sexta-feira, 29 de março de 2013

Para você...


Falamos demais...
Ultrapassamos barreiras que não podíamos transpôr sem que mudássemos...
Não respeitamos o 'não saber' implícito que amantes sensatos têm o cuidado de manter...
Contamos nossos segredos...
Não preservamos o mistério... E você diz que isso acabou com sua fome.
Te puxei para meu mundo de intimidades vaporosas, condensadas, sufocantes...
Sou mulher de confessionários, meu querido... De trazer a verdade exposta, mesmo que ela tenha cheiro de podre.
Desculpe, pra mim tem que ser assim... Pra valer a pena, tem que ser assim.
E sou assim porque posso reconhecer minha podritudes também... tantas! Tantas que aceito as tuas sem diminuir nada do teu 'ser homem'.
Aceito tuas fraquezas, não porque sou forte e posso suportá-las por ti, mas porque secretamente sou mais frágil ainda e admiro a capacidade de reconstrução sem negá-las que você tem.
Te admiro.
Eu me apaixono pelo que conheço bem. Não pelo que fica escondido atrás do véu enigmático do 'talvez'.
Gosto de investigações. De dissecações.
E isso leva a um novo nível de intimidade, compreendo.
A possibilidade de sermos amigos declarados, revelados e amantes completos é ir por um caminho mais profundo do que qualquer um de nós já foi. Pelo menos do que eu já fui...
Mas essa possibilidade dá trabalho. Porque o desvendar do mistério abre justamente a porta do inexplorado...
Tudo que é completamente novo precisa ser aprendido, e está fora da zona de conforto.
É aprendizado.
... E esse é meu mundo... 
Não o seu.
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