quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Razões de viver (ou DDUVC III)




Desde o ano passado (2011) meu corpo tem dado os mais variados sinais de que algo estava muito errado.

Câncer de pele na pálpebra, que foi retirado com maestria pelo Dr Felipe Pereira, e que como não deixou quase nem marcas, alguns meses depois eu já tinha praticamente esquecido... Retocolite ulcerativa, minha colega desde a adolescência que não tem dado trégua com crises seguidas, e que como eu já acostumei , nem prestei muita atenção... Labirintite, novidade do ano, que me colocou e coloca na cama para refletir, e refleti sim, sobre váááárias coisas, e ao que parece não sobre o que precisava... Sem falar no regime de engorda, que não teve dieta que tenha dado jeito.
E agora por último esse alien caseiro e aí, espero sinceramente que minha cegueira tenha passado... E com os olhos finalmente abertos, enxergo em quanta auto-corrupção andei mergulhada (ainda!!). Pensando bem, até que meu corpinho foi gentil, e não deu tilt de vez...

Como é fácil não mudarmos o que realmente precisa ser mudado!! Como esperneamos, fazemos reina, fechamos os olhos, quando nos deparamos com algo que exige mudança de padrão profundo. Aquilo que não QUEREMOS mudar, sabe? Embirramos e emburramos! As desculpas brotam com uma facilidade assustadora!

Pense bem... uma terapeuta que se trabalha, que lida com processos emocionais alheios profundíssimos, que entende o funcionamento das energias humanas e da  multidimensionalidade... e que não presta atenção no que está ingerindo??? Ingerindo em amplo sentido inclusive... Não prestando atenção no que bota para dentro de comida, de prazeres, de emoções, de hábitos. Quanta incoerência...

Precisei de vários chacoalhões para finalmente perceber quão caótica ( e caos aqui no péssimo sentido) estava minha vida...

Goela abaixo foi indo o "eu preciso dar conta de tudo sozinha", o "os outros vem em primeiro lugar" (em disfarces bem elaborados), o "ai como é chato cuidar de mim, é sempre a mesma coisa" (mentirosa deslavada eu!!rsrs). JUnto com o "nãoooo, não dá pra falar isso para minha mãe/pai/filho, tadinhooo", o "não mereço mesmo ser amada" (arre, essa frase ainda existe???!!) e mais alguns aí que não tenho nem coragem de publicar...

Cozinhava fim de semana, congelava tudo para dar tempo durante a semana, ou simplesmente comprava pronto, embalado, congelado, prático...e mortal! (tá, dramatizei...Mas não está muito longe da verdade). E ainda regava tudo acrescentando produtos diets/lights, escolhendo ter câncer, mas não engordar!

Ritmo de trabalho desorganizado... Entre trabalho, filhos, bichos, família, pedidos de atenção e etcs, dormia pouco e mal (isso ainda não mudei... ainnn), fazia muito pouco exercício e descansava de verdade quase nada.

E principalmente... Estava escolhendo emoções e atitudes doentes. Entendi, realmente ENTENDI que tudo é escolha.
É preciso ter alguma razão para viver? É preciso a vida ter sentido? Ou só ter a vontade de viver com qualidade é suficiente?

Ainda bem que a inteligência da vida é maior que a minha, e coloca em meu caminho pessoas que me ajudam, e que me ajudaram especialmente nesse último ano (é, já é quase outubro, já foi 2012)... Gratidão imensa à Ana Paula Rocha, Rodrigo Sarubbi, Sandesh Ferrari e Carla Fiorini, minha equipe de terapeutas fodões, que conseguiram botar um pouco de lucidez no meu caos. Gratidão especial também a André Picolli, Andrea Aranha e Silvia Praxedes do Canto, por muitas e inúmeras razões, mas principalmente pela segurança que o amor de vocês me dá.

Meu alien de estimação foi promovido no último exame a simples sisto.  Pois é. Só dois meses intensos de métodos alternativos, e doses extras de verdades e a coisa transformou-se. Lógico que  não pára por aí. Também finalmente ENTENDI quais as mudanças que minha vida precisa e elas vão continuar me dando trabalho...

Minha amiga Sílvia me escreveu : " Milagres? Sim, existem, e este possivelmente seja um. Sem jamais esquecermos o maior dos milagres: ter coragem e escolher ser luz. Lindo tudo isso!"

Essa é a minha experiência... Não pretendo que ninguém mude seu estilo de vida a partir dela, assim como eu também não mudei até sentir bem de perto, e várias vezes seguidas inclusive (nunca mais digo que não sou teimosa...hehe). Mas escrever  aqui é um recurso para não esquecer ao longo do tempo... Para não fazer de conta que não aconteceu...





Um comentário:

  1. Samanta, sozinhos somos incompletos. Viver é compartilhar a vida. Parabéns pelo texto reflexivo! Com tempo, venha ler e comentar OS 12 ZUMBIS & A CADELA BRAMA no meu http://jefhcardoso.blogspot.com/, ok? Abraço!

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