quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Delírios de um amor romântico



É uma necessidade , talvez, de justificar.
Talvez, seja só um motivo que me permita beber mais uma cerveja... Quem sabe? Você poderá me dizer? Eu poderei dizer?
Mas é preciso dizer algo. Exatamente aquilo que falta, aquilo que é essencial. Aquilo que presume tudo, que perdoa tudo, que aplaca tudo. Aquilo que por fim, me faria dormir o sono dos justos.

Algo aconteceu. Algo quebrou o correr tranquilo e imutável dos anos. O passado existiu porque todos os dias que antecederam o presente existiram, e foram da mesma forma, e assim, o presente imutável garante o futuro.
Mas e se algo que não tem equivalente no passado ocorre? Então, a certeza de um futuro está comprometida! "Algo".

Mas onde está?
Onde encontrá-lo?
E se encontrado, como identificá-lo?
Se gasoso, seria o teu cheiro?
Se líquido, tua saliva ou teu suor?
Se sólido, tua carne?

Viver uma nova experiência é perder certezas. Acabou o futuro, só espero por esses lampejos diários de amor que tanto me tocam, que afinal são tudo o que desejo.Mas preciso encontrar!

E se nada fosse?
Ou se tudo fosse?
Se tudo já estivesse colocado, descoberto?
Se nada mais houvesse além disso, que já é tão belo e tão perfeito?

Então, toda a minha procura seria vã, toda minha angústia seria fútil, toda minha dor seria eterna, porque tudo já estaria colocado... bastava que eu o tivesse percebido.




Adaptação (bem) livre de um texto escrito em 1997 por Kahio Tibério Mazon.

Nenhum comentário:

Postar um comentário