domingo, 24 de novembro de 2013

Sumida e renascida.




“A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida, que eu já tô ficando craque em ressurreição. Bobeou eu tô morrendo - Na minha extrema pulsão, na minha extrema-unção, na minha extrema menção de acordar viva todo dia. Há dores que sinceramente eu não resolvo, sinceramente sucumbo. Há nós que não dissolvo e me torno moribundo de doer daquele corte, do haver sangramento e forte, que vem no mesmo malote das coisas queridas. Vem dentro dos amores, dentro das perdas de coisas antes possuídas, dentro das alegrias havidas. Há porradas que não tem saída, há um monte de "não era isso que eu queria"... Hoje, praticamente, eu morro quando quero: às vezes só porque não foi um bom desfecho ou porque eu não concordo, ou uma bela puxada no tapete, ou porque eu mesma me enrolo... Não dá outra: tiro o chinelo... E dou uma morrida! Não atendo telefone, campainha... Fico aí camisolenta em estado de éter, nem zangada, nem histérica, nem puta da vida! Tô nocauteada, tô morrida! Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa não tem aquela ansiedade para entrar em cena. É uma espécie de venda, uma espécie de encomenda que a gente faz pra ter depois ter um produto com maior resistência onde a gente se recolhe (e quem não assume nega) e fica feito a justiça: cega... Depois acorda bela, corta os cabelos, muda a maquiagem, reinventa modelos, reencontra os amigos que fazem a velha e merecida pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?" E a gente com aquela cara de fantasma moderno, de expersona falida: - Não, tava só deprimida.’
(Elisa Lucinda)



Me perguntaram se eu já estive em uma relação duradoura... E eu respondo: Bom, depende do que você interpreta como duradoura, né?

Fui casada durante 7 anos... isso é tempo suficiente? Sinceramente, depende. Foi tempo suficiente pra eu morrer um tanto de vezes, morrer tanto que nem achava que viveria novamente. Foi tempo suficiente pra eu me perder de mim, tentar me achar, fazer terapia de casal e resolver que só separando mesmo pra me encontrar de novo... Foi tempo suficiente pra gerar duas vidas totalmente especiais e que fosse só por isso, já teria valido a pena... (tá, eu sei que é brega, mas é real!!hehe). Tempo suficiente pra querer renascer. Mas não foi tempo suficiente pra eu entender o que era me comprometer realmente com um relacionamento.

Um ano depois da separação, encontrei uma conhecida em uma festa... ela não me reconheceu de primeira, quando percebeu que era eu, arregalou os olhos e me perguntou o que tinha acontecido... "Você está apaixonada, né? Só uma paixão para mudar uma pessoa assim desse tanto", ela disse. Eu respondi, "Estou! Por mim mesma!"

Na verdade  a relação mais duradoura que tive foi com as várias de mim... Começou lá pelos 16 anos quando realmente resolvi me conhecer e continua durando...E olha que não é fácil me seguir nos altos e baixos! Mas na busca de quem sou eu, acabo me reencontrando a cada esquina, renascida. E posso voltar a me apaixonar...por mim!


 
 
"Depois que uma mulher descobre que é capaz de sobreviver mesmo quando está morrendo de amor, ela aprende a não ter mais medo de dizer adeus pra quem não merece ficar."
 
 
 
 
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6 comentários:

  1. Bom mesmo é quando sobrevive sem amor.
    Nasce um dom incrível de descobrir
    quem não deve chegar perto de nós.
    Adeus antecipado.

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  2. Escrevi sobre isso em setembro, eu acho... E na época disse: Eu me apaixonei sim, mas dessa vez foi por mim mesma e sei que esse romance está bem longe de terminar.

    Também precisei me perder, e me perder muito, depois de 5 anos de relacionamento (sendo 3 de casada), para me encontrar e ressurgir das cinzas. E não troco quem me tornei por nada nesse mundo.

    É com certeza o melhor relacionamento que já tive.

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    1. "É com certeza o melhor relacionamento que já tive", disse tudo Lili!! :)

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