«Os atributos da bruxa são as características pelas quais a anciã se destaca (como mulher ou como arquétipo):
1 - As bruxas não se queixam. Aceitam que o que foi, foi e não pode ser mudado e o que interessa é daqui para frente. Não quer dizer que não expressem dor, mas não se lamentam, não se veem nem agem como vítimas.
2 - As bruxas são atrevidas, tem coragem de experimentar o novo, a buscar o não vivido, o não conhecido.
3 - As bruxas têm mão para as plantas, concreta e metaforicamente. “Plantam, regam e acompanham o crescimento” de plantas, pessoas, projetos...
4 - As bruxas confiam nos pressentimentos, em sua intuição, honram sua sabedoria interna.
5 - As bruxas meditam à sua maneira, cultivam um centro interno de silêncio e escuta, de prece e reconexão com o Sagrado.
6 - As bruxas defendem com firmeza o que mais lhes importa, descobrem sua voz e tendem a tornar-se mais rebeldes e radicais com tudo que consideram errado no mundo.
7 - As bruxas decidem o seu caminho com o coração, mesmo que esse caminho seja difícil.
8 - As bruxas dizem a verdade com compaixão, mas dizem sempre a verdade, porque sabem que só a verdade cura e liberta.
9 - As bruxas ouvem o seu corpo, não o veem como um objeto a ser aperfeiçoado, mas como um instrumento de prazer e auto conhecimento.
10 - As bruxas improvisam, agem com espontaneidade, fluem com a vida.
11 - As bruxas não imploram, não fazem NADA com a finalidade de serem aceitas.
12 - As bruxas riem juntas, riem de si e com isso nutrem um profundo senso de irmandade, porque é um riso que expressa o triunfo do espírito e da alma sobre aquilo que poderia tê-las destruído ou as convertido em mulheres amargas .
13 - As bruxas saboreiam o positivo da vida, sabem ter gratidão pela beleza da vida, mesmo que mesclada de sofrimentos.
Bolen, analista junguiana americana, fala que é a primeira vez na história, que as mulheres chegam na idade do início do envelhecimento, desfrutando oportunidades sociais, culturais e económicas como nenhuma outra geração de mulheres teve antes. Isso nos permite “redefinir”o que é uma mulher mais madura ou velha por nós mesmas. Uma definição diferente da feita pela cultura patriarcal que sempre menosprezou as mulheres mais velhas e que, no fundo também as temeu.»
Jean Shinoda Bolem
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