sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Cartas - primicias

....A história de um coração encalacrado se abrindo....



Oi querido!

 Vou fazer um exercício de vulnerabilidade, ok? (eia trocinho mais que difícil esse... affff). Aliás, eu acho que com você eu tenho feito bastante esse exercício. E você também comigo, né...embora de maneiras diferentes... rs... acho que deveríamos ter conversado mais quando éramos casados!! kkk Ficariam menos coisas pra essa vida que estamos só em outro tipo de parceria...
 Já falei que eu super entendo tua dificuldade de contato e intimidade de verdade porque eu sou (ou fui) igualzinha, né? Então, quando os contatos começam a entrar na parte que eu tenho que me expor (olha a vulnerabilidade aí) eu arranjo uma desculpa (os orientais chamam isso de "o pequeno macaco bêbado") para que isso não aconteça... aí eu me afasto, ou dou pra trás na intimidade... Isso seria minha reação habitual...

E eu estou aqui tentando entrar numa "ação" e mais perdida que cego em tiroteio.... kkk... (Ainda bem que meu bom humor não me larga). Então resolvi que como além de meu amigo você é meu terapeuta também, vou pedir pra gente resolver isso juntos, ok? ("juntos" é ótimo, bem íntimo!! :))
 Não fiquei bem no sábado... Acho que fiquei com ciúmes!! Arre, odeeeeeio sentir ciúmes!!! E fiquei surpresa. E fiquei triste. E nem sequer entendi direito porque!!!! Tá, eu estava bem cansada e com muita dor, e isso também me deixou fragilizada, mas não era só isso...
 Acho que de repente ficou tudo misturado... E eu nem sei mais o que vai em cada gaveta. A única gaveta que é clara, bem clara pra mim é a do meu papel como terapeuta. Eu acho que eu sou a ferramenta certa pra te ajudar, e que não tem muitas ferramentas (sem querer me achar e já achando de certa forma) capazes de fazer isso por você nesse momento e nesse assunto.
 Mas o teu papel como meu terapeuta, e o de nós amigos, e nós nos aproximarmos na vida pessoal também, dezulivre, virou uma baguuunnnça!

 Eu pensei em uma coisa, mas nem sei se isso é parte da reação, ou da ação... (eu estar te dizendo tudo isso é ação com certeza!!). Acho (não tenho certeza) que também seria o melhor pra mim.
 Estou com vontade de não ser mais sua paciente. Hoje fui consultar com a Ana Paula, essa parte do físico que ela entende bem e que eu estou precisando também, e junto acabou rolando uma terapia... Acabou sendo bem bom. Nós duas também temos essa liga boa que eu e você temos...
 Assim preservaria nosso contato eu terapeuta/ vc paciente, e me daria um fôlego dessa misturança.

 Com relação a nosso contato pessoal, realmente nem sei o que pensar/sentir/resolver. Fazer de conta que ele não existe é meio que enterrar a cabeça na terra, né... Você parece lidar tão bem com as coisas todas, mesmo misturadas... como é pra você??? Como é tão fácil pra você? É tão fácil mesmo quanto parece?

O que você acha disso tudo? E como você se sente em relação a isso tudo? Gostaria muito de ter tua ajuda, e principalmente tua clareza e sinceridade.

 De qualquer forma já estou bem feliz de ter conseguido não me distanciar, fazer de conta que nada havia, e não me respeitar, como seria meu automático...
 Arre... virou um papiro.... kkk... Acho que isso faz parte do "se relacionar" de verdade, né querido... Faz uma forcinha aí!!! rsrs

 De qualquer forma, e incondicionalmente, amor nem morre... né?!!

 bjuss



foto by Gabi Stoffel

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