quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Brigar ou não brigar eis a questão






Nunca consegui ter uma boa briga com meu ex-marido. Nunca levantávamos a voz um com o outro.

Meu casamento visto de fora parecia maravilhoso, cheio de respeito mútuo. Daquele tipo de casamento que as pessoas dizem 'nãããooo, VOCÊS se separaram???'. Mas o que acontecia na verdade, é que iam-se acumulando as desaprovações mútuas, e esse pó não varrido, nem pra debaixo do tapete ia. Ficava se acumulando nos móveis, nas paredes, na vida. Sufocando mesmo quem nem era asmático.

Uma boa briga às vezes tem essa função: sacode a poeira de tudo, muda as coisas de lugar, permite que sejam olhadas por outros ângulos.

Quando um dos dois estourava (ou seja eu, que sempre tive o pavio mais curto), o outro negava qualquer autenticidade e reprimia totalmente... Coisas do tipo 'será que estás tão mal assim para precisar disso tudo?' (sendo que nem voz levantada existia...). E assim meu casamento foi morrendo de pura inanição e mesmismos.

Acabei de renascer das cinzas de uma gastroenterite do cão (e quem gosta de gato sabe o quanto isso quer dizer). Gastroenterite ataca estômago e intestinos ou seja, traduzindo emocionalmente, raiva ou não digestão de algum fato e medo de perder o controle e sobrecarga...
E isso me lembrou uma pá de coisas...

Há pouco tempo descobri que um dos meus (ainda) desconfortos com meu ex era o fato de eu ainda me manter cumprindo os acordos subentendidos feitos com ele quando casada (e ele, mais saudável do que eu nisso, não mais).
Um desses acordos era não falar o que eu sentia sobre o próprio casamento... Bom, acho que dá pra dizer que mais uma 'tarefa de terapia' está começando a ser cumprida com êxito.


Refletindo sobre os benefícios de uma boa briga ("ela está descontrolada"! hahaha)

Samanta

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