domingo, 24 de março de 2013

Meu oxigênio....



"Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo!Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca. “

- Clarice Lispector





Um dia de outono...

Esse esfriamento externo me é bem pouco confortável... Gosto é de calor, de pouca roupa, de muito a mostra, por fora e por dentro...
Mas o frio traz uma diminuição de ritmo e assim reparo mais fácil em algum caminho errado, tomado na empolgação do verão, no agitar do calor, na intensidade alegre que faz com que me ache mais capaz do que sou de fato, de cumplicidade em algumas empolgações alheias... Água que sou, vou me derramado em vasilhames nem sempre condizentes... O frio de certa maneira me endurece um pouco, me torna menos maleável e mais centrada de mim...

Me permite retrilhar alguns pensamentos, e reescolher...

É o momento dos redemoinhos, o outono...

Quanto conseguimos viver da nossa verdade pessoal e afetiva? Nesse dia de outono, de repente me cansei das minhas pequenices... Das minhas limitações moldadas pela lógica das verdades que não são as minhas...Percebi que me contentei com o contentamento fora de mim...

Quando parei pra me sentir nesse domingo de outono, me pareceu que estava vivendo um mundo a lá Tristão e Isolda, onde a poção mágica bebida por engano se chamava mente, racionalizando e distanciando do que me liga ao essencial... E às vezes, só às vezes, a mente é pequena demais...

Já consegui tantas vitórias improváveis na minha vida... Estão todas guardadas na sacola das minhas memórias, e quase esqueci das lições todas que elas me falam... Não vou voltar atrás, não vou permanecer indecisa...

Ahhh eu quero... e eu acredito! Continuo não querendo somente o que é possível, e sim o que é improvável, mas acontece! Quero me pleonasmar no sentir! E me deixar ser sentida...Me convenci por alguns instantes de verão que ter o possível na mão era mais importante do que acreditar e viver minha magia pessoal...  Mágica muitas vezes doída, pois me leva a um constante renascer, tormenta mutante que sou... um caminhar doído e doido, que é meu oxigênio subaquático...

Doida tem gente que sempre me acha...
Mas quem me acha doida
é quem não entra no meu mundo submarino...
senão veria assim meio turvo, mas claramente
lá, bem no meio do quanto mente
um rodopio de prazer bailarino...




"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada."

Clarice Lispector
 
 
 
 
 
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4 comentários:

  1. Olá!!! Li seus comentários em meu blog renascido, e agradeço muito a visita :) irei acompanhar seu blog com carinho, também. Apareça sempre, pois estou voltando com tudo, e também reunindo forças e coragem para lançar meu primeiro livro. Grato! :)

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    1. Aparecerei certamente! Gosto muito de "voltas"... elas sempre têm uma força que não tinham na ida...

      (boa sorte com o livro, e agradeço pela visita ao meu canto tbém...)

      Abraços

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  2. Amei Sam, e cada vez que te leio me leio uma vez mais...beijinhos amiga

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    1. Sincronias, sintonias, afinidades... A vida é feita delas também... :)

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