segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Once upon a time...




...dois lobos brigando dentro de mim... Um branco e outro negro.
O branco sabe quem sou. Confia que sou capaz de manter o prumo dentro do que acredito. Sabe que se não encaixar com minha essência, não tem como ficar. Não se preocupa em demasia. Principalmente confia.
O negro não acredita em nada. Tem tanto medo de não estar ouvindo a coisa certa que se transforma num poço de raiva... E é uma raiva impotente porque não consegue mudar nada...


#nesse momento, me sinto cinza... arre!


P.S.- Existe mesmo um conto Cherokee sobre os lobos... Segundo o conto, ganha o lobo que receber mais alimento...

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Guerreiros e amantes



"Na guerra dos tolos o mais forte belicamente vence, na guerra dos sensatos, o mais forte se deixa vencer. (...) Na ausência de força, os golpes são sutis, e na leveza de um golpe certeiro o oponente cai de pé. Se rende diante da virtude do outro.
Humildade, simplicidade, lealdade, sinceridade, verdade são golpes de extrema sutileza, mas de grande precisão. Você conseguiu ver por entre minha armadura cheia de sangue, sem brilho, encoberta pela dúvida e pela mentira, uma alma benevolente contida nesse corpo bélico (que você chama de tratorzão). (...)
Você me derrotou, me parou, estou amargando essa derrota, mas tenho esperança que essa oponente capaz de me fazer cair de joelhos com sua leveza e sutileza, tenha capacidade de me devolver à vida."*


Relendo essas palavras, me dou conta mais uma vez que andei sendo tão mais guerreira e tão menos amante nos últimos tempos...
Mesmo quando se é guerreira na sutileza ( e não creio que eu seja tão sutil quanto quis fazer parecer o autor das palavras acima - ele devia estar com o olhar ludibriado pelos "gostares"), continua-se sendo guerreira... Luta-se. Luta-se para sobreviver, pela oportunidade de mais um dia. Luta-se para superar um desafio. Luta-se para proteger os seus. Luta-se pela resposta de um dilema. Luta-se para transformar um sentimento. Luta-se até para conseguir amar.
Lutar passa a fazer tão parte da vida, fica tão habitual, que a leitura do mundo passa a ser por esse prisma... E mesmo quando já não existe mais motivo para permanecer "prasempremente" nesse papel, ele não desgruda... Tudo é encarado na perspectiva do guerreiro... com seriedade,  finalidade, meta... Até as brincadeiras são brincadas com um objetivo... A "causa" é boa demais... (será mesmo? Acho que não...)

Recentemente uma tormenta me fez ver o quanto eu estava cristalizada na minha guerreira... E comecei, porque escolhi experimentar, a fazer coisas de amante (não só, mas também...). Coisas que a finalidade é... bom, nenhuma específica, só pelo querer...
Passar horas no telefone jogando conversa fora com alguém interessante... Dançar sem ser para se exercitar... Cheirar cheiros novos... Paquerar alguém que não existe a mínima possibilidade de "dar certo", só porque ele traz idéias interessantes... ou diferentes... ou só pra deixar ver onde vai levar... Estudar magia e não só psicologia/terapia/energia... Ir na praia olhar o mar...ou sentir a areia no pé... ou procurar formas em nuvens...Escutar música de barriga pra cima pensando em nada...

Amantes amam, se entregam, vivem o que a vida traz...

E, essa semana, fui fazer um piquenique na praia, à noite. Depois de uma semana exaustiva, onde eu estava quase explodindo de cansaço...E quase abortei o plano na última hora... Pra ser amante também tem que ser decidida... rs... Esse dia, eu fui 'amante' mesmo. Joguei fora o bom senso, calei todas as vozes da minha coerência, só escutei o que meu 'ser' queria. E fiz exatamente o que queria. Sem máscaras, sem meias verdades... E fui recompensada por uma noite de "plenitude sem fulminação" (como diria Clarisse Lispector). Eu sei que é uma simples praia a noite. Mas olhando com os olhos de enxergar, em um dado momento me percebi com os cinco sentidos totalmente ativados, o corpo relaxado, a alma alimentada. Me percebi feliz... Um piquenique com tolha xadrez e tudo, um vinho ótimo, uma boa cia, vento gelado nas bochechas, umas gotículas de chuva, o foda-se ligado, um perfume que eu gostei, areia por todo lado... e ... fiquei feliz...

A guerreira está aprendendo a, de quando em vez, relaxar (espero!)... que venham mais plenitudes sem fulminações!







* Trecho de uma carta escrita por Clécio Henrique para mim, em 2011

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Fodístico!





"Conheço muitos que não puderam, quando deviam, porque não quiseram quando podiam."

 François Rabelais



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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Permanecer



foto by Thais Moura



"Permanecer não significa estar perto fisicamente, nunca significou. Permanecer significa sentir o outro, por mais distante que estejam (...).É mover o seu mundo para o mundo do outro ficar ensolarado. Permanecer é saber. Saber os males, os sonhos, as indagações. (...). E depois que você declara "eu permanecerei", não há volta não. Quem permanece é pra sempre. E o pra sempre, meu caro, permanece." (Clara Mayrinck)



Escolher permanecer. Ficar. Comprometer-se consigo mesma de permanecer. Deixar a vida se encarregar de ajeitar, só decidir permanecer. Entender o que não tem explicação. Desapegar e permanecer (haja síntese Sandesh!! kkk). Ter a escolha na mão, e escolher a vida e não a morte. Saber seus medos e ainda assim escolher. Saber que não vai ter ajuda, só a crença que é  a sua verdade, e que isso tem que ser suficiente.

#nunca mais digo que não sou teimosa
#nunca mais digo que não tenho fé.

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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

É realmente possível amar depois dos 40? - Patrícia Gebrimi


 Antes de mais nada, é preciso que você tenha sido capaz de passar pelos ferimentos e batalhas da vida sem ter acorrentado seu coração. Ouça, é impossível chegar aos 40, sem ter sofrido uma boa quantidade de quedas, sem ter passado por frustrações e algumas (ou muitas) decepções. Impossível chegar aos 40 sem ter sido ferido, enganado, pass...ado para trás talvez. Sem ter a pele marcada por cicatrizes, marcas de uma história vivida.

Algumas pessoas, infelizmente, endurecem seus corações e acabam desistindo de acreditar na possibilidade do amor. Tornam-se amargas, fechadas, dominadas pelo rancor ou por um medo gosmento e paralisante. Ficam endurecidas como se tivessem sido banhadas em lava de vulcão e passado anos a consolidar o seu medonho NÃO.

- Não amo mais e pronto, é mais seguro assim! -- clamam, muitas vezes sem palavras, com atitudes duras que afastam de si qualquer pessoa que pudesse tocar seus tão feridos corações. E se antes foram feridas, agora se tornam, sem perceber, as que ferem. Pois não é só a maldade que fere. O nosso medo também abre cortes e ferimentos sangrentos nos que de nós se aproximam.

Mas mesmo aqueles que conseguiram evitar a morte precoce de seus corações, que evitaram o congelamento de seus sentimentos, ainda precisam, se quiserem amar novamente, saber suportar bem os momentos de carência e manter em foco o que desejam alcançar. Para esses, o desafio é a ansiedade. Movidos pela consciência da implacável passagem do tempo e pela sensação de que suas oportunidades se esgotam, acabam lançando-se cegamente a qualquer possibilidade, como se fosse sua última chance de escapar do devorador monstro de almas: a tão temida solidão. Ao fazerem isso, traem a si mesmos, afastam os possíveis parceiros e estragam suas chances de construir uma relação mais equilibrada.

É a maturidade, aliada à nossa capacidade de aprender com os tombos da vida que, antes de mais nada, nos faz ter clareza de quem queremos perto de nós. Depois dos 40 já sabemos (ou deveríamos saber!) que não basta o calor da paixão para que um relacionamento saudável aconteça. Claro que é uma delícia sentir o coração bater mais forte, mas com o passar dos anos aprendemos, a duras penas, a valorizar outros atributos menos exuberantes. Aprendemos a apreciar a generosidade, a compatibilidade de valores, a aproximação sem pressa, a gentileza, a ternura, a coerência entre palavras e atitudes e tantos outros aspectos que só podem ser percebidos na calma de nossa estrada de vida já bem explorada. Os pés cansados nos ajudam a prestar mais atenção.

Pedras preciosas são poucas
Também descobrimos que pedras preciosas não são encontradas facilmente. Na juventude temos sempre a ilusão de que um baú repleto de pedras preciosas espera por nós a cada esquina da vida, o que nos leva a duvidar do valor do que temos em nossas mãos. Não sabemos, então, que esses momentos mágicos de encontros transformadores acontecem poucas vezes em nossas vidas.

Com o tempo aprendemos que em geral é preciso cavar um bom tanto, ou passar anos peneirando à beira de um rio para se sentir o toque de uma pepita de ouro em nossas mãos. E é também a maturidade que faz com que a gente aprenda a reconhecer quando isso acontece e, sabendo do quanto é raro, segurar com força em nossas mãos e vibrar em gratidão pela oportunidade de sermos presenteados com uma pedra tão brilhante. É a maturidade que faz com que tratemos com cuidado daquela gema dourada finalmente encontrada.

Afinal, pior do que nunca encontrar uma pepita de ouro seria tê-la nas mãos e jogá-la de volta ao leito lamacento do rio por falta de olhos capazes de reconhecer seu raro valor.

Assim, do alto de seus quarenta e poucos anos, cuide para que seu coração se mantenha vivo, controle a sua ansiedade e se puder, mantenha a sua busca focada no que tem brilho... Continue peneirando pela vida e olhe muito bem para a sua peneira. Olhe com os olhos de quem quer enxergar a realidade.

Não permita que a sua ansiedade o faça confundir cascalhos com diamantes. Não permita que o seu medo o faça ficar cego e desperdiçar raros e cintilantes rubis como se esses pudessem queimar suas mãos.

Não hesite em devolver ao rio aquilo que de verdade não tem valor para você.

Mas ouça bem... quando uma pedra preciosa surgir em sua vida, não perca a oportunidade, dê o seu melhor, nunca se sabe quando outra irá aparecer!

Patricia Gebrim

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

....Quase....




"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
...
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.

Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu. "

Luis Fernando Veríssimo





domingo, 3 de fevereiro de 2013

Coisas boas desse domingo...



foto by Claudia Tommasi
 


 -Lembrei de me alongar ainda quentinha da cama...

-Caminhei na chuva...

-Roubei pitanga da árvore de um vizinho...

-Relembrei meus tempos de dança conteporânea ao som de Dead Can Dance...

-Escutei MTOOO Dead Can Dance...

-Dei asas pra minha criatividade... escrevi um projetinho...

-Comi sorvete!

-Falei ( e li) besteiras com amigos virtuais...

-Consegui ficar o dia todo sem tomar leite (e de derivado, só o sorvete... :)

-Deixei a saudade de coisas que eu não vivi vir e ir embora...


-Me acabei de chorar vendo uma comédia romântica não tão boba assim...

-Me disseram que sou parecida com a Kate Hudson    :o

-Escutei a chuva....

:)

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Lugares.... (da gente?)




Minha filha (8 anos) está planejando uma reforma na casinha da árvore ... espalhou pela sala lápis, canetinha hidrocor, lápis de cor, giz de cera e vários papéis...
Depois de desenhar umas 6 casinhas diferentes, caiu na real (rs) ...

Ela : - Mãeeee, o que mais eu poderia desenhar?
Eu : -Desenha um carro.

(ela desenhou meu carro, simplesinho, branco sem nada demais....)

Ela: - E agora?
Eu: - Hammm... desenha um cachorro!

(ela desenhou a cã dela... Wicca no papel... ficou parecidinha!)

Ela: - Tá, mais um!
Eu: Desenha uma casa....

(ela desenhou nossa casa, azul, com varanda, redes e tudo)

Ela: - E o que mais?
Eu (pensando em algo que ela iria demorar mais pra desenhar... rs) :- Desenha uma cidade!

Ela desenhou Paris....







#Acho que estou precisando viajar.... :)