quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Amor e sombras...



'És capaz de apoiar alguém que esteja a ser tocado pela sua própria sombra?
Consegues amar essa pessoa o suficiente para deixares que ela desmorone nos teus braços? Ser o espaço no qual ela pode finalmente conectar-se com os sentimentos e emoções que manteve à distância durante toda a vida?
És capaz de pôr de lado a tua necessidade de mudar, transformar e “curar” essa pessoa?
És capaz de deixar o teu coração quebrar-se juntamente com o dela e resistir ao desejo interior de juntares os bocadinhos novamente?
És capaz de mergulhar no desconhecido com ela, abraçando e acolhendo?
Para amar alguém desta forma deves criar um lugar seguro para tudo o que não esteja resolvido dentro de ti – toda a tua tristeza reprimida, vergonha abandonada, desgosto descartado e solidão desamparada. Deves estar disposta a abdicar da segurança de ficar à margem, deves estar disponível para ficar confusa, para renunciar a certezas e para ir a qualquer lugar onde o amor te chame.' (Victória Sofia)


Sombra é aquilo que somos e não gostamos ou queremos ser.

Aquela parte que você jurava já ter resolvido e, nas horas mais inusitadas, justamente quando você precisa de toda a sua pouca sabedoria acumulada no precioso tempo de integridade solitária, sopra no seu ouvido reações exconjuradas e mil vezes já amaldiçoadas...
Aquela emoção que você tem vergonha de sentir...

Como lidar com isso? Como apoiar alguém que esteja vivendo um turbilhão dentro da sua intimidade, mantendo-se inteira?E as sombras sempre chegam... Desistir e pular para outra relação não funciona, elas fazem parte e vão junto...

Vejo casais se separando, culpando o outro, sem perceber que o que incomoda de verdade é a sombra refletida em si mesmo. Que não reciclam suas próprias emoções e não gereciam suas próprias frustações... e levam ambas (frustação e emoção) para outro passeio curto em parceria que também só vai durar até a próxima desavença séria.

Talvez a solução seja respirar fundo e confiar que seu equilíbrio tenha sido suficientemente forjado e seja capaz de resistir...

Confiar que os casais se acham em complementaridade, que a sombra do outro é exatamente o que você precisa para aceitar e acolher a sua própria, e aproveitar o momento...

E, especificamente no meu caso, ir e vir... Eu tenho esse movimento, que me salvaguarda da minha própria profundidade insana... Vou! Junto coragem, utopia e esperança e entro na aventura do relacionar...
Disseco tanto o impossível que ele se torna tão conhecido que parece possível.
Me impregno de companheirismo,  vontade de acertar e empatia... E quando estou quase me dissolvendo no outro, deixo um beijinho e um 'já venho' e vou me nutrir de mim novamente...

Quando já lembrei de mim, volto...

... mas isso é como eu funciono... e é parte de minha sombra...

Você já parou pra pensar em como é o SEU movimento?


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