Você tem asma. Mas diz que faz muito tempo que não tem uma crise.... Então a gente vai se conhecendo um pouco mais e percebo algumas coisas que não encaixam... que apesar das inúmeras e confortáveis semelhanças, existem conceitos importantes que temos diferentes. E falo.
Então você TEM uma crise gigante de asma. E quando ofereço ajuda, você responde "claro, né, porque essa crise é culpa tua!".
E esse é um dos valores que temos opostos. Pra mim, qualquer pessoa tem de, pelo menos, se responsabilizar por seus próprios processos emocionais. Botar a culpa no outro, pra mim, é um dos mais básicos conceitos do que é "errado". Pra você é "claro" que a culpa é TODA minha.
Como explicar para alguém que diz isso, que assim você está colocando o peso da sua emoção pra eu carregar, e que esse preço eu não quero pagar?
Não quero ser sua dona. Não quero ser DONA do seu coração. Quero que seu coração pertença a você, e que possa compartilha-lo comigo, quando assim ESCOLHER. Com total responsabilidade das escolhas. Eu arco com as minhas, você arcas com as suas. No meu mundo terapeutizado, é assim que as coisas dão certo. Mas isso também você acha chato e "pelamordedeus não começa com essas coisas". Ok. Não começo.
Quando eu abdiquei de ser a donzela presa na torre do castelo e escolhi ser a dona do castelo, do dragão e de mim mesma, também abdiquei de carregar emoções alheias.... Abdiquei de colocar minhas responsabilidades em cima de outra pessoa, e não QUERO carregar as responsabilidades que são das outras pessoas também.
É tentador as vezes dar uma passeada na torre, bancar a donzela que precisa ser cortejada, que é o amor da vida e entrar em toda a intensidade. Não nego, é até inebriante, caio nessas ainda de vez em outra. Mas é falso. E cobra caro.
Tenho que respeitar o seu jeito de pensar, as suas escolhas, mas tenho que me respeitar também. Carregar o peso dessa emoção, dessa somatização pra você, seria passar por cima de mim.
Esse é o tipo de coisa que me faz dizer que não posso, nem quero, namorar você.
Como posso dividir minha vida, mesmo momentaneamente, com quem quer que eu carregue um peso que eu não quero carregar?
Na minha verdade esse peso é seu. Na sua, é meu.
E assim começam as guerras...
Melhor não, né?
Nenhum comentário:
Postar um comentário