ou talvez sínteses...

Meu amigo Rodrigo, a quem eu amei quase instantaneamente, diz que nós (eu e ele), temos o amor já soltinho dentro do coração... Que não precisamos de muitos preâmbulos para reconhecê-lo e vivê-lo. Cá pra nós, acho essa maneira bemmm mais bonitinha de pensar... Mas isso invalida todos os outros conceitos de viver o amor?

Fabrício Carpinejar (textículo no masculino de Fabrício Carpinejar, feminilizado por Zahir) descreve desse jeito "...porque amor é justamente isso, garota: é ficar insegura, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia. É ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhada, enredada, em algo que você não tem mais controle."
 
Amor é sair do controle? Isso não seria paixão? Tá, mas quando você ama, você controla? Se não controla, então pode ser amor sim...

... e não é assim que era pra ser mesmo? Amor é fermento de crescimento pra alma. Nos desconstrói diariamente, e somos forçados a nos reconstruir : mais flexíveis, ou mais fortes, ou mais enamorados, ou mais sedutores, ou mais desencanados... Na real o que a mais não importa muito, mas é sempre "mais"... Então aqui amor é "mais".
 
Então tá... Amor só se reconhece no passado, se vive instantaneamente, nos descontrola e nos leva pro 'mais'?... Hummm... até que gostei!
 
Se bem que, pensando bem, acho que eu ando é falando muito sobre amor e vivendo pouco... Vou mais é ficar com a definição (não de amor) de Zahir:
 
"... parecia-lhe (a Sam <- essa sou eu) que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações..."
 
Sensações, emoções, amorções... rs
 
 
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