domingo, 20 de maio de 2012

Desilusão

...e chegou uma hora que ele me perguntou o que eu amava nele. O que fazia valer a pena. E eu disse as características, qualidades e defeitos que me faziam amá-lo... Sim, defeitos também, porque amar os defeitos é o que determina o quão sólido é o que se sente...

Ele chorou (os homens da minha vida sempre foram chorões... acho que eles choram as minhas lágrimas também...), me agradeceu e falou que nunca ninguém tinha dito nada nem parecido para ele -o que me fez refletir o quanto algumas vidas podem ser áridas...

Então eu devolvi a pergunta. E ele começou dizendo que não me conhecia tão bem quanto eu o conhecia, mas que podia me dizer algumas coisas. E falou e falou... E então eu percebi que ele realmente tinha uma visão idealizada de mim. Me entristeceu isso. E na sequência ele soltou:
-Mas o que eu mais amo em você é a sua honestidade rigorosa!

Aí fudeu de vez... Porque se habitualmente eu realmente costumo ser honesta até em excesso, esse relacionamento específico teria sido talvez o que eu mais omiti coisas...

Nisso aprendi que não ser amada dói, mas ser amada pelo o que você não é, dói mais ainda. Ainda mais que certamente eu contribuí com essa imagem distorcida. Ele amava alguém que existia somente na imaginação (dele).

Eu já pressentia isso. Já desconfiava que eu o amava pelos motivos certos, conhecendo e enxergando por baixo das máscaras, mas que ele me amava pelos motivos iludidos.

Ele me amava por "conseguir desempenhar vários papéis e estar sempre bem". Eu não estou sempre bem. Principalmente em uma relação a dois mais íntima, que é onde eu sou mais atrapalhada. Hoje em dia consigo lidar com minhas angústias com mais tranquilidade, e escolhi ser otimista. Além disso aprendi com experiência real que "amanhã" nesses casos sempre fico melhor. As coisas passam! Mas tenho períodos de tristeza cavernosa... de crises de ansiedade... de mau humor rosnante!
E sou acomodada também... Estou falando do lado prático da vida... Ai como acho difícil ir no banco pagar as contas!! Ou fazer essas coisas chatas que todo mundo faz facilmente. Eu fico lá travada, me enrolando...

Eu acredito que ele me conhecia o suficiente sim para conhecer minhas qualidades (as reais). Se ele escolheu enxergar o que não sou, prefiro não colaborar mais com isso.

Eu quero e mereço ser amada pelo que sou ( e em primeiro lugar por mim mesma). Caio na tentação ainda de quando em vez, de me transformar no que as pessoas querem que eu seja, para não quebrar as expectativas que elas colocam em mim, e não decepcionar. Mas cada vez menos.





Cada vez mais gosto de ser humana e desconstruir essa imagem de super mulher que, principalmente no meu âmbito profissional, alguéns querem me impingir. Sou "super" não benhêêêê. Sou só eu.

Des - ilusão... saída da ilusão!

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