quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Intensidade



Descobri hoje de tarde (antes eu já desconfiava, mas tinha ainda dúvidas) que odeeeeeio intensidade!!

Odiiiaaaaaar algo é bem intenso, né? kkkkk Pois é, sou intensa... mas-o-d-e-i-o-in-ten-si-da-de!! urg!!

Meses atrás, escutei de uma amiga um relato sobre seu casamento.... 

-Então, você sabe, né? Eu sou essa coisa morna, penso muito, pondero sempre... Sou sem graça! Sei que sou sem graça, gosto de bege, não me visto sexy, acho tudo chato, reclamo sempre ! Tinha que ter algo pra contrabalançar! Ele não, ele é fogo! Faz um vuco vuco por qualquer coisa! Sempre está MUITO alegre ou MUITO triste. Dá vida pra casa! É minha balança.... mas cansa!

É... cansa!

Tem pessoas que são intensas e adoram ser! Que fazem questão de, inclusive, alimentar essa intensidade, venerar como se fosse uma deusa.... E ainda criticam tudo o que não faz parte da montanha russa gigante... Acham morno, ou sentem que os outros racionalizam em excesso, e descartam as verdades alheias como se fossem lixo. Sem nem perceber que o fazem... Pois intensos são sensíveis! Extra sensíveis! E certamente não magoariam propositalmente.... (a não ser que estejam feridos, mas aí é outra história, pra outro texto).

Acredito que quem não é intenso, não tem uma ideia real do que mora dentro da gente...
Não tem nada pouco nunca.... a gente sempre sente MUITO! E sim usamos muuuuito NUNCA e SEMPRE, NADA e também TUDO!.... Em belos arranjos de fogos de palha que juramos que serão eternos e que desmoronam na primeira sacudida. Apagam com uma gota apenas de chuva....
É um auto boicote atrás do outro, porque na intensidade ninguém tem tempo de pensar direito (já disse isso em algum outro texto). Ou de sentir o que é mesmo! Focamos nos significados que damos às coisas e não no que realmente é... Não dá tempo, não pensa, não para, não dá tempo, é tudo turbilhão!!  E dá-lhe sentir com as entranhas!
E assim, nesse "entranhamento", não se tem tempo inclusive de prestar atenção no outro, de ser empático, de perceber.
Só se tem tempo para sentir o seu próprio turbilhão... Não é nem egoismo. É só falta de espaço para o outro...

Treinei minha vida inteira para ser mais centrada. Depois que tomei consciência das ondas emocionais que me varriam (e continuam varrendo) e, lógico, depois que parei de brigar com isso, comecei o lento trabalho interno para direcionar tudo isso a meu favor e não contra mim. 
Rir mais de mim mesma, respirar e contar até 10 e as vezes até 100 antes de responder.... Entender o que estou sentindo, tomar pra mim só o que é realmente meu e deixar passar o resto.... Ser empática, me colocar na posição do outro. Respeitar, aceitar e concordar com as verdades dos outros. Mesmo que elas não façam sentido para mim. 
Na verdade treinei bastante bem até. O furacão acalmou (ao menos na expressão externa).
Já faz algum tempo que consigo exercer todas as coisas importantes (para mim)  que citei acima...

E então.... chega o destino (?) hábil em dar voltas, nós e meia voltas e começa a colocar pessoas intensas ao meu redor. Ricamente intensas. Com comportamentos que machucam muitas vezes, mas sempre mexem comigo. Opulentas no sentir, no expressar... cheias de ideias e sonhos irrealizáveis, mas lindos....

E leio, nessas entrelinhas que a vida conta, que é hora de soltar a vela ao vento um pouco mais novamente.... que é hora de ousar de novo, de deixar um pouco dessas ondas baterem.... 

Tá. Quando eu parar de brigar com essa ideia, eu faço!! :s






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